Sistema da Mozilla para celulares promete ser mais barato e consumir menos dados
SÃO PAULO – Em março, a Mozilla apresentou seu sistema operacional para celular, batizado de Firefox OS, e deixou no ar a promessa de um competidor à altura para Android, do Google, e iOS, da Apple. Na época, foi anunciada também a parceria com o grupo espanhol Telefónica, que escolheu o Brasil para ser o primeiro país a receber um aparelho com o sistema, esperado para o primeiro trimestre de 2013.
O Link teve acesso a um desses celulares, que usam tecnologias abertas da web, como HTML5. Isso garante fácil interação entre sistema e aplicativos, menos trabalho para desenvolvedores e – o que importa para a maioria das pessoas – smartphones competentes e baratos.
“Decidimos apostar em uma solução aberta e vimos que a Mozilla também ia na mesma direção”, diz Pablo Larrieux, diretor de Inovação da Telefônica/Vivo. Segundo o executivo, a Mozilla cuida dos aspectos técnicos, enquanto a operadora se beneficia do trabalho engajado da comunidade de desenvolvedores voluntários que se dedicam a aprimorar os produtos. O navegador Firefox é exemplo dessa interação.
“Essa comunidade conhece toda a estrutura do telefone, e a Mozilla dá a ferramenta para eles fazerem o que bem quiserem. Isso canaliza a capacidade criativa dessas pessoas, é fonte de pura inovação”, diz Larrieux.
A empresa espanhola é a responsável por definir o fabricante (ou os fabricantes) dos modelos de dispositivos que vão usar o Firefox OS. Essa escolha é fundamental para o sucesso do novo sistema, que oferece funcionalidades dos smartphones atuais a um preço mais razoável.
“O que queremos é dar às pessoas que não têm smartphone a chance de ter um. Não queremos tomar espaço de Androids e iPhones”, disse o engenheiro da Mozilla, Chris Heilmann, durante sua visita ao Brasil. “Há pessoas que demandam usos mais simples: mandar mensagens, checar e-mail e usar a web. Algumas pessoas vão querer usar o Android para isso, mas outra grande parte vai preferir o Firefox por ser mais barato.” Por ter características de mercado assim é que o Brasil foi escolhido.
Para Heilmann, o Firefox OS pode mudar o perfil passivo do usuário de celular. “Tablets e smartphones fechados tornaram as pessoas meros consumidores”, diz.
SISTEMA ONLINE
O que significa dizer que o OS é baseado na web?
Os apps são baseados em tecnologia web como HTML5, CSS e JavaScript. Eles ficam armazenados no aparelho e podem ser acessados a qualquer momento. Outras plataformas móveis fazem o mesmo, mas eles esperam que você escreva seus apps em Java ou Visual C.
Os aplicativos terão de ser baixados?
Sim, pela Mozilla Marketplace, que também aceita aplicativos de outras plataformas. A razão disso é que apps são mais protegidos, para evitar malware e vazamento de dados pessoais.
Eles podem ser acessados mesmo estando sem conexão?
O Firefox OS usa o cache da web para gerenciar aplicativos em modo offline. A conexão com a internet só é imprescindível para atualizações e, por exemplo, para comparar pontuações em games com amigos, etc.
Se tudo está na web, então o gasto com dados será maior?
Não, pelo contrário. O uso de padrões web garante o uso de aplicativos mais leves e que podem ser atualizados em partes – só se baixa o conjunto de novidades. Atualizações de games normalmente exigem o download do novo app na íntegra.
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