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Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fundad

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Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fundad

Mensagempor nuno_nunes » Qua, 27 de Março 2013, 17:45

Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fundadora da Mozilla




Na entrevista concedida à Folha, a executiva Mitchell Baker, fundadora e presidente da Fundação Mozilla, empresa ícone do software livre, questiona a natureza de projetos que dizem ter código aberto, fala da relação da instituição com projetos semelhantes, da competição entre eles e os motivos que levam desenvolvedores a escolher uma companhia sem fins lucrativos para trabalhar.

Mitchell Baker, da Mozilla, no Mobile World Congress
em fevereiro, em Barcelona
CONCORRÊNCIA
Uma de nossas filosofias é que a competição é uma coisa boa: dá poder de escolha aos consumidores e incentiva os participantes [do mercado] a fazer o seu melhor. Somos também muito focados na interoperabilidade entre diferentes produtos ou entre diferentes versões de produtos. O lado ruim da competição é que cada empresa constrói sua própria coluna vertical. Em um cenário desses, se você escolher um único aspecto da coluna, um dispositivo, por exemplo, tudo relacionado a ela já foi decidido por você. E você não pode mudar isso. Se existem muitas empresas com esse modelo, o sistema fica travado. Esse tipo de competição fragmentária é muito difícil.

PROJETOS "ABERTOS"
Código aberto pode significar coisas diferentes. Na definição mais limitada, técnica e legalista, significa que o software está disponível sob uma licença que foi aprovada como de código aberto. Quase sempre, "aberto" e "código aberto" significam algo maior, que inclui o método de produção -do qual a Mozilla é uma forte defensora, e o Android, não. Nosso método de desenvolvimento é totalmente aberto. Isso não acontece apenas no sentido de você poder ir à internet e ler o que acontece. Você pode participar das discussões, desenvolver lideranças e criar o trabalho que acabamos compartilhando. Ficamos gratos por isso, porque diferentes perspectivas são necessárias para a criação de uma plataforma forte. Então, quando olhamos para outros projetos de código aberto, vemos só licenciamento. Nossa relação com esses projetos é...[pausa longa] de respeito sobre o fato de que, em algum momento, o código deles pode estar disponível sob uma licença aberta.

ATRAIR MÃO-DE-OBRA
A filosofia de design é importante. O produto que você está construindo é importante. Muitos desenvolvedores são atraídos por um produto e o seu impacto -querem trabalhar em um projeto que as pessoas estão usando para valer. Vimos bastante isso no Firefox. É importante também o que você quer dizer com "aberto". Licenciamento aberto é uma coisa, e desenvolvimento aberto é outra. Se o que mais empolga o mercado é a parte fechada do que você faz, isso pode ser desencorajador [para quem cria]. Desenvolvedores se interessam pela maneira que um projeto funciona. Alguns gostam de estruturas organizacionais. Outros preferem liberdade total. Algumas coisas que fazemos no Firefox têm partes altamente estruturadas. Onde podemos oferecer espontaneidade? Nas extensões do Firefox há uma forma de agradar quem quer trabalhar separadamente e fazendo seus próprios horários.

O que mais atrai? Liderança, a tecnologia central dos seus projetos e as oportunidades de negócios. No nosso caso, o fato de não termos fins lucrativos atrai. Você pode ter código aberto e ser financiado por investidores, que esperam retorno. As pessoas que nos apoiam esperam retorno, mas não monetário. Elas querem mais abertura, interoperabilidade e segurança para os usuários.

MUNDO MÓVEL
A estrutura da indústria móvel é problemática para diversos participantes. Existem pessoas de todos os lados tentando inovar, criando a terceira ou quartas camadas da experiência. Você tem Apple, Google... Além disso, existem novos participantes, alguns mais fechados em termos de inter-operabilidade. O Ubuntu utiliza o kernel do Linux, mas tem uma tecnologia e metodologia de aplicativos específica, então é uma mistura. A indústria está sob pressão enorme, e os desenvolvedores estão lutando contra duas plataformas que têm muito código específico. Em tempos difíceis, as mudanças estão na periferia da indústria.

