Partido Pirata do Brasil é criado oficialmente no Recife

[Claudio Novais]

Evento na capital pernambucana contou com
a presença do idealizador do Partido Pirata no
mundo, o sueco Rick Falkvinge

Um ato realizado na noite de sábado no Recife formalizou a criação do Partido Pirata do Brasil. De acordo com o movimento, mais de 100 pessoas de 15 Estados do País estiveram presentes. Os militantes assinaram o programa, o estatuto e elegeram a primeira direção nacional da nova sigla, o PPBr, que já existia no papel desde 2007.

O movimento político surgiu a partir da rede Internacional de Partidos Piratas, uma organização ligada a ativistas da tecnologia, e tem como bandeira, por exemplo, a inclusão digital, o uso de softwares livres e a construção de políticas públicas colaborativas. A reunião na capital pernambucana contou com a presença do idealizador do Partido Pirata no mundo, o sueco Rick Falkvinge. Ele veio ao Brasil para ajudar na criação da legenda e também participou de eventos como o Fórum Internacional do Software Livre, em Porto Alegre, e a Campus Party, no Recife.

Eu passei os últimos dias viajando pelo Brasil, ministrando palestras e conhecendo os ativistas e fiquei com uma impressão muito positiva do movimento e da cultura

Rick Falkvinge deixou o País neste domingo, dizendo: "Minha impressão de que o Brasil tem a habilidade e a capacidade para dar um golpe nas economias dominantes atuais

Segundo o PPBr, o movimento já possui todos os documentos necessários para informar legalmente a sua criação ao TSE. O próximo passo é iniciar a coleta de 500 mil assinaturas. A primeira direção nacional eleita do Partido Pirata tem como secretário geral, Alexssandro Albuquerque "Bauer".

O estatuto aprovado no sábado já está no ar e define que o partido é uma "associação voluntária de cidadãos que se propõem a lutar pela proteção dos direitos humanos, por liberdade de expressão, pelo direito civil à privacidade das informações em todos os suportes e meios de transmissão e armazenamento, pela liberdade de aquisição e de compartilhamento de conhecimento e tecnologias, incluindo transformações políticas e sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais destinadas a garantir a propagação da informação de forma livre e sem impedimentos, com o objetivo de colaborar na construção e desenvolvimento de um Estado Democrático de Direito mais transparente e justo".

Artigo Original:

---

• http://noticias.terra.com.br/brasil/not ... ecife.html

[Davysson Silva]

Parece que finalmente vamos ter um partido que se preoculpe com o povo. Se conseguirem fazer o que fazem em outros paises é realmente uma grande notícia.

[fernandgoncalves]

Contradição, inovação tomando 'velhas fórmulas de participação politica ?'

Tecnologia não é fim. É meio. Pode "um Partido Político" ser inteiro se levanta as bandeiras propostas pelo Partido Pirata, ora em criação ?!!!

[Bitetti]

Contradição, inovação tomando 'velhas fórmulas de participação politica ?'

Tecnologia não é fim. É meio. Pode "um Partido Político" ser inteiro se levanta as bandeiras propostas pelo Partido Pirata, ora em criação ?!!!

Se troca de arquivos pode virar religião em outro pais... de qualquer forma o ambiente da Internet virou hoje uma zona semi-desmilitarizada.

[Ron Alon]

Eu voto no partido pirata.

[Claudio Novais]

construção de políticas públicas colaborativas.

O que quererão dizer com isto? Penso que este é o maior problema no Brasil, em que os políticos fazem o que querem consoante quem paga mais. Talvez uma colaboração menos democrática (no sentido de que quem é elegido representa totalitariamente o povo) e mais ativa por parte das tecnologias, nomeadamente por exemplo como acontece com concursos via facebook em que os likes ditam as vitórias, seja algo que tenha um futuro rizonho. E calma, disse, "menos democrática" e nunca "decisões sempre via votação".

[ruimb]

Bom se levarmos pelo lado moral da história, nossos artistas favoritos serão obrigados a ganhar quase nada pelo trabalho realizado, e a indústrias "gráficas" de: cinematográfica, fonográfica, etc. serão obrigados a derrubar os valores de seus produtos, assim dando a chance dos mais humildes ter acesso a tais produtos, e é aí que entra a parte moral, quem trabalha de graça? Correríamos risco de não ter mais nada sendo produzido porque alguém irá piratear.

Enfim, não é uma faca de dois gumes? Eu sou a favor da pirataria, mas em cima de produtos superfaturados. (pena que não existe carne bovina pirata hsuahsuahua).

[Claudio Novais]

Não sou a favor da pirataria! Que fique bem claro isso! Sou a favor de um mundo muito menos capitalista, de um mundo em que a indústria não precisa de desnivelar de forma desleal os ganhos das pessoas.

A indústria, diga-se alguns gestores, têm lucros absurdos que talvez num ano pagariam centenas de salários vitalícios a pessoas normais. Esta diferença abismal de lucros entre indústria e pessoas normais, é errada e devia ser combatida. Não estou a dizer que apoio comunismo, também não apoio isso, pois é utópico e só dá azo a preguiça e elimina a dedicação para melhorar na vida.

Reparem, a indústria cinematográfica e musical tem sobrevivido porque tem feito inúmeras alterações às leis dos países. Porque na verdade essa indústria centra-se acima de tudo em empresas de distribuição que outrora eram necessárias mas agora com a Internet já não o são.

Significa portanto que os artistas não precisam da indústria para nada (em teoria, pois na prática ela abafa qualquer um que não tenha contrato com ela) e poderiam ganhar dinheiro diretamente ou praticamente sem ter de ceder quotas enormes para a indústria.

Por fim, sou da opinião que um artista não precisa de ser milionário. Um artista pode eventualmente ganhar muito mais dinheiro que uma pessoa normal, pois efetivamente as suas cordas vocais e imaginação são especiais (falando de cantores claro). No entanto, não me parece que a profissão de cantor tenha de ser inevitavelmente sinónimo de lucros absurdos. Porque não o cantor ser apenas rico e não milionário como vemos inúmeros artistas por aí fora.

Portanto em suma, digo que numa era moderna como a nossa, a mentalidade não pode manter-se desatualizada e por causa disso ceder à indústria que faz isto para obter lucros e não porque acha bonito vender CDs à moda antiga. É neste sentido portanto que acho importante que se combata claramente e abertamente todas estas tentativas de limitação da nossa liberdade de expressão. Todas estas lutas que têm acontecido começaram porque a indústria quer manter-se rica, muito rica mesmo. E acreditem sem ela (pelo menos a musical) tudo se mantinha igual e talvez até os cantores fossem bem mais ricos!

[Ron Alon]

Bom se levarmos pelo lado moral da história, nossos artistas favoritos serão obrigados a ganhar quase nada pelo trabalho realizado

Artista não ganha nada com cds, músicas digitais e coisas do tipo. Artista ganha dinheiro com show. Os artistas vão continuar ganhando (e ganhando até mais) com divulgação maior. Foi-se a era que gravar cd deixava rico. Hoje as gravadoras servem para o artista como uma prestadora de serviço (lança o álbum, divulga singes e clipes e só), enquanto a maior parte vai pelos fãs indo aos shows.