Os indicadores do INE mostram que desde 2008 a adesão às TIC por parte dos portugueses tem sido sempre positiva, e no espaço de quatro anos, o crescimento do número de casas com PCs, Internet e banda larga foi de cerca de 30% nas três áreas. Segundo os dados do INE, a 98% das ligações à Internet que existem são feitas em regime de banda larga.
Geograficamente as regiões de Lisboa e Açores são as que têm as taxas mais elevadas de famílias com acesso a computador, ligação à Internet e ligação através de banda larga em casa, sendo o Alentejo a zona com taxas de adoção mais baixas destas TIC.
Entre 2008 e 2012 o número de pessoas entre os 16 e os 74 anos que utilizam o comércio eletrónico - grupo que acaba por representar a quase totalidade da população nacional com poder de compra - cresceu mais de 100%, situando-se atualmente em 13,3% dessa população analisada. Também no ecommerce as regiões de Lisboa e Açores apresentam os valores mais altos a nível nacional, com 17% e 15% respetivamente a fazerem compras online.
Os homens usam mais os computadores (67%) e a Internet (65%) em comparação com as mulheres (58% e 56% respetivamente), mas a diferença de géneros a nível do uso do comércio eletrónico é pouco acentuada, sendo de 14% nos homens e 13% nas mulheres.
Os estudantes (99%) e as pessoas com qualificações superiores (95%) são os grupos sociais que apresentam as maiores taxas de utilização de computadores e de Internet. Em contrapartida os inativos (23%) e as pessoas com baixos níveis de escolaridade (43%) fazem um baixo uso das TIC.
O estudo revela ainda que 60% das pessoas com idades compreendidas entre os 16 e os 74 anos fazem uso da Internet, e dentro destes, 35% faz o acesso a partir de dispositivos móveis. O número é um indicador de como o crescimento dos smartphones (20,7%) está a transformar os acessos em Portugal, ainda que os computadores portáteis sejam os dispositivos mais usados (26,8%) para os acessos em mobilidade.
Enviar emails (70,1%), aceder a redes sociais (63,1%) e aceder a notícias (53,5%) são as atividades mais recorrentes nos utilizadores nacionais relativamente aos acessos à Internet feitos fora de casa.
Das pessoas que não têm acesso à Internet móvel, 80% diz "não ter necessidade de aceder à Internet fora de casa e do local de trabalho", enquanto 32% culpa os elevados custos destes acessos, quer em tarifário quer em equipamentos.
Os dados do Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias são relativos ao ano de 2012 e foram feitos pelo INE em colaboração com a ex-UMIC. O inquérito foi aplicado a "agregados familiares compostos por pelo menos uma pessoa entre os 16 e os 74 anos" e foi realizado por "meio de entrevista direta e telefónica, com recurso a computador", entre abril e maio de 2012. A amostra foi constituída por "9.824 alojamentos familiares de residência principal, a que correspondem 6.650 agregados domésticos".