Trazendo toda a usabilidade do GNOME 2 para o GNOME 3 do Ubuntu 11.10
Caros amigos do VOL, este artigo tem por objetivo trazer toda a versatilidade e usabilidade do GNOME 2 para o GNOME 3 do Ubuntu 11.10, incluindo os efeitos gráficos proporcionados pelo Compiz + Emerald.
Por: Leandro
1 - Considerações iniciais
Atenção:
O Compiz, na forma utilizada neste artigo, deixa o seu sistema instável. Poderão ocorrer travamentos, efeitos instáveis, janelas sem decoração, aumento do uso de CPU repentinamente, fenômenos intrigantes, além da possível não inicialização da interface gráfica.
Este artigo só foi testado no Ubuntu 11.10 i386. Quaisquer outras versões ou distribuições, não serão abordadas neste artigo. Portanto, os procedimentos relatados neste texto, não funcionarão necessariamente em outras distribuições que utilizam o GNOME 3.
Este autor não se responsabiliza por eventuais danos ao seu sistema operacional.
Use por sua inteira responsabilidade e risco (eu avisei, rs).
O GNOME 2
Para quem está acostumado com o GNOME 2, sabe que uma de suas características marcantes é a sua facilidade de uso. Ele tem uma interface totalmente configurável, intuitiva, compatível com vários recursos; dentre eles o Compiz, além de oferecer menus e atalhos que, para quem preza pela praticidade, é um prato cheio.
Como exemplo, vejam o meu GNOME 2 do Debian:
Repare nos menus e atalhos, todos à mão. Basta dois cliques para iniciarmos qualquer programa ou recurso.
Nota: Como base, tomarei esta imagem do GNOME 2 do Debian. Tentarei reproduzir esta interface no GNOME 3.
Por que usar Compiz?
Além do belo efeito gráfico, o que é consenso, o Compiz vai um pouco além.
Lance uma pergunta: O que mais atrai um usuário iniciante ao GNU/Linux?
Segurança, estabilidade, leveza, baixo custo, capacidade de personalização e... efeitos gráficos. Muitos podem não concordar, mas com absoluta certeza afirmo que o Compiz é responsável por trazer uma boa parcela de novos usuários ao GNU/Linux.
Inclusive eu...
Quando eu instalei o meu primeiro Linux (Ubuntu 10.10) no ano passado, passou-se mais de um mês, e já pensava em desistir. O choque cultural é muito forte. Você fica completamente perdido (na época, eu ainda não conhecia o VOL). Os motivos que me trouxeram ao Linux (segurança e estabilidade) não eram suficientes para manter a vontade de continuar.
O que me arrebatou de vez foi um vídeo do Compiz que assisti. Fiquei maravilhado com aquilo (reação que muitos iniciantes já tiveram, rs). Para quem vinha de um Windows 7 Starter, onde nem o wallpaper se pode trocar sem instalar um programa para isso, imaginem a minha reação.
Continuando...
Um ano se passou, e simplesmente não fico sem estes efeitos. Três, em particular:
Cubo 3D + Viewport Switcher:
Com ele, eu posso simplesmente arrastar as janelas para outra área de trabalho. Fica mais fácil organizar a bagunça do desktop.
Janelas gelatinosas:
Eu tenho um Conky que monitora e mostra os e-mails não lidos da minha caixa de entrada. E como geralmente tenho um aplicativo rodando em tela cheia, adivinhem como eu “checo os meus e-mails”:
Opacidade, brilho e saturação.
Do mesmo motivo que o anterior. Um modo diferente de checar e-mails e monitorar o uso do hardware:
Por que GNOME 3 e não Unity?
O Unity roda sobre o GNOME 3, mas é criado a partir de um plugin do Compiz.
Por ser um plugin do Compiz, ele entra em conflito com outros. Dentre estes está o efeito Cubo 3D.
Desse modo, é impossível habilitar o cubo, sem abrir mão do Unity (pode-se utilizar outros plugins, mas desde que não entrem em conflito com o Unity).
