A operadora de Internet Elisa foi uma das poucas operadoras europeias que não aceitou de bom grado a decisão de ter que bloquear todos os acessos que fossem feitos ao The Pirate Bay a partir dos seus serviços. A empresa tinha feito um primeiro apelo ao Tribunal de Recurso finlandês, mas foi rejeitado. A Elisa recorreu depois ao Supremo Tribunal de Justiça que agora também recusou o pedido da operadora.
O The Pirate Bay tem nas suas páginas links para conteúdo pirateado e foi acusado pelas organizações dos direitos de autor da Finlândia de violação de copyright. O julgamento começou em maio de 2011 e foi reconhecida razão à acusação, que pedia o banimento do site de torrents do país.
O tribunal ordenou então que todas as operadoras de serviços de Internet bloqueassem o site aos clientes que tentassem aceder à página do The Pirate Bay. A multa era de cem mil euros por dia para os que desrespeitassem as ordens. A Elisa bloqueou o site, mas decidiu fazê-lo com alguma luta.
"Na nossa opinião, são necessárias medidas legisladas para clarificar a situação, onde as entidades oficiais resolvem a questão de como reconciliar a lei e o direito à comunicação dos utilizadores. A solução encontrada tem que ser acatada igualmente por todas as operadoras de serviços", comentou Henri Corpi, diretor de negócios da Elisa.
Segundo a BBC, alguns grupos defensores dos direitos de liberdade na Internet já manifestaram preocupação com a decisão tomada, considerando que coloca em causa a liberdade de expressão e acesso dos internautas.
"O bloqueio da Web não parece estar a reduzir o número de infrações mas a alinhar com as indústrias de direitos de autor e a sua política de censura. Está a encorajar mais situações de censura e tecnologias aprimoradas para censurar", comentou acerca da decisão Jim Killock, presidente do grupo Open Rights.
A Finlândia junta-se assim ao Reino Unido, Itália e Holanda, países onde os tribunais já decretaram o bloqueio do site de partilha de conteúdos digitais.
Em setembro um dos cofundadores do serviço de torrents foi detido no Camboja, depois de ter sido condenado em 2009 juntamente com os restantes fundadores a um ano de prisão por partilha ilegal de conteúdos digitais. Os atuais responsáveis pelo The Pirate Bay mudaram o serviço para a cloud evitar os problemas judiciais.