Nova técnica permite traçar «retrato» de suspeitos a partir de ADN
Geneticistas israelitas desenvolveram um método que possibilita a identificação simultânea e rápida de várias características físicas de pessoas a partir de amostras de ADN.
O método, desenvolvido pelos cientistas Dany Berkovitz e Yoram Plotsky, poderá agilizar a busca de suspeitos de crimes, pois concentra vários exames num só «chip genético» e possibilita a identificação muito mais rápida do tipo físico do dono do ADN.
«A partir de um fio de cabelo poderemos saber rapidamente se a pessoa é homem ou mulher, alta ou baixa, tem cabelos lisos ou crespos, qual é sua idade e cor de olhos, origem étnica e muitas outras características», afirmou Plotsky, que é director do laboratório Galil Genetic Analysis (GGA), no norte de Israel.
O cientista disse à BBC que hoje em dia já existem diversos exames que possibilitam a identificação dessas características, porém cada exame é feito separadamente e o processo pode durar várias semanas.
Com a nova técnica, exames que antes duravam semanas podem ser feitos num dia e o custo do processo é «bem mais barato».
Segundo ele, o novo método possibilitará uma integração dos exames pois será criado um «chip» genético.
«Até hoje as amostras de ADN recolhidas eram comparadas com um banco de dados e se não houvesse compatibilidade explícita, não poderiam ser aproveitadas», afirmou Plotsky.
De acordo com o cientista, dentro de cerca de um ano o método poderá ser amplamente utilizado. O método é fruto do trabalho conjunto do GGA com o Instituto Biotecnológico da Faculdade de Tel Hai.
De acordo com o professor de Genética Molecular de Tel Hai, Dany Berkovitz, o método «fornece instrumentos moleculares para dar pistas à polícia».
«A partir de amostras de ADN, como fios de cabelo ou restos de saliva, poderá ser agilizada a identificação de quem esteve num determinado momento, num determinado lugar, e deixou a amostra no local», afirmou.
De acordo com Berkovitz, «o chip genético possibilita a observação simultânea de vários pontos no genoma e o exame de alterações genéticas paralelamente».
A nova tecnologia possibilitará a rápida eliminação de várias possibilidades e tornará o trabalho da polícia mais eficaz, dizem os cientistas.
De acordo com os cientistas, o método encontra-se em fase de validação e poderá ser comercializado dentro de um ano.