Caçadas nunca foram um jogo justo. Em uma cena de Guerra e Paz, um jovem aristocrata chega a empregar 130 cachorros e 20 homens a cavalo para capturar um pequeno grupo de lobos. Graças à tecnologia, no entanto, estamos começando a trilhar o caminho dos aimbots na vida real. Uma startup chamada Trackingpoint apresentou ontem um rifle que utiliza uma série de sensores gerenciados por uma versão modificada do Linux para auxiliar o atirador a reconhecer, mirar e atirar em seu alvo.
A arma em si é uma Lapua Magnum de calibre 0,338” (cerca de 8,6 mm) com um cano Krieger de 27” (68,58 cm) que dispara projéteis de aproximadamente 19 gramas. Um rifle parecido foi muito utilizado nas guerras do Afeganistão e do Iraque. O diferencial do Trackingpoint XS1 está no sistema de mira a laser computadorizado e no mecanismo de gatilho dinâmico que elimina a imprecisão causada pelos reflexos do caçador ao atirar. Os projéteis utilizados também são especiais porque a empresa precisa exercer um controle maior sobre sua fabricação. A certeza de que cada bala segue uma série de especificações de peso e resistência torna possível o cálculo de sua trajetória no momento do tiro.
Para determinar exatamente onde o projétil vai parar, o computador embutido no XS1 leva em conta a distância, a idade do cano, a humidade, a temperatura ambiente e outros parâmetros. Essas informações, assim como os ângulos de inclinação da arma, aparecem em uma tela que lembra muito o visor ocular digital de câmera fotográfica.
O sistema de mira também grava ininterruptamente a ação captada pelas suas lentes. A memória interna que armazena esses vídeos pode ser expandida graças a uma porta USB. Há ainda um pequeno servidor de Wi-Fi no próprio rifle que pode fazer streaming ao vivo de tudo que é captado pelo sistema de mira para um iPad, o que facilita o reconhecimento da presa. Como não poderia deixar de ser, os vídeos também podem ser transferidos para sites como o YouTube. Claro, todos esses recursos têm um preço: a brincadeira sai por pelo menos 17.000 dólares.
Via Ars Technica.