Google pode pagar multa de US$ 22,5 milhões por violar privacidade de usuários da Apple
O Google está próximo de fechar um acordo com a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) para o pagamento de uma multa de cerca de US$ 22,7 milhões (cerca de R$ 45,7 milhões) depois de ser acusado pelo órgão de violar a privacidade de milhões de usuários da Apple.
A companhia é acusada pela FTC de ter burlado configurações de privacidade do Safari, da Apple, para rastrear hábitos de usuários que tinham optado pelo navegação privada.
Segundo informações do “Wall Street Journal”, a multa é uma das maiores penalidades impostas a uma única companhia pela FTC. O Google, no entanto, arrecada uma quantia similar a cada cinco horas, segundo o jornal.
Em um comunicado, o Google afirmou que a FTC está se baseando em uma página de ajuda de 2009. “Nós mudamos essa página e criamos passos para que seja possível remover cookies de anúncios”.
Entenda o caso
Há seis meses, uma reportagem do jornal mostrou que o Google coletava informações de pessoas que pensavam ter bloqueado essa possibilidade pelo browser, a partir de códigos capazes de burlar configurações de segurança do Safari, navegador da Apple. Assim a empresa determinaria publicidade personalizada.
O Safari é usado largamente por usuários de dispositivos móveis da Apple, como iPhone e iPad. O software possui uma função que bloqueia o envio de informações da navegação quando habilitada pelos usuários, mas o código usado pelo Google ainda assim “espionava” e rastreava o que era feito no Safari.
Dados de navegação coletados via cookies (arquivos com dados da navegação na internet) são usados por empresas que vendem espaços publicitários, tanto para aumentar o desempenho de anúncios quanto para exibir uma propaganda baseada no perfil de determinado usuário.
O Google desabilitou o código depois de ser contatado pelo “Wall Street Journal”. Em um comunicado, a empresa afirmou que o jornal descaracterizou o que aconteceu e o porquê. “Usamos uma funcionalidade conhecida do Safari para oferecer recursos que usuários logados no Google haviam habilitado. É importante frisar que os cookies de publicidade não coletaram dados pessoais.”
Fonte: UOL Tecnologia