PSDB fecha parceria com Microsoft para tentar “afundar” proj

[miles_maverick]

PSDB fecha parceria com Microsoft para tentar “afundar” projetos de Software Livre

---

É isso mesmo minha gente, vocês não estão no blog errado: estamos sim falando de política!

Nesta semana recebemos uma denúncia de que o Governo do Estado do Paraná estaria fechando parcerias com a Microsoft, afim de “alavancar” o ensino público estadual.

O Governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, assinou anteontem (09) um acordo de intenções com a Microsoft no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O presidente da Microsoft Brasil, Michel Levy, disse que o Paraná está “puxando o trem da competitividade” no país.

O mais interessante é que o Paraná é o único Estado do país que tem lei aprovada de incentivo e uso de Softwares Livres (Lei Estadual 14.058/2003), que determina que a Administração Pública do Paraná deve utilizar, preferencialmente, programas abertos de computador.

Na aquisição de softwares proprietários, deve ser dada preferência para aqueles que operem em ambiente multiplataforma, permitindo sua execução sem restrições em sistemas operacionais baseados em software livre.

Ou seja, a iniciativa também descumpre as leis 14.195/2003 e 15.6742/2007, todas da época do governador Roberto Requião (PMDB), mas que ainda estão em plena vigência.

Se você não sabe leitor, o Governo do Estado do Paraná tem um dos principais órgãos tecnológicos do país, a CELEPAR, que inclusive foi criado para “executar políticas e ações envolvendo o Software livre” no âmbito do Estado do Paraná:

O Governo do Paraná é um dos principais usuários e desenvolvedores de software livre de todo o país.

A opção pelos programas de código aberto faz parte das políticas estratégicas de governo. Sua execução é de responsabilidade da CELEPAR.

Celepar, cadê você???

A Celepar é responsável por inúmeros projetos de Software Livre público, como por exemplo o Expresso Livre, e que infelizmente com iniciativas como esta acabarão afundando no mar do esquecimento e subemprego.

AS LINHAS A SEGUIR CONTÉM A MINHA INSATISFAÇÃO QUANTO A ISSO, E CONTÉM PALAVRÕES E POR CONTA DISSO ESTÁ EM [SPOLIER]

Spoiler:

É por isso que a m***a desse país chamado Brasil não vai pra frente, e contribuindo pro monopólio das grandes empresas... Esses FDPs desses políticos, só querem nos ferrar, ferrar com a nossa vida

[miles_maverick]

OBS: Não sabia que tinha mais texto, então vai:

Mas como um Estado que incentiva a prática do Software Livre no país aceita um acordo destes?

---

Os governos não são feitos de políticos e sim de partidos. No fim das contas, quem governa, manda e desmanda é o partido político do meliante cidadão em que votamos.

Segundo as nossas pesquisas, o PSDB, partido do Governador Beto Richa, tem um histórico interessante de “acordos com a Microsoft”, vejamos:

- No próprio site do PSDB encontramos uma notícia de que o Governador de Goiás, Marconi Perillo, fez uma viajem aos EUA no ano passado (2012) afim de se reunir com a Microsoft e “agradecer” a empresa pela “economia de R$ 90 milhões aos cofres públicos de Goiás”. Se a VERDADEIRA INTENÇÃO do PSDB fosse a economia, teriam usado software Livre e não teriam gasto um único centavo!

- Em 2009 o Governo do Estado do Rio Grande do Sul também fechou parceria com a Microsoft para implantação do “Windows Educação” nas escolas públicas.

- Segundo o Presidente da Microsoft do Brasil, a empresa está negociando os mesmos termos com outros estados do país, como por exemplo o Rio de Janeiro, que apesar de ser governado pelo “PMDBista” Sérgio Cabral, tem aliança com o PSDB.

- O Criador do AI-5 Digital, Eduardo Azeredo, que também é do PSDB, recebeu apoio da Microsoft em pesquisas sobre infecção por vírus no país (leia esta página, no fim do artigo), e usa este dado para basear sua escrúpula invernada contra a Internet brasileira. É engraçado falar que “se colocarmos rédeas na internet” as infecções por vírus diminuirão, mas ninguém comenta em se usar plataformas menos suscetíveis a vírus como forma de diminuição destes dados…

- Instalações do PSDB são usadas para eventos da Microsoft

Gente, não sou “esquerdista”, muito menos “PTista” e nem sequer confio ou apoio nenhum partido político, mas acho que deu pra ficar bem claro a parceria do PSDB com a Microsoft. A pergunta que não quer calar é: por que será que um partido político teria uma parceria com uma empresa desenvolvedora de software? E a resposta é simples: desvio de dinheiro público e Lobby!

