Soldados rôbos: A ética envolvida nas batalhas futuras
Já há demonstrações de aeronaves não tripuladas, como a X-47B, que pode muito bem fazer uma missão, por si só, sem o envolvimento de um "piloto". Existem sistemas de mísseis como o Patriot que pode identificar e engajar alvos automaticamente. E a partir daqui não é um salto tão improvável para um verdadeiro robô guerreiro, um desenvolvimento com enormes implicações para a maneira como conduzimos e até mesmo conceberemos combate.
Em um tapete em um laboratório no Georgia Institute of Technology (Georgia Tech), em Atlanta, os robôs do professor Henrik Christensen estão à procura de insurgentes. Christensen e sua equipe da Georgia Tech estão trabalhando em um projeto financiado pelos sistemas da empresa de defesa BAE. Seu objetivo é criar veículos não tripulados programadas para mapear um esconderijo inimigo, permitindo que os soldados humanos obtenham informações vitais sobre um edifício de uma distância segura.
"Estes robôs irão, basicamente, se espalhar", diz Christensen, "eles vão através do ambiente e irão mapear o que parece, de modo que o tempo de reconhecimento da inteligência local é extremamente reduzido. "A ênfase neste projeto é de reconhecimento e coleta de inteligência. Mas a literatura científica tem levantado a possibilidade de robôs armados, programados para se comportar como gafanhotos ou outros insetos que juntos em enxame descem em nuvens na direção dos alvos inimigos que aparecem no campo de batalha. Cada membro do enxame robótico poderia transportar uma ogiva pequena ou usar sua energia cinética para atacar um alvo.
Peter W Singer, um especialista no futuro da guerra do Brookings Institution, Washington DC, diz que a chegada no campo de batalha do robô guerreiro levanta questões profundas. "De vez em quando na história, você tem uma tecnologia que vem e é uma virada de jogo", diz ele. "São coisas como a pólvora, são coisas como a metralhadora, a bomba atômica, o computador... e robótica é uma delas."
"Quando dizem que pode ser um divisor de águas", diz ele, "isso significa que ela afeta tudo, desde as táticas que as pessoas usam no chão, à doutrina, como organizamos as nossas forças, para as grandes questões da política, direito, ética, quando e onde ir para a guerra."
Jody Williams, a americana que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1997 por seu trabalho levando a campanha para banir as minas terrestres antipessoas, insiste que os sistemas autónomos atualmente em desenvolvimento serão, em devido tempo, capazes de desencadear uma força letal.
Williams destaca que os termos de valor gratuitos, como "sistemas autônomos de armas" deve ser abandonada. "Nós preferimos chamá-los de robôs assassinos", diz ela, definindo-os como "armas que são letais, armas que por conta própria pode matar, e não haveria nenhum ser humano envolvido no processo de tomada de decisão. Quando eu aprendi sobre isso", ela diz, "Eu estava honestamente horrorizada o simples pensamento de que os seres humanos pensam sobre a criação de máquinas que podem ser indefinidamente soltas para matar outros seres humanos, acho repulsivo".
Mas o professor Ronald Arkin, do Georgia Tech tem uma visão diferente. Ele apresentou o conceito de um sistema de armas controlada por um assim chamado "governador ético". Não teria que ter nenhum ser humano fisicamente puxando o gatilho, mas poderiam ser programados para cumprir com as leis internacionais de guerra e regras de engajamento.
"Todo mundo levanta seus braços e diz, 'Oh, robôs do mal, oh, robôs assassinos'", mas ele observa, "temos soldados assassino lá fora. Atrocidades continuam e eles continuaram desde o início da guerra." Sua resposta é simples: "Temos de colocar a tecnologia e utilizar para abordar as questões de redução de não-combatentes mortos no espaço de batalha".
Fonte: BBC
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