Olá Daniel,
Desculpe ter demorado a responder, mas no último fim de semana andei a migrar aqui o servidor do ubuntued
(tal como pode ver aqui) e então acabei por não dizer mais nada.
Sobre a analogia que eu fiz, basicamente é o seguinte: os sistemas linux tiveram a sua génese em sistemas unix, altamente otimizados a funcionamentos em rede; já os sistemas windows foram construídos, digamos, para o utilizadores. Ora, com o passar do tempo, os sistemas linux começaram a evoluir e faltava-lhes a interface que sempre foi o maior calcanhar de aquilos do Linux e que nos últimos anos tem melhorado muito; pelo contrário, com o passar do tempo o windows que já tinha uma excelente interface, teve que melhorar ao nível da rede.
Ora, tal como o Linux tem problemas de interface, o Windows tem problemas na rede. É algo muito similar e isto porque a génese dos dois adveio de coisas diferentes. Por esse mesmo motivo os sistemas linux têm excelentes características para trabalharem em rede. Mas isto também não significa que sejam perfeitos. Na tecnologia nada é perfeito, há sempre um hacker que há de conseguir passar pela segurança. Precisamente por causa disso é que até a Google que tem certamente os serviços de segurança melhores do mundo usa captchas para tentar filtrar possíveis sistemas inteligentes que procurem falhas.
----
Agora que expliquei esta pequena história, vou falar um pouco da segurança do Linux, mais precisamente do Ubuntu. O Ubuntu por padrão não tem nenhum servidor ativo, ou seja, nenhum "programa-servidor" tal como o Exploit disse. Quer isto dizer que o Ubuntu não tem nenhum porta aberta e portanto é altamente complicado algum hacker conseguir penetrar num Ubuntu. Aliás custa-me a acreditar que conseguissem até penetrarem num Ubuntu.
O problema está nas comunicações que o Ubuntu vai fazer, por exemplo ao atualizar um determinado pacote, você poderá estar numa comunicação em que um hacker poderá estar no meio da ligação entre o servidor e você e então envie pacotes modificados para depois abrir brechas no seu computador. Repare que só desta maneira é que,
por padrão, um hacker conseguiria entrar no seu Ubuntu. Atenção ao negrito que explico já mais abaixo.
Mas atenção, não tenha medo, o sistema de atualizações do Ubuntu é altamente seguro. Ele utiliza chaves de encriptação e portanto um hacker meter-se no meio de uma comunicação é algo altamente difícil. Não sei bem como é a comunicação, mas ela provavelmente é quase tão segura quanto uma comunicação SSH segura (creio que este tipo de comunicação seja a segurança máxima conhecida para um utilizador normal).
Por isso, diz vocÊ agora: "então estou 100% seguro, certo?". Não. Por acaso não. Tal como eu referi por padrão, sim. A questão é que ao você navegar na internet, se utilizar programas como flash que executam scripts no seu computador (através do seu browser) poderá de certa forma estar a correr um pouco de risco. Claro que ao nível de toda a raiz (root) não há problema de segurança, nenhum script desses vai conseguir ter acesso root (a não ser falhas de segurança que normalmente são sempre corrigidas as atualizações do Ubuntu), no entanto em termos da sua pasta pessoal poderá haver sempre alguma insegurança.
Mas mesmo aqui, a segurança é apertada. O maior problema é quando você liga servidores no seu Ubuntu. Esses servidores, na verdade não são máquinas físicas, são programas que precisam de portas abertas na firewall do Ubuntu. A esses programas chamamos de servidores. Um browser não é um servidor, ele apenas faz pedidos e vai buscar a informação que pediu. Já o servidor abre portas para que alguém peça coisas e depois ele faça pedidos. Essas portas servem para pedir informação, mas consoante o nível de abertura, poderão permitir outras coisas mais. Isto não é algo simples de explicar para quem não está dentro do assunto, mas mesmo isto não é inseguro, o problema é como o servidor lida com as informações que recebe de fora. E é aqui que podem ocorrer os problemas de segurança. E é aqui que muitas empresas gastam muito dinheiro em serviços de segurança, pois têm as portas abertas e portanto é preciso ter sempre muito cuidado com segurança.
Em todo o caso, se vocÊ não vai ter informação sensível, dificilmente vocÊ deverá preocupar-se tanto. Mas é sempre bom ter alguma segurança. Assim, recomendo por exemplo que tente desligar tudo o que são servidores. Normalmente o SSH está aberto no Ubuntu-server, por exemplo. E ligue apenas o que precisar. Neste caso creio que o Deluge faça metade do que vocÊ precisa, que é mandar o computador fazer downloads e informar do estado dos downloads. Um outro servidor que vai precisar é o da comunicação entre você e o computador para buscar os ficheiros transferidos. aqui o melhor seria mesmo usar SSH, segurança máxima (atenção que tem de configurar à mão para que tenha boa segurança), no entanto, isso exige que você o faça através do terminal. Se calhar você isso não quer.
Em todo o caso, apesar de eu nunca ter utilizado, acredito que haja programas para isso. Inclusive sei que o Nautilus (o explorador do Ubuntu) já chegou a ter isso mesmo. Não sei se ainda tem pois no Ubuntu 13.04 andaram a apagar muitas funcionalidades interessantes
Mas isto agora é uma questão de vocÊ averiguar que soluções existem.
Ah faltou dizer sobre as portas todas fechadas. Utilize uma firewall simples, por exemplo o gufw e feche TUDO. Depois crie algumas regras só mesmo para permitir o Deluge e o SSH (de preferência noutra porta e aceitar autenticação fica chaves publicas!!).
Acho que este parágrafo acima é a única coisa que vocÊ me pediu para responder.