Se você acompanhou as notícias recentes, sabe que o popular site Wikileaks ficou fora do ar por alguns dias devido a uma série de ataques de negação de serviço, ou DDoS, que é a mesma tática utilizada pelo grupo-irmão Anonymous.
Até então, ninguém sabia quem estava atacando o Wikileaks e por que estava fazendo isso mas, em pouco tempo, as peças desse macabro quebra-cabeças começaram a se juntar.
Na operação AntiSec, realizada pelo Anonymous no final do ano passado, o grupo roubou dados confidenciais de várias empresas, incluindo uma chamada Stratfor, dirigida por ex-agentes da CIA, a central de segurança dos EUA. O conteúdo desses e-mails revelou algo assustador: a Stratfor teria criado uma versão enxuta de um software de reconhecimento facial e o estaria instalando em várias câmeras de rua.
Isso não é uma teoria da conspiração e já foi denunciado em vários sites respeitáveis. As implicações desse projeto são muito graves. No mínimo, significariam que órgãos do governo poderiam identificar todos os cidadãos que estivessem caminhando na rua fazendo coisas qualquer e, com isso, vigiar os seus atos, traçando perfis de consumo e de comportamento.
Não é novidade que câmeras de vigilância públicas já estão sendo implantadas no Brasil. A priori, elas serviriam para dar mais segurança à população pois, através delas, a polícia poderia identificar e prender bandidos rapidamente, mas no momento em que essas câmeras vem com um sistema de reconhecimento facial, elas se tornam uma ameaça à nossa própria segurança. Alguém com ideias contrárias a um projeto do governo poderia ser rapidamente identificado e sumir do mapa sem deixar vestígios (o quê? O Governo não faz isso? Ah tá, espera o Papai Noel então).
Se esse projeto for adiante, não há sombra de dúvida de que ele passará a ser implementado também em outros países, afinal, temos a mania de achar que tudo que os EUA fazem é superior e melhor. Há alguns anos, a operadora de telefonia Oi implementou um software da Phorm que, apesar das “justificativas” da operadora, tem o único objetivo de vigiar a navegação do usuário na internet, tendo inclusive já sido banido da Europa. Se uma empresa privada conseguiu fazer isso, o que nos garante que nossos órgãos policiais e governamentais , que na teoria deveriam nos proteger, não irão, em breve, adotar o Trapwire e começar a traçar um perfil de seus cidadãos?
Pelo visto, a era da liberdade digital está acabando e todos estamos entrando no Big Brother – mas não seremos nós quem vamos dar uma espiadinha. Daqui a pouco, para nossa própria segurança, não poderemos sequer sair de casa.
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