Cinnamon 2.0 deverá abandonar o Gnome

[nuno_nunes]

Clement Lefevbre pretende não usar mais Gnome em futuras versões do Linux Mint

Hoje em dia o Cinnamon é um dos ambientes desktops mais usados pelos LinUsers, superando muitas vezes os já tradicionais Gnome, que agora busca uma nova identidade com mais programas próprios, e o KDE.

A decisão de não usar mais Gnome

A notícias surgiu em uma entrevista de Clem à LinuxUsers & Developer, onde ele foi questionado sobre o Cinnamon na próxima versão do Linux Mint, a 16, ele afirmou que haveriam algumas novidades, dentre elas seria a independência do Cinnamon do Gnome, ou quase independência, em palavras do próprio Clement:

"Você estará usando o Cinnamon sobre 'quase' nada do Gnome"

Declaração que obviamente deixa uma lacuna de o que seria feito para o Cinnamon rodar "quase" sem o Gnome, seria um Fork? Ou os desenvolvedores do Linux Mint iriam criar bibliotecas próprias para rodar o Cinnamon?

Particularmente acredito que estamos frente a ideia de se criar um fork no Gnome back-end, ou seja, a parte que roda por trás do Shell, que é o Cinnamon ou o Unity.

Na ultima versão o Linux Mint 15 Olivia trouxe grandes e boas novidades, uma maneira muito fácil de organizar PPA's e o que deixou a maioria dos usuários felizes, a possibilidade de instalar os temas facilmente.

O Pessoal do Linux Mint sempre fez um bom trabalho, o Mint foi a primeira distro que usei de verdade ainda na versão 9 e 10, e agora só nos resta esperar para ver o que vai acontecer, mas segundo o Clem, as novidades já virão na próxima versão.

O que você acha dessa decisão do Linux Mint?

Fonte: DioLinux

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[Claudio Novais]

Vai fazer um fork, não vai abandonar o Gnome. O título é um pouco tendencioso. É como dizer que o Unity abandonou o Gnome. Acho que não faz grande sentido dizer isso.

Na verdade o Cinnamon apenas vai deixar de ser uma espécie de modificação do Gnome e vai passar a ser um fork independente do Gnome. Só isso. Se é bom ou mau? Pelo que andam a fazer no Cinnamon, parece-me bem interessante a proposta. Eles têm funcionalidades muito boas, nomeadamente a gestão de áreas de trabalho e de aplicações abertas numa só funcionalidade, algo que eu gostava muito de ver no Unity e algo que já existe há muito no MacOS.

[marcos.vargens]

Mas confesso que gostaria de ter outra alternativa além do Gnome e KDE. Não me adaptei ao KDE, e não ando gostando do que a Gnome vem fazendo.

[Claudio Novais]

Porque não Marcos? Eu não o uso, sou sincero, mas cada vez mais gosto mais do que eles fazem. Eles dão muita liberdade, mas infelizmente a parte do menu global não o são e não há quem o faço. Porque não se fosse o menu global eu já estaria há muito no gnome!

[rafepel]

Vai fazer um fork, não vai abandonar o Gnome. O título é um pouco tendencioso. É como dizer que o Unity abandonou o Gnome. Acho que não faz grande sentido dizer isso.

Na verdade o Cinnamon apenas vai deixar de ser uma espécie de modificação do Gnome e vai passar a ser um fork independente do Gnome. Só isso. Se é bom ou mau? Pelo que andam a fazer no Cinnamon, parece-me bem interessante a proposta. Eles têm funcionalidades muito boas, nomeadamente a gestão de áreas de trabalho e de aplicações abertas numa só funcionalidade, algo que eu gostava muito de ver no Unity e algo que já existe há muito no MacOS.

O unity não abandonou o Gnome, bem lembrado mas mesmo assim ele não é um fork. Atenção nas comparações pois o unity é apenas um shell que executa sobre o Gnome, assim como GnomeShell e Cinnamon.

Se o Cinnamon continuar a ser um shell como o Unity então não mudará muita coisa pois continuará a ser o que já é, mas se este tornar-se um fork então poderá trilhar caminhos bem diferentes.

[rafepel]

Mas confesso que gostaria de ter outra alternativa além do Gnome e KDE. Não me adaptei ao KDE, e não ando gostando do que a Gnome vem fazendo.

Atualmente tudo que tem Gnome eu considero ruim mas sei que isso poderá melhorar no futuro. Enquanto isso não acontece eu continuo com o KDE que na minha humilde opinião é o melhor ambiente desktop disponível, com alguns ajustes, é claro, ficará imbatível. Alias, esse é um dos pontos fortes do KDE: Alto poder de personalização.