O GNOME 3 na sua forma padrão, vem com o GNOME Shell. Este também entra em conflito com os efeitos do Compiz, sendo impossível habilitar qualquer efeito gráfico.
A única alternativa para continuar utilizando os efeitos do Compiz completos, é não utilizar o Unity e também o GNOME Shell.
E o que resta?
O GNOME Fallback (modo clássico).
2 - Instalando o GNOME modo clássico
Siga esta dica do Alexandre (Pefark): Modo Clássico no Ubuntu 11.10
Resumindo: Basta instalar o pacote gnome-session-fallback:
Depois disso, reinicie a sua sessão, e escolha “GNOME Clássico”.
A aparência dele será assim:
Nota: Este GNOME, apesar do nome, continua sendo a versão 3. Ele utiliza toda a base do GNOME 3 (Gtk-3.0), apenas é adicionado os painéis e menus parecidos com os da versão 2.
Agora, iremos instalar alguns pacotes para configurá-lo.
Instalando temas
Instale o gnome-tweak-tool:
Ele estará disponível em Aplicativos > Outros > Configurações avançadas.
Para deixar ele com a aparência do GNOME Shell, escolha os temas:
Tema GTK+ : Adwaita
Cursor Theme: Adwaita
Nota: Para fixar o mesmo tema de cursor em todas as janelas, siga esta dica do Thyago Jake: Solução para o problema com a troca de temas de cursor no Ubuntu
Configurando os painéis
Para configurar os painéis, o processo é o praticamente o mesmo do GNOME 2, apenas com uma diferença. Para editar/excluir um item do painel (ou o próprio painel) no GNOME 2, era só clicar com o botão direito em cima do item escolhido. No GNOME 3, tem que se apertar a combinação Alt+Clique direito do mouse.
Nota: Você pode reparar que o painel superior é maior do que o inferior, fato que não ocorria no GNOME 2. O motivo é o applet “Menu de usuário”, que força o aumento de tamanho do painel. Se você não quer um painel enorme ocupando espaço no desktop (espaço que tanto faz falta em monitores de baixa resolução e widescreens), evite utilizar este applet.
3 - Instalando Compiz no GNOME 3
Primeiro, precisamos habilitar os repositórios extras. Vá em Aplicativos > Sistema > Configurações do sistema.
Procure por "Canais de software". Nele, habilite (se já não estiver):
Aplicativos restritos por copyright ou questões legais (multiverse)
E na aba “Outro software”, habilite:
Parceiros da Canonical
Independente
Depois, feche o aplicativo, e digite no terminal:
Para atualizar os repositórios. E para instalar o Compiz, digite:
Instalando Emerald Theme Manager
Para quem gosta de utilizar o Emerald, entre no site:
https://launchpad.net/ubuntu/+source/emerald/0.8.8-0ubuntu1/+build/2545504
E baixe os pacotes:
emerald_0.8.8-0ubuntu1_i386.deb
libemeraldengine-dev_0.8.8-0ubuntu1_i386.deb
libemeraldengine0_0.8.8-0ubuntu1_i386.deb
Abra o terminal, entre na pasta onde você salvou os arquivos, e digite:
Para quem quer utilizar o tema Emerald das imagens deste artigo, pode conseguir o pacote aqui.
Para utilizar, basta clicar em "Importar" na janela principal do Emerald.
Configuração
Procure pelo CompizConfig Settings Manager, e habilite os plugins que você desejar.
Nota: Evite habilitar o plugin “Efeito Água” já que ele não funciona do modo adequado.
Se quiser, veja a lista dos mais importantes que eu habilitei:
Compatibilidade gnome
Composite
OpenGL
Decoração da janela
Extra wm actions
Maximumize
Redimensionar janela
Window rules
Mover janela
Dimensionar
Colocar janelas
Aumente a quantidade de áreas de trabalho
Entre no CCSM, vá em Opções Gerais > Tamanho da área de trabalho.
Aumente o valor “Tamanho Virtual Horizontal” para 4. E deixe os outros dois valores em 1.