Fonte: Br-Linux e Folha de S.Paulo


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Re: Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fu

Mensagempor Claudio Novais » Qua, 27 de Março 2013, 19:08

nuno_nunes (27-03-2013, 16:45) escreveu:o método de produção -do qual a Mozilla é uma forte defensora, e o Android, não. Nosso método de desenvolvimento é totalmente aberto. Isso não acontece apenas no sentido de você poder ir à internet e ler o que acontece. Você pode participar das discussões, desenvolver lideranças e criar o trabalho que acabamos compartilhando.


Extraí esta parte do texto que acho importantíssima de ser refletida! Aqui está a visão do verdadeiro open-source. Aquela visão à qual o Richard Stallman é crucificado todos os dias, e que de certa forma é ser injusto sobre o que ele defende.

Este texto que extraí mostra precisamente o que está a acontecer no ubuntu. Ele é grande porque inicialmente funcionava de maneira semelhante à Mozilla e portanto ganhou uma comunidade enorme (aliás o forum oficial do Ubuntu chegou a ser o maior forum do mundo se não me engano).

O problema é que agora a Canonical distanciou o desenvolvimento da comunidade. Faz o que bem lhe apetece, mas quando quer que testem e resolvem problemas, ela passa a vida a pedir à comunidade. Podem dizer o que quiserem sobre esta minha opinião, mas acho que a Canonical neste ponto está a fazer algo eticamente errado. Não só está a usar código de uma comunidade enorme, proveniente maioritariamente do Debian, para dar a entender que é uma empresa grande, como está a explorar a comunidade de uma forma desleal ao sistema base de desenvolvimento comunitário do Linux.
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Re: Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fu

Mensagempor pimentel007 » Qua, 27 de Março 2013, 20:26

Eu discordo, a Canonical é sempre acusada de explorar o Debian e a comunidade, a Canonical pega o que é gratuito e aberto mas difícil de lidar sob o ponto de vista do usuário não técnico, automatiza e o torna palatável ao usuário leigo e devolve para a comunidade também de forma gratuita, onde está a exploração aí? Usa quem quer usar, testa quem quer testar, reporta quem quer reportar, onde está a exploração aí? Se a Canonical estivesse simplesmente trocando o papel de parede do Debian e sobrecarregando os servidores do Debian aí sim poderia chamar de exploração mas não é o caso, pelo contrário, está cheia é de pequenas distribuições na aba dos servidores da Canonical.
Se a Canonical utiliza soluções prontas está explorando, se cria solução própria está sendo desleal, a comunidade é muito bipolar e muito difícil de ser ouvida, enquanto isso, a Canonical (que não é uma fundação sem fins lucrativos como a Mozilla) precisa alimentar seu capital que não poderá ficar a vida toda dependendo dos recursos financeiros do Mark.

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Re: Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fu

Mensagempor Claudio Novais » Qua, 27 de Março 2013, 20:49

Não digo o contrário sobre o facto da Canonical querer retorno. Não gosto é de ver ela a nar ouvidos à comunidade, mas passar a vida a pedir para que a comunidade a ajude, mas apenas nas decisões que ela toma.

E é precisamente aqui, que aquele excerto que eu pus faz toda a diferença. A comunidade o que quer é que a Canonical ganhe dinheiro, não tenho dúvidas. No entanto, há limites éticos e toda esta situação está no limiar do mal.

Sobre pacotes debian, grande parte deles são replicados. Uma outra grande parte são pacotes provenientes de terceiros, de programadores que trabalham por gosto, e apenas uma percentagem pequena de todo o sistema é realmente da Canonical. Se fez e está a fazer um trabalho excelente? Está pois! Mas se não fosse ela, era outro grupo/empresa qualquer.

A grande vantagem que torna muito difícil uma distribuição ganhar está nos repositórios do Launchpad, que foi de longe a melhor investida que a Canonical podia ter feito. Uma enorme quantidade de aplicações passou a usar o launchpad e por isso tem um desenvolvimento adequado às versões do Ubuntu, algo que lhe dá uma vantagem enorme.

