...de licença mista de seu empregador.
A história é complexa: o código que o desenvolvedor enviou para fora da empresa em que trabalhava é baseado em código aberto, com modificações feitas por ele mesmo, durante o horário do expediente e para uso pela empresa.
Como o código executável não foi distribuído pela empresa, a licença não a obrigava a distribuir os fontes que modificou. Como as modificações foram feitos no horário do expediente por um desenvolvedor contratado para isso, o direito autoral pertencia à empresa, e não a ele. E consta que o contrato entre o desenvolvedor e a empresa previa expressamente o compartilhamento de código ou o seu envio para fora da mesma.
Mas o desenvolvedor, que não gostava da forma como a empresa usava código open source sem retribuir, pediu demissão e durante o aviso prévio compartilhou consigo mesmo por meio de um repositório SVN gratuito o código em questão, pensando em reaproveitar depois os trechos open source dos mesmos e lembrar do que fez com eles para o caso de voltar a precisar fazer (segundo sua versão).
Foi um erro lamentável (no mínimo), mas a partir daí começa a parte realmente tensa: FBI, detenção, a confiante mas temerária recusa ao direito de contar com o auxílio de um advogado ao depor, condenação, 8 meses de cadeia, apelação, liberdade, nova acusação, cadeia de novo, novo recurso, e assim por diante, numa história que ainda não acabou.
É incrível como em alguns países (praticamente todos) o sistema jurídico é tão desfasado da realidade, tão desequilibrado. Basta ver este exemplo, algum código com licenças livres (e se calhar com licenças que obrigam a liberdade em versões modificadas) gerou uma punição de cadeia durante quase uma década. Por outro lado, há políticos a roubar constantemente, há gestores a serem descobertos de roubos gigantes e... pouco ou nada acontece quando comparada com esta situação.