O Google Glass ainda nem chegou ao público, mas já preocupa especialistas da visão, que alertam para riscos de fadiga ocular e dores de cabeça e no pescoço. "Enquanto o Google Glass é uma tecnologia completamente nova de display interativo, há algumas coisas que podemos presumir baseados nas informações que o Google disponibilizou" , afirmou ao Mashable o oftalmologista Nathan Bonilla Warford.
"Os consumidores podem ter um impacto fisiológico enquanto usam esses óculos, como um aumento da fadiga ocular e o ressecamento dos olhos por causa da redução das piscadas" , acrescentou. "Isso pode causar dores de cabeça e no pescoço, sintomas semelhantes ao da síndrome da visão no computador e da tensão ocular digital."
A fadiga ocular associada a longos períodos na frente da tela do computador pode ficar ainda pior com o Google Glass e aumentar a irritação nos olhos, já que o dispositivo fica muito mais próximo. "Os óculos ficam perto demais do foco dos olhos, então a tela pode alterar a luz que é percebida quando está localizada acima e para o lado, a cerca de 60 centrímetros", completou Warford.
Um porta-voz do Google garantiu ao Mashable que a empresa tem estudado aspectos de conforto e design com muito cuidado, e que ainda não encontrou motivos para preocupação. Mesmo assim, para o médico Michael Ehrenhaus, do New York Cornea Consultants, o maior problema não está na irritação dos olhos, mas sim na distração que o Google Glass pode causar no usuário.
"Ainda precisamos aprender mais sobre a tecnologia e o que exatamente as pessoas vão ver, mas talvez não ocorra tanta fadiga ocular" , afirma Ehrenhaus. "O maior problema é que você não vai querer cair em um bueiro enquanto tenta olhar uma imagem nos óculos."
Nesta semana, o Google abriu um concurso para distribuir exemplares dos óculos inteligentes nos Estados Unidos. Desenvolvedores de aplicativos residentes no país podem participar, mas o projeto não sai de graça. Os vencedores terão que desembolsar US$1,5 mil pelo acessório.