Sinceramente esse Brasil me enoja…

Fonte: sejalivre.org/psdb-fecha-parceria-com-microsoft-paara-tentar-afundar-projetos-de-software-livre/

[Alessandra Vianna]

... Eu não sei nem o que dizer sobre isso...

Me fez lembrar de uma coisa que vi ontem na faculdade que estudo. Todas as máquinas do laboratório têm o selo do Ubuntu no gabinete, porém o sistema que corre é o Windows 7...

[Maxwell]

Acabei de ler essa noticia e eu to ainda chocado não e possível que não há uma forma que fazer a micro parar? Eu sou contra isso a fundo, e digo de boca cheia AMO Software Livre E se eu puder ajudar a mudar isso eu vou.
microtroollll aqui o

[Rafael Schonberg]

Políticos representam o que o povo pediu. As pessoas devem estar orgulhosas desta decisão.

[Luis Cardoso]

E eu à espera que Portugal tomasse uma medida como a do Brasil, promovendo o Software Livre, porque o governo até tem uma parceria com o SL e Open Source, mas gasta balúrdios com as licenças da M$ E agora vejo que o Brasil voltou atrás no tempo e fez um downgrade...

[Alessandra Vianna]

E eu à espera que Portugal tomasse uma medida como a do Brasil, promovendo o Software Livre, porque o governo até tem uma parceria com o SL e Open Source, mas gasta balúrdios com as licenças da M$ E agora vejo que o Brasil voltou atrás no tempo e fez um downgrade...

True story.

[abdo]

Em quanto mais não deve ter aumentado o patrimônio destes politicos?
Resposta no Spoiler

Spoiler:

Errou seja lá qual foi sua previsão ou chute...
A propina deve ter entrado em contas de laranjas
Afinal os políticos são inteligentes, burros somos nós que os reelegemos e...
as suas esposas, seus filhos, netos, etc etc etc perpetuando estes FDP np poder
e depois ficamos a nos queixar deles

[samuelcsouza]

Esta é uma questão mais complexa do que um simples caso de possível corrupção, como nos casos de empresas que pagam propinas à agentes públicos para fraudar licitação da merenda escolar, algo um tanto comum no Brasil.

A primeira questão diz respeito ao mercado milionário de serviços prestados ao Estado e entidades públicas. As empresas fazem um pesado lobby junto aos políticos e administradores públicos visando vender ao Estado seus produtos e serviços. A Microsoft faz isso em todos os níveis de governo, e não é a única: recentemente foi suspensa uma licitação para compra de tablets para o Ministério Público que estava direcionado ao iPad. Como a Microsoft e a Apple, muitas outras empresas fazem lobby para a venda dos mais diversos produtos e serviços ao Estado. Se a prática do lobby fosse regulamentada, seria algo mais transparente, permitindo maior fiscalização por parte da sociedade (saberíamos quais representantes de empresas ministro tal, secretário tal, deputado tal recebeu e poderíamos comparar com as decisões tomadas por eles, por exemplo). Sem a devida transparência, há sempre a suspeita de que as empresas utilizem de meios "heterodoxos" para convencer os agentes públicos e parlamentares (não necessariamente envolvendo pagamento de propina mas o oferecimento de recursos que possibilitem o financiamento das campanhas políticas, o que irá "distorcer" as futuras decisões em favor dos interesses corporativos em prejuízo das demandas da coletividade).

A segunda questão é algo menos objetivo e mais intersubjetivo. Diz respeito às visões de mundo compartilhadas entre os diversos agentes e à própria disputa simbólica envolvendo essas visões de mundo. A questão aqui vai além de simplesmente dizer qual produto é melhor ou mais adequado para determinado fim. Em tese, além de softwares, a Microsoft vende também uma visão de como deve ser o mundo, onde apenas empresas têm condições de produzir e desenvolver tecnologia, não sendo isto função do Estado ou algo possível a grupos de desenvolvedores independentes sem a estrutura que uma empresa pode oferecer. Em suma, apenas a Microsoft pode oferecer um produto com qualidade profissional e dar o devido suporte; o produto da comunidade tem qualidade amadora e não há qualquer garantia de suporte. Em âmbito mais geral, é a visão liberal de mundo que a Microsoft oferece e que encontra políticos que também compartilham dessa visão. Nesse sentido, não é apenas uma questão de interesse da Microsoft e interesse dos políticos, é uma questão de como vemos o mundo e como achamos que ele deve ser. Os políticos agem também pensando naquilo que eles acham que é certo dentro dessa visão que eles compartilham.

