Investigador considera que petições on-line «não têm qualquer fiabilidade»
As petições on-line “não têm qualquer fiabilidade”, uma vez que qualquer pessoa pode “inventar” uma série de nomes e assim fazer crescer “exponencialmente” o número de signatários, disse hoje à Lusa um investigador da Universidade do Minho (UMinho).
Segundo Henrique Santos, do Departamento de Sistemas de Informação da UMinho, “o interessado na petição pode passar o dia a acrescentar alegadas assinaturas e mesmo a inventar nomes, já que não há qualquer forma de controlar a fiabilidade do processo”.
“Ninguém vai validar as assinaturas, nem sequer há essa possibilidade”, acrescentou.
A petição “Pela Liberdade de Investigação Académica”, lançada depois de a Portugal Telecom ter ameaçado processar um investigador da UMinho que falou em “fortes indícios de corrupção” no processo de instalação da TDT em Portugal, apresenta Yasser Arafat, Barak Obama, Cristiano Ronaldo ou Quim Roscas como alguns dos quase 7.500 signatários.
“A fiabilidade está à mostra”, reagiu Henrique Santos.
Já na petição contra o Centro de Criatividade de Póvoa de Lanhoso aparece pelo menos quatro vezes o nome da vereadora da Cultura na Câmara local, Fátima Moreira, em dois dos casos com comentários cheios de erros ortográficos graves.
“Essa é outra debilidade do sistema, já que qualquer um pode inventar um endereço de e-mail e associar-lhe o nome de uma pessoa conhecida. A fiabilidade destas petições é zero”, acrescentou Henrique Santos.
As petições estão disponíveis no “site” http://www.peticaopublica.com/.
A Lusa contactou, por e-mail, este site e aguarda resposta.
Diário Digital com Lusa