O Android sempre teve um navegador web nativo, mas o Google mantém também o Chrome, uma versão bem mais completa aproveitando mais a base de código do Chrome dos desktops. Uma versão estável dele foi lançada em junho do ano passado. Ela vem sendo atualizada de lá para cá.
Paralelamente há a versão beta, com recursos mais novos. Ela pode ser instalada e mantida lado a lado com a estável. Os recursos que aparecem primeiro no beta são migrados para a estável um tempo depois. Nesta semana o beta foi atualizado com um recurso de proxy para comprimir as páginas, muito similar ao modo Turbo do Opera (agora "off-road").
O proxy do Google funciona com o SPDY, um recurso para otimizar as transferências via HTTP. Há uma série de otimizações nas bibliotecas do PageSpeed, que foram otimizadas para o Chrome.
O método de compressão lida com os códigos das páginas, removendo coisas desnecessárias (espaços, quebras de linha, metadados, comentários, etc). As imagens são transcodificadas para o formato WebP, que gera arquivos menores. No final tudo é comprimido com o gzip, permitindo que o pacote da página seja transmitido usando menos dados do que se o navegador acessasse a página diretamente.
Apenas as transferências HTTP passam pelo proxy, não as HTTPS, evitando o comprometimento dos dados em conexões seguras. Este recurso é ideal para quem utiliza conexões mobile lentas ou muito limitadas (como as populares aqui no Brasil). As páginas carregam mais rápido e gastam menos do limite de banda.
Apesar de estar presente na atualização do Chrome beta para Android, o proxy de compressão de dados é experimental e precisa ser ativado manualmente entrando em chrome://flags (marque lá a opção "Experimental Data Compression Proxy").
Detalhes sobre o proxy de compressão do Google estão nesta página:
Além do proxy a ser usado no navegador mobile o Google trabalha com uma série de recursos de otimização. Um deles é o mod_pagespeed, que pode ser instalado no servidor Apache. Ele comprime as páginas e unifica arquivos de script, além dos CSS. Imagens pequenas são embutidas diretamente nas páginas, reduzindo a quantidade de chamadas a arquivos no servidor. Na prática gasta-se um pouco mais de processamento para gerar o cache, mas uma vez lá, as páginas são entregues mais rapidamente e o consumo de banda é menor (o que é bom tanto para o cliente como para o servidor, claro).
O Chrome beta para Android pode ser baixado no Google Play:
Ele requer no mínimo o Android 4.0, o que o deixa de fora de boa parte dos aparelhos existentes.