Atualmente, se não fosse este pormenor tenho a certeza que muitas distribuições teriam um impacto muito maior depois de todas estas situações da Canonical não dar ouvidos aos seus utilizadores. E com isto não me estou a referir apenas à situação da Amazon. Há muito mais por aí que a Canonical anda a fazer asneiras, nomeadamente softwares com patches que não aceita e forks a dividir a comunidade.
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Re: Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fu

Mensagempor marcos.vargens » Qua, 27 de Março 2013, 23:10

Claudio Novais (27-03-2013, 19:49) escreveu:Sobre pacotes debian, grande parte deles são replicados. Uma outra grande parte são pacotes provenientes de terceiros, de programadores que trabalham por gosto, e apenas uma percentagem pequena de todo o sistema é realmente da Canonical. Se fez e está a fazer um trabalho excelente? Está pois! Mas se não fosse ela, era outro grupo/empresa qualquer.

Discordo de você nesse ponto. O Debian tem muito mais tempo de vida que o Ubuntu, assim como outras distribuições grandes. O problema de todas elas é que tudo que é feito, é feito para sua comunidade, ou seja, tudo complexo para usuários avançados. O usuário comum acho que nunca foi levado em consideração. A Canonical foi a primeira a realmente se preocupar com isso com competência, porque a Mandriva quando começou a ir bem escorregou, a Suse também. E o pessoal do linux adora falar que o linux é livre é para todos etc. Mas no fim das contas sempre foi para 1% do mercado ou menos. A Canonical mudou isso e acho que outra não conseguiria não, até porque nunca tiveram interesse. E ela só fez isso para ganhar dinheiro no futuro e está se distanciando da comunidade exatamente porque a comunidade não quer ganhar dinheiro com o linux só quer usá-lo.
Para resumir: A Canonical é um mal necessário assim como Richard Stallman.
Editado pela última vez por marcos.vargens em Qua, 27 de Março 2013, 23:19, em um total de 1 vez.

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Re: Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fu

Mensagempor Claudio Novais » Qua, 27 de Março 2013, 23:18

Sobre a última frase, você disse tudo! Completamente!

Sobre você discordar de ter sido a Canonical e mais nenhuma, eu acho que não. Acompanhei as primeiras versões do Ubuntu, ele não era muito mais que o Debian, mas tinha uma grande vantagem: queria ter coisas prontas para o usuário final. E com isso trazia "algumas" aplicações a mais e sobretudo um kernel com muitos drivers, algo que aqui sempre achei a melhor parte da canonical.

E o que quero dizer com isto é: na altura o Mark teve a sorte de começar o projeto Ubuntu na altura perfeita, na altura da estabilidade do Debian em que faltava a "parte humana"! Como não havia concorrência, ganhou fama. E claro, como se diz em Portugal: "Ganha fama, deita-te na cama"!

Para além da fama, o facto de ter construído um sistema excelente chamado Launchpad, fez com que se tornasse em algo sólido, pela excelente base de projetos direcionados.

Não estou a dizer que a Canonical não vale nada, longe disso. O que estou a dizer é que se não fosse o Ubuntu era outro sistema qualquer!
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Re: Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fu

Mensagempor marcos.vargens » Qua, 27 de Março 2013, 23:57

Pois eu digo que a Canonical não vale nada :troll: . Para mim ela sempre fez tudo isso por dinheiro, mas ainda acho que outra distribuição não seria capaz dos seus feitos. Reunir tantos usuários em uma única distribuição? Antes do Ubuntu o número de usuários já era reduzido e uma grande parte espalhada entre distribuições. Eu mesmo usava o Mandrake, acho que nem era o mandriva ainda. Se existisse outra, com certeza teria as mesmas atitudes.
Para as fabricantes de hardware só é interessante desenvolver drivers e funcionalidades se o número de compradores (não nos enxergam nem como usuários), for grande. Imagina levar o Richard Stallman para convencer uma dessas fabricantes a dar suporte para o linux. Tem que ser alguém que fale a língua deles. E a Canonical fala essa língua muito bem, o efeito colateral é o que estamos vendo. E outra, a Mozilla faz um ótimo browser mas viu o concorrente fechado passar a dianteira em pouco tempo. Isso só mostra o quanto o Open-Source tem falhas e muito a melhorar em seu modelo.