Já o Unity até acho promissor mas atualmente ele é bem lento e instável, espero que melhore nas próximas versões. Já o Gnome3 é um lixo na minha opinião, tudo é "truncado" e limitado, os outros ambientes como XFCE e LXDE eu usaria apenas se tivesse um computador modesto e com configurações bem limitadas.

[marcos.vargens]

Porque não Marcos? Eu não o uso, sou sincero, mas cada vez mais gosto mais do que eles fazem. Eles dão muita liberdade, mas infelizmente a parte do menu global não o são e não há quem o faço. Porque não se fosse o menu global eu já estaria há muito no gnome!

O Gnome perdeu alguns recursos que eu gostava e sinceramente acho ele lento perto do KDE. A impressão que da, é que o KDE evoluiu mais no mesmo espaço de tempo. Não consigo ver o Gnome3 mais rápido que o 2. Pode ser impressão minha, mas não notei diferença, acho até mais lento.
E sinto falta das customizações do GDM, que morreram a muito tempo, entre outras coisas. Ter mais uma opção seria bem interessante. E não estou falando do Gnome-Shell, estou falando do Gnome como um todo.

[Claudio Novais]

Olá Marcos,

É inegável esse facto do Gnome 2. Ele era simplesmente rápido, uma autêntica bala, aliás era por isso que eu adorava o Ubuntu 10.10. Em todo o caso, havia muitas coisas erradas no desenvolvimento de aplicações que foram agora refinadas.

De entre os muitos pormenores que os programadores foram obrigados a reformular foi a questão dos "elevadores", a opção de scrolling, em que no GTK3 temos um smooth-scrolling à imagem do que acontece por exemplo no MacOS, em que o scroll é fluido, elegante. Há muitos pormenores de modernismo, mas claro que isso traz algum peso associado.

Sobre preferir o KDE ao Gnome-shell, isso é mesmo uma questão de opinião. É inegável que para os recursos que o KDE disponibiliza ele tem uma performance muito superior ao Gnome. No entanto, é algo diferente que por exemplo eu não gosto. Todo o visual é demasiado carregado esteticamente e traz recursos à vista em demasia. Às toneladas mesmo.

Sobre a usabilidade do Gnome3, esse é o ponto mais importante para o projeto Gnome. Claro que construir uma usabilidade melhor requer mudanças e o ser humano nunca as quer a não ser que seja obrigado a experimentar. Foi o que aconteceu com o Unity. Eu próprio senti resistência e no primeiro UBuntu não usei o Unity. Hoje ele é a minha primeira escolha. Sobre o Gnome, ele seria a primeira escolha se o pessoal do Gnome não quisesse inventar a roda com dois tipos de menus (um para ser menu global e outro para ser barra de menus auxiliar). Claro que num mundo perfeito, isso seria ótimo, no entanto os programadores das aplicações não estão para atualizar as aplicações de um momento para o outro e então facilmente temos programas que simplesmente não usam esse conceito de duplo menu.

Infelizmente por um lado os programadores não querem ser obrigados, por outro o pessoal do Gnome também não quer ser flexível ao ponto de disponibilizar um pequeno software que faça apenas o que o Unity faz. No entanto, se eu tivesse a otimização de espaço do Unity no Gnome eu mudaria imediatamente!

Para além do Gnome3 ser bastante mais rápido para os efeitos visuais que tem, ele tem ideias geniais, nomeadamente o sistema de notificações que ficam numa espécie de histórico (ao contrário das notifyOSD do Unity) e ainda permitem estar no chat sem abrir as aplicações. Estes pequenos pormenores de usabilidade são fenomenais na minha opinião.

Pormenores estes que eu me adaptei em segundos. Já no KDE senti imensas dificuldades em mexer nele. Por exemplo, tentei descobrir sozinho de como ter os temas transparentes. Não conseguir, precisei de ir à internet averiguar. E isso é um pequeno pormenor, há vários outros que eu já nem me recordo.

Enquanto que de um lado o Gnome preocupa-se com a usabilidade que altera a zona de conforto do utilizador (para melhor a longo a prazo); do outro temos o KDE que só pensa em criar altos visuais a um "preço" super light de performance.

[Ron Alon]

GNOME forever. Sem mais.

[Claudio Novais]

GNOME forever. Sem mais.

Irei dizer o mesmo quando for possível ter a mesma otimização de espaço que o Unity permite!

Até lá ficarei à espera