O ponto que quero chegar é o seguinte: qual a visão de mundo que temos e qual o lugar do software livre nele? Igualando o software livre ao software proprietário enquanto um produto oferecido nos mercados estamos no fim das contas reproduzindo essa mesma visão de mundo que dá a proeminência da Microsoft e outras empresas em termos econômicos e políticos de ditar as regras desse mesmo mercado. É uma questão de poder. O conceito comunitário que envolve a produção e o desenvolvimento de software livre se choca com a visão de mundo liberal. Aliás, qualquer conceito comunitário choca com o liberalismo que é fortemente vinculado à ideia de indivíduo. Não é possível, dentro da visão liberal, que algo seja produzido em conjunto e seja compartilhada entre todos. O ganho individual é a substância da ação dos indivíduos dentro dessa matriz de pensamento.

Falando como observador, um dos problemas para a popularização do software livre é reproduzir esta visão de mundo ao se apresentar no mercado como um produto concorrente dos proprietários. Software livre não envolve isto. É uma luta simbólica: o ponto fundamental da ideologia que envolve o software livre é o usuário ter controle completo do software que corre em suas máquinas e que, em última instância, são fundamentais para sua vida (em termos econômicos e políticos). É uma questão de poder, repito. Se essa qualidade (o conhecimento e a propriedade do código) estiver restrito às empresas somente, constituirá numa alienação perversa, no qual toda a população estaria à mercê das decisões tomadas em âmbito corporativo pelas grandes corporações. Seria o fim da democracia.

Não sei se consegui ser claro, mas acho que o debate é fundamental nessa questão.

[Claudio Novais]

A primeira questão diz respeito ao mercado milionário de serviços prestados ao Estado e entidades públicas. As empresas fazem um pesado lobby junto aos políticos e administradores públicos visando vender ao Estado seus produtos e serviços. A Microsoft faz isso em todos os níveis de governo, e não é a única: recentemente foi suspensa uma licitação para compra de tablets para o Ministério Público que estava direcionado ao iPad. Como a Microsoft e a Apple, muitas outras empresas fazem lobby para a venda dos mais diversos produtos e serviços ao Estado. Se a prática do lobby fosse regulamentada, seria algo mais transparente, permitindo maior fiscalização por parte da sociedade (saberíamos quais representantes de empresas ministro tal, secretário tal, deputado tal recebeu e poderíamos comparar com as decisões tomadas por eles, por exemplo). Sem a devida transparência, há sempre a suspeita de que as empresas utilizem de meios "heterodoxos" para convencer os agentes públicos e parlamentares (não necessariamente envolvendo pagamento de propina mas o oferecimento de recursos que possibilitem o financiamento das campanhas políticas, o que irá "distorcer" as futuras decisões em favor dos interesses corporativos em prejuízo das demandas da coletividade).

É precisamente por causa disto que na minha opinião as sociedades mais tarde ou mais cedo terão de ter locais (digitais) onde tudo o que seja negócio publico-privado terá de seguir um leilão público e literalmente open-source.

Digo isto pois esta espécie de leilão público efetivamente existe, pelo menos em Portugal. O problema é que esse leilão não é padronizado, cada um publica a abertura de ofertas mediante algumas regras muitas vezes ocultas. E é aqui que está o problema.

Quando os governos começarem a pôr de lado a corrupção, e aqui eu acho que para isso acontecer terá mesmo de ocorrer na Islândia, de certeza que vai nascer uma plataforma onde o leilão é público seja para o que for. Uma empresa se quiser participar nos computadores do estado, participa, mas de igual modo que qualquer outra empresa o faz. O mesmo vai acontecer com serviços simples como de limpeza, contratações de novos funcionários públicos.

Uma abertura de contas é a única solução para um mundo capitalista atual em que toda a gente deve dinheiro a toda gente (e aqui incluo não só pessoas, mas empresas e governos). Não faz sentido continuarmos a ver os países corruptos (e aqui incluo claramente Portgual) continuarem a aumentar a dívida com orçamentos publico-privados com as "empresas do costume" que geralmente nunca fazem um trabalho correto.