Depois de selecionar todos os plugins ao seu gosto, rode:
Salvando a configuração
Durante os testes para a confecção deste artigo, as configurações do Compiz chegaram a sumir algumas vezes. Voltando à configuração padrão do Unity.
Para que você não tenha que habilitar tudo de novo, faça o seguinte:
Abra o CCSM e vá em Preferências. Clique em Exportar, salve o arquivo .profile em alguma pasta e responda “sim” à pergunta.
Agora sempre que você quiser habilitar estes mesmos plugins, clique em “importar”, selecione o arquivo .profile e espere ele habilitar os plugins (vai demorar um pouco e o sistema vai ficar lento por um tempo).
Se vocês quiserem um profile já pronto, eu disponibilizei o utilizado neste artigo aqui.
Habilitando o Compiz na inicialização
Entre em Aplicativos > Outros > Aplicativos de sessão. Adicione mais um aplicativo, com a descrição:
Nome: Compiz
Comando: compiz --replace --sm-disable --ignore-desktop-hints ccp --indirect-rendering
Descrição (opcional): Ativar o compiz na inicialização.
Ou se preferir, instale o Fusion-icon:
E adicione o mesmo na lista de programas iniciados automaticamente:
Nome: Fusion-icon
Comando: fusion-icon
Descrição (opcional): Ativar o compiz na inicialização.
Por fim, reinicie a sua sessão, e aproveite.
Nota importante: Com o Compiz ativado, não é possível editar os painéis (este é um dos “fenômenos intrigantes” mencionados no início do artigo, rs). Para contornar isso, sempre que você queira editar/mover/adicionar algo no painel, digite no terminal:
Faça as alterações necessárias, e retorne ao Compiz:
4 - Finalização e dicas úteis
Sempre que, por ventura, você quiser usar o GNOME Shell, desmarque o Compiz (ou o Fusion-icon) dos aplicativos iniciados automaticamente. Isso faz com que o GNOME Shell inicie normalmente.
Atenção: No caso do Unity, se você utilizá-lo, ele não vai abrir o Dash e ficar todo travado.
Se depois de tudo isso, você não gostar do visual e quiser desfazer de tudo para voltar ao Unity, faça o seguinte:
Entre na sua pasta pessoal e mova a sua pasta .config de lugar, renomeando-a:
Ela contém todos os arquivos de configuração do usuário. De modo que, ao iniciar o Unity, será como se tivesse inicializando pela primeira vez.
Se não gostar do Unity (mas que indecisão... rs), e quiser voltar ao GNOME Classic do jeito que estava antes, faça o inverso:
Mas, se você gostou do GNOME Classic e quer que ele inicie automaticamente sem passar pelo login (isso se você usa a opção login automático), tem que editar o arquivo /etc/lightdm/lightdm.conf.
Faça uma cópia do mesmo (para desfazer as mudanças futuramente):
sudo gedit /etc/lightdm/lightdm.conf
O arquivo estará mais ou menos assim:
- Código: Selecionar todos
[SeatDefaults]
autologin-user=leandro
autologin-session=lightdm-autologin
user-session=ubuntu
Mude para:
- Código: Selecionar todos
[SeatDefaults]
autologin-user=leandro
autologin-session=lightdm-autologin
user-session=gnome-classic
Ou seja, apenas modifique a linha “user-session”.
Agora, vejam como ficou o GNOME 3 Classic totalmente funcional e configurado:
E o Cubo 3D do Compiz rodando normalmente:
Note nas imagens deste artigo: apesar de todo os efeitos do Compiz rodando, o GNOME Classic ainda consome pouca memória RAM se comparado ao Unity.
Unity: 255 Mb
GNOME Classic: 235 Mb
GNOME Shell: 210 Mb
Finalizando
Um agradecimento especial ao Alexandre (Pefark) por autorizar o uso/referência da dica Modo Clássico no Ubuntu 11.10 , dica que serve de ponto de partida a este artigo. Se eu não a tivesse lido, provavelmente nem estaria mais usando o Ubuntu.
E a todos os membros desta imensa família.
Abraços a todos!
Leandro
ORIGEM CRIACIONAL: Viva o Linux