Eu conheci o Ubuntu pouco antes, quando ainda frequentava o FISL. Na edição daquele ano houve uma conferência de desenvolvedores do Debian no mesmo período por lá, e bastante gente andava testando e comentando um fork do Debian que estava começando a aparecer. Uma amiga intrépida teve até mesmo a distinta honra de estar entre as primeiras a perder o conteúdo do HD de seu notebook por se aventurar a instalar os pacotes pré-pré-pré-alfa
Nestes 9 anos bastante coisa aconteceu (veja aqui a evolução dos wallpapers!), com o Ubuntu tendo representado há relativamente pouco tempo – na minha opinião – o apogeu dos desktops baseados no GNOME e um exemplo para qualquer estudo de caso de participação da comunidade nos rumos de um projeto amplo e multifacetado.
Logo depois desse período, surgiram decisões estratégicas envolvendo o mercado mobile e outras iniciativas fora do desktop tradicional, surgiu também o Unity, e distribuições paralelas como o Kubuntu foram encerradas ou passadas adiante, com a mesma velocidade com que iniciativas como o Ubuntu para TVs ou para celulares saíram à cata de fabricantes interessados em embarcá-las em seus produtos, e voltaram.
O ecossistema Ubuntu é atualmente muito vasto! Não só existe versões para desktops, como também para servidores. Não só existe versões para smartphone como estão já pensando em Tablets, não menosprezando a Ubuntu TV. Conheça todo o ecossistema neste apanhado que mostra o crescimento muito grande do Ubuntu:
O ano de 2013, no qual a distribuição completa 9 anos, poderia ter sido o ano em que a Canonical provaria que estava certa ao decidir abandonar uma vez mais o que as outras equipes estavam fazendo e optar por criar o Mir, seu próprio servidor gráfico que até o momento bastante gente já rejeitou suportar (e é curioso que no final de semana do aniversário o habilidoso fundador do Ubuntu tenha usado generalização e um discurso político para tentar reduzir a razões políticas as motivações desses outros projetos e organizações que não se vêem motivados a suportar o servidor que a Canonical resolveu criar para sustentar sua própria estratégia).
Mas acabou não sendo assim: na última hora o primeiro aperitivo do Mir que chegaria ao desktop (o XMir) no Ubuntu 13.10 acabou tendo que ser deixado para depois, e boa parte das análises que li sobre o lançamento da nova versão acabaram falando mais sobre o que acabou não estando nela do que sobre cada uma das novidades que de fato foram incluídas.
Não que tenham faltado momentos inesquecíveis para o ano de 2013 do Ubuntu: foi o ano em que o bug #1 do Ubuntu foi encerrado ~administrativamente (apesar de seu critério de encerramento proposto em 2004 ser a maioria dos PCs nas lojas que visitamos terem só software livre instalado), por exemplo, e em que a Canonical tentou e não conseguiu obter diretamente dos usuários os recursos para produzir seu 1º celular com Ubuntu. No Brasil, foi também o ano em que a Canonical encerrou sua presença comercial direta no país.
Parabéns pelos 9 anos, Ubuntu! Que o 10º seja aberto, franco, comunitário e de avanço técnico. (via lists.ubuntu.com - “Announcing Ubuntu 4.10 "The Warty Warthog Release"”)