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Re: Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fu

Mensagempor pimentel007 » Qui, 28 de Março 2013, 0:22

Claudio Novais (27-03-2013, 22:18) escreveu:Não estou a dizer que a Canonical não vale nada, longe disso. O que estou a dizer é que se não fosse o Ubuntu era outro sistema qualquer!


Aqui no Brasil, uma distribuição fez muito sucesso e nasceu praticamente junto com o Ubuntu ainda em 2003, se chamava "Kurumim", era baseado no Debian, fez muito sucesso porque tornava o Debian acessível aos "mortais" vamos assim dizer, mas o Kurumim não tinha uma empresa por trás, somente a boa vontade do seu único Mantenedor (o senhor Carlos Morimoto), resultado: apesar de inúmeros usuários brasileiros a distribuição foi descontinuada porque não tinha como se sustentar por mais tempo e o mantenedor tinha outros projetos mais rentáveis e não poderia mais se dedicar gratuitamente ao Kurumim.

Eu creio que em todo canto desse mundo deve ter surgido algo parecido com o Kurumim, mas como não tinha uma empresa por trás acabou chegando ao fim, por isso discordo que se não fosse a Canonical seria outra, o que surgiria são projetos pequenos fulgazes como fogo de palha, enquanto isso a Mandriva tentava copiar o modelo de software licenciado da Microsoft ( havia uma versão paga), a Red Hat nunca se preocupou de verdade com o Fedora já que seu carro chefe é a prestação de serviço em servidores e chega nesse cenário a Canonical distribuindo CDs gratuitos num incrível marketing até então inédito no mundo linux, aqui no Brasil os CDs da Canonical fez sucesso já que era uma época em que poucas pessoas possuíam banda larga para baixar grandes volumes, se não fosse a Canonical existiria uma maior fragmentação representado por uma infinidade de pequenas distribuições condenadas ao fim por falta de recursos financeiros, nada mais do que isso.

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Re: Nem todo projeto de código aberto é mesmo aberto, diz fu

Mensagempor nuno_nunes » Qui, 28 de Março 2013, 0:32

pimentel007 (27-03-2013, 23:22) escreveu:
Claudio Novais (27-03-2013, 22:18) escreveu:Não estou a dizer que a Canonical não vale nada, longe disso. O que estou a dizer é que se não fosse o Ubuntu era outro sistema qualquer!


Aqui no Brasil, uma distribuição fez muito sucesso e nasceu praticamente junto com o Ubuntu ainda em 2003, se chamava "Kurumim", era baseado no Debian, fez muito sucesso porque tornava o Debian acessível aos "mortais" vamos assim dizer, mas o Kurumim não tinha uma empresa por trás, somente a boa vontade do seu único Mantenedor (o senhor Carlos Morimoto), resultado: apesar de inúmeros usuários brasileiros a distribuição foi descontinuada porque não tinha como se sustentar por mais tempo e o mantenedor tinha outros projetos mais rentáveis e não poderia mais se dedicar gratuitamente ao Kurumim.

Eu creio que em todo canto desse mundo deve ter surgido algo parecido com o Kurumim, mas como não tinha uma empresa por trás acabou chegando ao fim, por isso discordo que se não fosse a Canonical seria outra, o que surgiria são projetos pequenos fulgazes como fogo de palha, enquanto isso a Mandriva tentava copiar o modelo de software licenciado da Microsoft ( havia uma versão paga), a Red Hat nunca se preocupou de verdade com o Fedora já que seu carro chefe é a prestação de serviço em servidores e chega nesse cenário a Canonical distribuindo CDs gratuitos num incrível marketing até então inédito no mundo linux, aqui no Brasil os CDs da Canonical fez sucesso já que era uma época em que poucas pessoas possuíam banda larga para baixar grandes volumes, se não fosse a Canonical existiria uma maior fragmentação representado por uma infinidade de pequenas distribuições condenadas ao fim por falta de recursos financeiros, nada mais do que isso.


O Kurumim quando saiu ainda não existia o ubunbtu a primeira versão do ubuntu foi em 2004 que foi a versão 4.10
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