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O Ubuntu eu sei, mas, cadê o Kurumin!?

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O Ubuntu eu sei, mas, cadê o Kurumin!?

Mensagempor Luciano Fernandes » Ter, 24 de Julho 2012, 21:15

Boa tarde! Desejo que todas(os) estejam bem :!: :OK:


Às vezes as pessoas perguntam, quando me vêem falando de Linux, se estou falando em alguma outra língua, de sacanagem, mas eu respondo sorrindo, que sim, estou.

Todos vocês que chegaram agora, e assistem ou participam desse sucesso todo que o Ubuntu tem feito, com seu design caprichado e com o milionário sul-africano investindo pesado num sistema operacional que nos dá de graça, talvez não saibam que o Brasil já teve, praticamente e entre os entusiastas, um sistema para chamar de seu. Desenvolvido e pensado por quem fala e pensa em português (e talvez em alguma linguagem como Assemble e Fortran, mas isso já são outros quinhentos).

O Kurumin foi entre 2001 e 2004 um sucesso estapafúrdio entre os apaixonados por sistemas abertos. Herdou parte daqueles que ficaram orfãos do Conectiva Linux, uma grande empresa brasileira do setor (que na grande box da sua versão 10.0 vinha com adesivos dizendo “seja legal”, copie), mas ao invés de ter sido uma grande empresa ou um milionário, foi a mais falida das classes brasileiras que o produziu, um professor universitário, chamado Carlos Morimoto e outros professores, alunos e outras pessoas de fora da universidade federal do Paraná, em Curitiba.


Player de mídia AmaroK rodando no Kurumin

O sistema, baseado no Knoppix, não se diferenciava tanto dos sistemas operacionais Linux da época em sua aparência, ao contrário, o grande “K” no lugar onde o Windows tem sua “janela/logo” e o mesmo menu de aplicações, configurações, arquivos e todo o blá, blá, blá que o Windows 95 praticamente institucionalizou. Sua grande diferença estava no desenvolvimento. A forma rápida com que novas versões surgiam, sempre prontas para a realidade brasileira, a internet discada, a parca e escassa internet WiFi e um predomínio de conexões com cabo, que marcavam a realidade do nosso país.

Havia ainda a paixão incessante do Morimoto em conseguir a cada versão, um sistema mais completo, mais plug and play e mais enxuto, fazendo-o mais leve a cada nova distribuição, mais rápido, para privilegiar o predomínio de máquinas antigas de nosso país, e um brilhante forum de bastidores, em português brasileiro.

Tal e qual o Ubuntu de Mark Shuttleworth vem do sul-africano “Sou o que sou pelo que todos nós somos”, o Kurumin de Carlos Morimoto tinha seu nome extraído do tupi-guarani e significa “criança” ou “menino”, no sentido de infantil, em alusão ao fato do sistema ser mais simples e voltado para um público iniciante.

Oficialmente, ao contrário do Ubuntu que vê seu crescimento indetido, e já invadindo até as Smart-TV’s da Samsung, o Kurumin foi descontinuado em 2008, ironicamente, devido ao próprio sucesso do Ubuntu, que passou a dividir as falanges de fãs do sistema brasileiro e também fez com que se questionasse se o esforço para manter um sistema simples era válido, quando o Ubuntu já vinha justamente fazendo esse papel.

Infelizmente, o Kurumin padeceu, e o que vemos hoje é um Ubuntu muito maduro, mas que do ponto de vista de acessibilidade, principalmente para um país atrasado como o nosso, às vezes o Ubuntu parece exigente demais com as máquinas, máquinas que ainda rodam o velho Windows XP, ironicamente, não suportam a última versão do software livre, enquanto o Kurumin, em seus últimos releases, necessitava de nada menos que 53 Mb de RAM para iniciar e com um Pentium II e 128Mb de RAM, até assistir um filme em DivX de forma aceitável era possível.

Quem quiser saber mais, há ainda disponível nas boas livrarias, o livro Kurumin 7, de Carlos Morimoto, que serve como referência ao Kurumin e a outros softwares livres e a página Guia do Hardware, que ainda mantém versões disponíveis para download, ainda que elas dificilmente funcionem bem no mundo multicore de hoje em dia.

Vá em paz Kurumin, obrigado pela sua contribuição ao software livre brasileiro e vida longa ao Linux!

Emanuel Campos @emanuelcampos

http://fellowpalm.wordpress.com


Caso tenha gostado do post, por favor, prestigie a fonte para este e outros assuntos afins :!: :obrigado: o :ubuntued: agradece sua preferência, volte sempre! ;)


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Re: O Ubuntu eu sei, mas, cadê o Kurumin!?

Mensagempor Egon Holtz » Qua, 25 de Julho 2012, 3:45

Nuss... eu conheci o Kurumin no final do 1º ano do meu curso, isso foi no final de 2007, onde distribuíram CDs da distro para todos os alunos do meu curso...

Mas o meu primeiro contato com o universo linux, foi com o Mandriva mesmo =)

Depois de um tempo, usei por um período um sistema chamado Matriux, que esteticamente era bem parecido com o falecido Kurumin, devido ao Kde...

Ótimo post Luciano, dependemos das experiencias do passado, para que hoje consigamos construir o futuro...

Abrçs

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Re: O Ubuntu eu sei, mas, cadê o Kurumin!?

Mensagempor bertoni » Qui, 26 de Julho 2012, 12:38

Pois saibam os amigos, que embora descontinuado pelo Morimoto, o Kurumin segue vivo.

Recentemente, no II Fórum de Internet no Brasil, companheiros indigenas e militantes do movimento software livre, contaram que o Kurumin ainda continua sendo a porta de entrada para o mundo do conhecimento digital livre para as comunidades indígenas, que não dispõem de modernos equipamentos e muito menos acesso de qualidade à internet.

Além disso, Ailton Nascimento de Matos deu continuidade ao Kurumin 7 e criou o Metamorphose Linux

Segundo o site do Metamorphose Linux, os Pré-Requisitos para o uso do Metamorphose são:
Processador: 800 Mhz
Memória: 512 Mb (1 Gb Recomendado)
Espaço em disco: 8 Gb
Placa de Vídeo: 16 Mb (Recomendável: Intel, Nvidia ou Ati com aceleração 3D para os efeitos, jogos 3D e o Media Center)

Novidades
A versão Cheetah vem com grandes melhorias, principalmente na área da usabilidade, nele você poderá encontrar coisas simples como controle de mídia sem necessidade de configurar o teclado, atalhos com tecla do Win+P, Área de trabalho e BOOT limpos e coisas mais avançadas como novo sistema de arquivos EXT4, Kernel 3.4, a possibilidade de atualização total do sistema pelo APT-GET e em destaque a opção de instalar e atualizar vários programas populares direto pelo Synaptic, como o Skype, Java, Flash-Player, Firefox, Thunderbird, Família Google, etc.
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Re: O Ubuntu eu sei, mas, cadê o Kurumin!?

Mensagempor Bitetti » Qui, 26 de Julho 2012, 13:15

O Kurumin foi quem deu a facada geral aki no Brasil para muitos entrarem no Linux. Eu gravei um mini-cd com o 1 ou 2 (n lembro) e... logo ele sumio de tanto emprestar.

Simplesmente o povo não acreditava no cdzinho.
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