Mais velho computador digital é ligado de novo 61 anos depois
O mais velho computador digital original ainda a funcionar, com cerca de duas toneladas, foi ligado novamente 61 anos depois.
O modelo foi revelado no National Museum of Computingem Bletchley Park, que era na Segunda Guerra Mundial o centro dos esforços na encriptação e descodificação de mensagens nazis, onde Alan Turing quebrou a cifra da «German Enigma».
Originalmente, o computador era chamado de Harwell, mas agora é «Wolverhampton Instrument for Teaching Computing from Harwell» (WITCH).
Foi ligado pela primeira vez em 1951. Entre 1952 e 1957, o aparelho era utilizado para investigação em energia atómica, até que foi cedido à Universidade de Wolverhampton, onde se manteve em uso até 1973. Entre 1973 e 1997 esteve exposto num museu em Birmingham, e depois ficou «desaparecido» em armazém, sendo «redescoberto» em 2009.
Nos últimos três anos o WITCH foi restaurado à sua forma original e agora está exposto em Bletchley, onde corre programas muito velhinhos, originais da década de 1950.
O WITCH é um computador muito simples que lê informação a partir de uma espécie fita, armazenando dados em memória volátil e depois usa retransmissões para fazer cálculos com os valores armazenados.
A informação produzida é disponibilizada ou por uma máquina de escrever electromecânica ou uma fita.
O aspecto mais curioso do WITCH é a sua memória volátil, feita a partir de «dekatrons» – grandes tubos de vácuo que armazenam informação numérica. Como o nome dekatron sugere, o WITCH operava em decimais (base dez), em vez de linguagem binária (zero ou um).
O WITCH tem 40 bancos de oito dekatrons, o que significa que podia armazenar até 50 números de oito dígitos cada. A capacidade de processamento do computador era extremamente lenta, particularmente em comparação com os modelos actuais. Para multiplicar dois números demorava cerca de cinco a dez segundos.
Podia não ser um super-computador, mas o WITCH não cometia erros e podia ser deixado sozinho durante dias sem precisar de intervenção humana.
«Numa férias de Natal e Ano Novo, o computador ficou sozinho com quilómetros de fita para o entreter, durante uns dez dias, e quando voltámos ainda estava a trabalhar», afirmou Jack Howlett, que trabalhou com o modelo na década de 1950.
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