Os dados apresentados durante o HP Fall Printing são apenas referente à Europa, Médio Oriente e África (EMEA), mas os casos registados nesta região são representativos do que se passa noutros mercados. Em 2012 foram apreendidos mais de 1,4 milhões de cartuchos ilegais, foram realizadas 300 ações de detenção, e a empresa recebeu cerca de mil denúncias de clientes e empresas parceiras.
Na opinião da HP existem riscos associados à utilização de cartuchos de impressão contrafeitos, sobretudo a nível económico pois além de o utilizador pagar por um equipamento que depois pode até nem funcionar na impressora, está sujeito a que o produto contrafeito danifique o dispositivo de impressão.
Os riscos estendem-se também à área ambiental, tendo em conta que as "máfias da impressão" não têm a ecologia como uma das preocupações na hora de reproduzirem ilegalmente os cartuchos. Estes grupos de contrafação fazem uso de materiais mais baratos para gerarem grandes margens de lucro, que muitas das vezes chegam aos 50%, havendo um baixo risco de resposta dada pelas entidades legais, por as penas serem baixas nos casos de contrafação.
A gestora de programas de marketing da HP, Tina Rose, explicou ainda que ecologicamente os produtos contrafeitos são prejudiciais pois obrigam a que o mesmo ato de impressão tenha que ser repetido devido à baixa qualidade dos resultados obtidos.
A China e a Rússia são vistas como grandes focos onde este tipo de crimes é mais recorrente, mas na Europa também existem casos. Na Alemanha foi encontrada uma fábrica onde tinham sido fabricados 80 mil produtos contrafeitos, e em Itália duas empresas foram multadas pela mesma razão. A própria cidade de Barcelona é um centro de contrafação, muito por causa do porto naval que é usado para a descarga das mercadorias ilegais, que depois são espalhadas um pouco por toda a Europa. Em Portugal a realidade da contrafação de cartuchos de impressão ainda é pouco relevante, segundo foi revelado à imprensa.
As empresas responsáveis pela distribuição dos tinteiros e toners são também muitas vezes enganadas, vendendo um produto falso ao consumidor final. Este tipo de acontecimentos põe em causa toda a cadeia de negócio estabelecida entre fabricante e consumidor, pois segundo um estudo, cerca de 80% das empresas admite trocar de fornecedor caso receba destes cartuchos de impressão contrafeitos.
A Hewlett-Packard tem promovido algumas iniciativas para tentar combater o problema, como campanhas de prevenção onde são dadas informações sobre as características que distinguem um produto HP de um produto contrafeito. A tecnológica norte-americana tem tentado, em conjunto com equipas de investigação, identificar situações que levem ao desmantelamento de grupos mafiosos que contrafazem tinteiros e toners.
Num estudo encomendado pela HP, a consultora Forrester concluiu que 70% das PME consideram que os produtos contrafeitos têm uma qualidade inferior aos produtos originais, o que já mostra a existência de uma "educação" relativamente aos cartuchos de impressão ilegais.
A empresa norte-americana tem desenvolvido algumas técnicas de proteção que ajudam a identificar casos de contrafação. Os novos selos de autenticação têm um QR Code incorporado que, quando é fotografado, confirma se o produto é genuíno, ou têm um holograma que funciona através de movimentos e que tem uma técnica de reprodução que ainda não foi reproduzida, devido aos elevados custos deste tipo de segurança.
