Grupos comerciais de publicidade criticaram o novo bloqueio, chamando-o de "perigoso e altamente preocupante", sob a justificativa de que usuários do Firefox iriam ver mais anúncios online como um resultado.
Na sexta-feira (5/4), o defensor da privacidade que criou o código de bloqueio disse que o liberou no canal Aurora. "A nova política de cookies para o Firefox migrou para Aurora!", tuitouJonathan Mayer, um estudante de pós-graduação em ciência da computação e direito na Universidade de Stanford.
Mayer também é um dos dois pesquisadores da Universidade de Stanford que criou a implementação para o cabeçalho HTTP que sinaliza a preferência de privacidade "No Track Dot" (Não me Rastreie) do usuário.
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Aurora é o nome da versão preliminar do Firefox, que visa usuários em geral. No ciclo de desenvolvimento da empresa de código aberto, o Aurora é seguido pela versão Beta e, depois, Release. Cada edição do Firefox passa por ciclos de Aurora-Beta-Release - as duas primeiras duram 6 semanas cada.
O Firefox 22, programado para ser lançado na versão Release em 25 de junho, foi transferido na sexta-feira para o canal Aurora. A Mozilla listou o bloqueio de cookies em seu resumo de novos recursos para o próximo navegador.
Os cookies são usados por anunciantes online para rastrear os movimentos dos usuários durante a navegação para, em seguida, entregar anúncios direcionados - uma prática chamada pela indústria de "publicidade online comportamental". A nova política do Firefox permitirá cookies de domínios que os usuários realmente visitam - chamados de "primários" - mas irá bloquear automaticamente aqueles gerados por um domínio de terceiros, a menos que o usuário já tenha visitado o cookie do site-de-origem.
Polémica
Mesmo assim, a discussão da Mozilla para bloquear cookies de terceiros despertou a ira das associações do setor de publicidade no mês passado. Tanto o Escritório de Publicidade Interativa (Interactive Advertising Bureau - IAB), quanto a Associação Nacional dos Anunciantes (Association of National Advertisers - ANA), criticaram a nova configuração, alegando que ela obrigaria milhares de pequenas empresas online a "fecharem as portas".
Um representante da indústria de publicidade também disse que os usuários do Firefox receberiam mais anúncios, e não menos, se Mozilla continuasse com o plano. "Os fatos são que os usuários do Firefox verão mais anúncios, não menos, e eles não serão adaptados aos seus interesses. Eles verão anúncios comuns, que vão parecer como spam", disse o vice-presidente de relações governamentais da ANA, Dan Jaffe, em entrevista realizada em março.
Em resposta aos ataques da indústria de publicidade no mês passado, o CTO da Mozilla, Brendan Eich, negou que o bloqueio de cookies fosse iminente. "Como acontece com todos os nossos novos recursos do Firefox, haverá meses para avaliar as informações técnicas de nossos usuários e da comunidade antes da nova política entrar no Aurora Beta e outras versões do Firefox", disse Eich há duas semanas via e-mail.