Ubuntu está a considerar passar a ter versões de 2 em 2 anos

[Claudio Novais]

Tradicionalmente o Ubuntu tem uma nova versão a cada seis meses. O kernel Linux, as ferramentas básicas, módulos, aplicativos e o ambiente são atualizados. Entre um lançamento e outro são lançadas atualizações leves e correções, mas para obter os novos recursos dos aplicativos ou do sistema é necessário fazer upgrade para a nova versão.

Isso naturalmente não custa nada em termos de licenciamento, mas pode ser chato e/ou demorado, ou ainda eventualmente pode trazer problemas inesperados e incompatibilidades diversas. A edição LTS resolve parte do problema. Ela "congela" os recursos e recebe atualizações de segurança e correções importantes por mais tempo do que as edições comuns. Só que quem quer ou precisa das novidades sempre tem que usar as versões intermediárias, não-LTS.

A Canonical estuda mudar isso um pouco, dando um novo modelo de desenvolvimento ao Ubuntu. Se a proposta for mantida, depois do Ubuntu 14.04 LTS (a ser lançado em abril de 2014) uma nova versão do sistema só chegará em dois anos, na forma da 16.04 (em abril de 2016).

Isso tornará o Ubuntu algo mais próximo de uma distro rolling release: menos números de versão, mais recursos atualizados em menor tempo. Não será necessário esperar até 6 meses para a inclusão de uma nova versão do kernel, módulo essencial ou determinado recurso inovador na interface. Assim que lançado e testado o novo pacote vai para o sistema de atualizações, mantendo todos os usuários com um sistema provavelmente mais rápido, estável e agradável. Sem precisar esperar tanto tempo nem ficar atualizando a distro inteira a cada seis meses. Parece bom.

Dados os testes de qualidade, as equipes da Canonical parecem prontas para o novo modelo. A dinâmica será alterada, exigindo um processo mais rigoroso de testes antes da liberação das atualizações. Colocando na balança, os benefícios parecem maiores do que os eventuais problemas.

Se interessar, confira um hangout com Leann Ogasawara, da equipe do kernel na Canonical, onde ela comenta a possível mudança (em inglês):

Referências:

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• Ubuntu poderá ter nova versão a cada dois anos - Hardware.com.br

[miles_maverick]

É algo como o Debian. Nele uma versão se torna Stable a cada dois anos. O Whezzy, se tornará Stable em Fevereiro ou Março.

[Claudio Novais]

Eu sinceramente fiquei extremamente feliz com esta notícia. É claro que agora não iremos ter sempre aquela febre de esperar pelo ubuntu e depois instalar. Isso agora só irá acontecer de 2 em dois anos. Por um lado a Canonical perde claramente em termos de marketing.

No entanto, ao nível do usuário final, isto é perfeito! Agora não teremos tanto trabalho em formatar o computador de 6 em 6 meses (se bem que através deste método era fácil e rápido) e, o melhor: teremos as atualizações para novos softwares mais rapidamente que antes. Antes só poderíamos usufruir das novas versões de 6 em 6 meses. Agora provavelmente esse tempo de espera será bastante inferior!

[Thiago]

Cara, isso já passou da hora de ser implementado.
Eu por exemplo uso a versão 12.04 LTS e por conta disso, não posso usar alguns recursos e nem alguns softwares portados para a versão 12.10, como aquele fast reboot que foi postado ontem no webup8.

De qualquer forma, ultimamente, as versões do ubuntu não vem tendo grandes atualizações visíveis, são uma coisinha ou outra que mudam, como efeitos do compiz, ícones, mudanças muito sutis em alguns diálogos do sistema etc.

Acredito que isso poderia vir como atualização, não como uma nova versão semestral, pois isso dificulta a vida de todo mundo, seja eles usuários, programadores, empresas ou a própria canonical.

Enfim, que venha esse novo modelo de atualizações da Canonical o quanto antes =)

[Claudio Novais]

hhmmmm, nem por isso Thiago, na verdade há muita coisa a variar de versão em versão. A mais importante (que você até devia saber por andar a mexer em temas) é a versão do GTK que põe muita coisa incompatível entre a versão 3.2, 3.4 e 3.6. Nos últimos Ubuntus, cada um tem uma destas versões, tornando as aplicações construídas para cada uma das versões incompatíveis.

Para além disso, não é só pequenos ícones, é o Kernel que muda sempre para uma nova versão, e são as inúmeras aplicações que são atualizadas: Nautilus, Unity, Gnome-Shell, Contas Online, entre muitas outras coisas.

Aqui a manutenção terá um trabalho muito superior. No entanto para nós utilizadores isso será perfeito! Ah e manutenção terá muito trabalho pois, tal como acontece com o gtk3.6 acontece em muitas outras bibliotecas que as novas versões dos programas muitas vezes exigem, o que faz com que programas mais antigos não consigam depois trabalhar com as novas bibliotecas pois não foram ainda modificados para trabalhar com elas. Portanto a manutenção aqui tem um trabalho fulcral que era facilitado ao separar em versões do Ubuntu de 6 em 6 meses.

[Ron Alon]

Acho ótimo se for assim. Mas eu gosto tanto de uma versão a cada 6 meses...

Enquanto isso, o Windows está mudando seu cronograma de lançamento para ser mais próximo ao do Ubuntu. Mas, realmente, versões fora de LTS são como betas...

[Jeferson Oliveira]

Por um lado acho um período muito longo 2 anos principalmente porque o kernel pode fazer com que alguns programas sejam obrigados a se atualizar e pelo medo que temos de nosso computador não funcionar alguns recursos com alguma versão do mesmo muitas vezes não o atualizamos, assim como outras aplicações e bibliotecas que estão para se atualizar e podem acarretar do não funcionamento de alguns programas como GTK e Python (ambos mudando para a versão 3.x).

Por outro lado acho que as versões LTS apesar de receber muitas atualizações durante seu período de "vida", ficam um pouco desatualizadas com alguns programas em comparação com as versões não-LTS que o sucedem (pelo menos foi o que eu notei nas versões 10.04 e 8.04 que usei, ambas versões LTS). Com isso acabo notando que 6 meses é realmente um período muito curto principalmente na área da informatica.

Na minha opinião poderia ter uma versão release candidate anualmente ao invés de 6 em 6 meses como ocorre atualmente, principalmente para pessoas que gostam de testar recursos novos e instáveis ou que vão programar em cima daquilo que poderá vir em um versão LTS (que ocorre a cada dois anos), claro, sem deixar a versão LTS desatualizada com os recursos estáveis, assim como ocorre no Debian estavel e Sid. Mas isso é uma opinião minha, vai saber o que eles estão planejando pra 2014

[Ron Alon]

Mas o kerneis seriam atualizados automaticamente. Não será necessário nova versão. Só mandar o comando para atualizar e pronto! É como se fosse uma nova versão.

[Claudio Novais]

Sim, realmente 2 anos é muito longe, mas 6 meses é muito curto. Talvez um meio termo fosse a solução mais adequada. Até porque em termos de marketing 2 anos é demasiado longo.

[miles_maverick]

poderiam ser um ano como o ROSA Linux. 10 meses já estaria bom.