O novo serviço da Google, cuja data de lançamento foi anunciada em Fevereiro, oferece aos utilizadores a possibilidade de armazenarem virtualmente ficheiros de texto e imagem, bem como ficheiros com conteúdo audiovisual.
Os documentos permanecem guardados nos servidores da empresa e podem ser acedidos a partir de dispositivos fixos ou móveis com ligação à Internet que incluem os "gadgets" da "Apple", "IPhone" e "IPad".
No entanto, após a leitura da lista de condições e termos de uso do serviço para que se possa aceder à "Google Drive", conseguem identificar-se várias contradições entre os artigos descritos.
De forma a acompanhar o desenvolvimento tecnológico, a Google decidiu criar a "Google Drive", também apelidada de "nuvem", e começar a competir com plataformas virtuais de armazenamento de dados como a "Dropbox" e a "Box", que têm garantido sucesso entre utilizadores de todo o mundo. Na base da criação da ferramenta esteve a evolução dos dispositivos de comunicação aliada à crescente utilização de "smartphones" e "tablets" e ao crescimento do número de pessoas com acesso à Internet.
Para garantir o sucesso da aposta num serviço de armazenamento virtual, a Google disponibilizou gratuitamente cinco gigabytes contra os dois gigabytes oferecidos pela "Dropbox". Ainda assim, a polémica associada a várias armadilhas encontradas na lista de condições e termos de uso no serviço está a prejudicar tanto a imagem da empresa como a os utilizadores que já subscreveram o serviço.
As condições do serviço parecem ser corretas e favoráveis às necessidades do utilizador, mas depois começam a contradizer-se. Inicialmente pode ler-se: "Os nossos serviços permitem o envio de ficheiros, sendo o utilizador o titular dos direitos de propriedade intelectual sobre esse mesmo conteúdo", segundo avançou o jornal espanhol "El Mundo".
Por outro lado, após uma leitura mais atenta às diretivas apresentadas, lê-se em letras pequenas: "O utilizador concede à Google e aos seus colaboradores uma licença internacional para usar, armazenar reproduzir, modificar, criar a partir de, comunicar, publicar e distribuir determinado conteúdo", reforçando que "os direitos conferidos pela aceitação da licença serão usados apenas com o fim de proporcionar e melhorar o serviço da plataforma".
"Este é um contrato de edição camuflado de condições e termos de uso", garante Carlos Sánchez Almeida, advogado especializado em tecnologia, contrapondo as declarações de um dos responsáveis pela "Google Drive" que aconselham a quem fez as acusações a "ler com atenção todos os artigos das condições e termos de uso do serviço".
"Em vários artigos está estipulado que os utilizadores que decidem partilhar os ficheiros com outros utilizadores, previamente deram autorização à Google para partilhar esses mesmos arquivos com os colaboradores da empresa para que, caso seja necessário, possam dar a ajuda técnica necessária", reforçou.