FBI usa Twitter e media social para investigar fraude financeira
A polícia federal dos Estados Unidos (FBI) considera os media sociais como potenciais fontes de fraudes financeiras, e os seus agentes estão a investigar o Twitter e o Facebook em busca de pistas, de acordo com dois agentes de primeiro escalão que comandam uma longa investigação sobre uso de informação privilegiada no sector de fundos de hedge, que movimenta 2 biliões de dólares anuais.
April Brooks, agente especial que comanda o escritório do FBI em Nova Iorque, e David Chaves, agente supervisor, dizem que é difícil prever de onde virá a próxima onda de fraudes financeiras, mas acrescentam que terá muito a ver com avanços na tecnologia e com os media sociais.
«Posso dizer que a tecnologia desempenhará um papel importante, os media sociais, o Twitter. Qualquer forma nova de tecnologia, ainda não existente, se houver modo de explorá-las, essas pessoas irão explorá-la, disse Brooks.
Brooks e Chaves comandam o que o FBI chama de «Operação Perfect Hedge», que resultou em mais de 60 condenações de operadores, analistas e consultores da indústria de fundos de hedge. Na terça-feira passada, um dia depois da entrevista de Brooks, o governo dos EUA acusou Mathew Martoma, ex-funcionário da SAC Capital, controlado por Steven Cohen, de envolvimento num esquema de uso de informações privilegiadas («insider trading») que movimentou 276 milhões de dólares. O esquema foi definido pelo Ministério Público como «o mais lucrativo de todos os tempos».
Embora Cohen, cujo fundo de hedge com 14 mil milhões de dólares em activos é um dos mais conhecidos e bem sucedidos em Wall Street, não tenha sido acusado de qualquer delito, a queixa diz que ele aprovou as transacções envolvendo as empresas Elan e Wyeth em Julho de 2008, antes que fossem veiculadas más notícias sobre testes de remédios que as duas companhias farmacêuticas estavam a realizar.
Brook e Chaves não ofereceram informações sobre o caso contra a SAC na entrevista, e recusaram-se a falar sobre investigações ainda em aberto. «Há quem considere que o insider trading tenha estado a intensificar-se e com isso atingiu um pico. Mas na minha opinião, ainda não atingiu», disse Chaves.