A troca e partilha de dados através da "nuvem" faz parte do tráfego total estimado para os data centers. Mas dentro dos tipos de conteúdos transferidos, a cloud é o tipo de tráfego de dados que vai conhecer um crescimento mais rápido, cerca de 44% por ano.
O Cisco Global Cloud Index calcula que os 683 exabytes de tráfego na cloud registados em 2011 serão 4,3 zetabytes em 2016. A troca de dados na "nuvem" será ainda responsável por dois-terços do volume total de dados que serão processados pelos data centers em 2016. Os centros de dados vão crescer dos 1,8 zetabytes em 2011 para os 6,6 zetabytes previstos para 2016, num crescimento médio anual de 31%.
"A previsão deste ano confirma o grande crescimento no uso de data centers e do tráfego cloud como principais tendências, uma expansão motivada pela crescente apetência de aceder à nossa informação pessoal e profissional em qualquer lugar, a partir de qualquer dispositivo. A este crescimento junte-se o aumento esperado do número de objetos e dispositivos conectados", referiu em nota de imprensa Doug Merritt, vice-presidente sénior de marketing corporativo da Cisco.
Os números podem parecer surpreendentes, mas o relatório anual chama a atenção para o facto de maior parte do tráfego dos data centers não ter origem nos utilizadores comuns mas antes em tarefas de computação na cloud, o que acaba por se tornar "invisível" para as pessoas.
Do volume total de dados processados, 76% serão relativos a operações de armazenamento, produção e desenvolvimento de dados feitos dentro dos próprios data centers. Apenas 17% do tráfego será gerado pelos utilizadores finais em navegação na Internet.
As regiões do Médio Oriente e o continente africano são as localizações que terão a maior taxa de crescimento em cloud computing até 2016, enquanto a região Ásia-Pacífico será aquela que mais dados processará, ultrapassando inclusive os EUA e o Canadá. O relatório da Cisco concluiu ainda que apenas a Europa Ocidental tem um "desempenho razoável" para aplicações de computação na "nuvem" de nível intermédio através das redes móveis.
As previsões da Cisco foram feitas a partir de 40 terabytes de amostras de tráfego de vários data centers mundiais recolhidas em 2011, às quais se juntam estudos de mercado feitos pela empresa e por entidades parceiras.
Em Portugal, a PT anunciou esta semana um serviço de armazenamento de dados na "nuvem", enquanto a também empresa nacional Lunacloud continua a expandir os serviços de cloud computing por vários países da Europa, tendo já sido distinguida pela forte presença no setor.