UC participa em projeto para aumentar eficiência energética em datacenters
Chama-se "Guia para aquisição de equipamento eficiente" e é um dos resultados práticos da participação de dois investigadores portugueses da Universidade de Coimbra no projeto europeu PrimeEnergyIT, que visa desenhar e implementar medidas de eficiência energética a aplicar em datacenters.
Ao longo dos três anos de duração do projeto, a equipa de investigadores do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Universidade de Coimbra (UC) trabalhou na elaboração e implementação de um conjunto de documentos para apoio a um plano de formação em toda a europa, resultando em mais de 500 profissionais formados - entre os quais 150 portugueses.
Dos documentos fazem parte o referido Guia, com critérios para criar cadernos de encargos a usar na aquisição de soluções energeticamente eficientes, bem como dois manuais - um de boas práticas e outro de cariz tecnológico. Os destinatários foram gestores de energia e infraestruturas, gestores de redes, engenheiros, consultores e responsáveis pela aquisição de equipamento, entre outro profissionais.
Ainda no âmbito deste projeto, os investigadores portugueses criaram um caso de estudo com base no Supercomputador MILIPEIA, da Universidade de Coimbra, no qual instalaram um sistema de refrigeração que permitiu obter ganhos imediatos de 15% na eficiência energética.
O projeto PrimeEnergyIT reuniu em consórcio várias entidades ligadas à formação académica, agências de energia, institutos de investigação e empresas, tendo como objetivo principal a criação de novos planos para a redução da energia gasta pelos datacenters.
Os pressupostos desta iniciativa partiram dos elevados gastos de energia que os atuais sistemas de dados geram. Segundo informações da UC, estes podem chegar aos 30 mil milhões de Watts de eletricidade - quando contemplados todos os Data Centers do mundo, a funcionar ininterruptamente - uma potência instalada equivalente à gerada por 30 centrais nucleares.
"É espectável que, em 2020, o sector das TIC poderá já ter emitido mais gases efeito de estufa que toda a aviação comercial!", refere no comunicado da UC o coordenador da investigação, Carlos Patrão.
O projeto teve um orçamento global de um milhão e 200 mil euros e teve coordenação da Agência de Energia da Áustria.