Claudio Novais (28-05-2013, 20:22) escreveu:Certo, comparar projetos com idades diferentes não faz sentido. Mas fará sentido pôr em computadores de produção projetos com meses de vida? O Unity foi empurrado pela Canonical com meses de vida e os utilizadores do Ubuntu 11.04 foram obrigados e engoli-lo, quase. Para além disso, mesmo dois anos depois ele continua com sérios problemas generalizados, basta você arrastar um ficheiro rapidamente para uma pasta ou programa e tire as suas conclusões. Ah, e este é apenas um exemplo.
Mais ou menos por que no 11.04 ainda tinha gnome e no 11.10 ainda era simples fazer sudo apt-get whatever interface voce queira. De qualquer forma, concordo com você, mas de uma forma diferente. No 11.04 começou a ser imposta a cultura de estabilidade=LTS, inovação=versão corrente. Coisa que na prática nunca funcionou muito, mas que na teoria ja era para ser assim.
Claudio Novais (28-05-2013, 20:22) escreveu:O Gnome-Shell nesse aspeto, que tem uma idade muito similar, está bem mais estável há bem mais tempo. Não funcionava bem o Gnome Shell no Ubuntu? Experimentassem no Fedora e viam que a coisa estava bem estável (ou noutra distro conhecida). Pantheon? Com uma equipa sem investimento conseguiram fazer um fork muito bom, apesar de ter alguns problemas. Em menos tempo conseguiram uma estabilidade muito superior na minha opinião, em relação ao Unity.
Eu ainda tenho random gtk freezes quando uso gnome-shell com bastante coisa (hardware antigo digo, no vostro tudo pega que é uma beleza).Novamente, elementaryOS foi o unico sistema que até agora no quesito velocidade é o que melhor se desempenhou. Só não o utilizo por não acreditar na cultura deles(tanto de entrega de sistema, como de design, como de futuro)
Claudio Novais (28-05-2013, 20:22) escreveu:Novamente repito, se não tem maturidade porque o puseram em sistemas para utilização em larga escala? Computadores a serem vendidos com esses Ubuntus; versão LTS com sistema visual com pouca maturidade; já para não falar no Ubuntu server. Se está num sistema pronto para o uso diário, como ditam estar (e efetivamente está), então a maturidade não pode ser um ponto assim tão fulcral para invalidade uma comparação. Sinceramente se o puseram cá fora, agora têm de levar com as críticas, até porque sistemas com a mesma idade têm maior maturidade: gnome-shell e cinnamon e até posso já incluir o Pantheon.
Maturidade não quer dizer que um sistema está pronto ou não, quer dizer que ele passa de uma fase de lançamento e entra em otimização. Inegável dizer também que ubuntu 12.04.2 está muito diferente do que foi lançado . Isso que quis dizer. E daí pra cima. Esse é um dos fatores que eu não acredito na cultura do ElementaryOS, a distribuição demora tanto para ser lançada que perde seu timing.
Eu não posso dizer com certeza, somente empíricamente. Gnome-Shell Cinnamon(putz, esse principalmente) e Pantheon tem problemas também, não iguais ao unity mas parecidos. O mintmenu em todas as máquinas que utilizo demora séculos para abrir.
Mas sim, sendo justo eu concordo que na comunidade gnome existem desenvolvedores muito mais apaixonados e brilhantes do que na canonical e no elementary team deve ser a mesma coisa. (Embora seja um pouco de trapaça usar vala que é uma abstração quase direta de C. Sabia que ele usa "goto" no código C?).
E sendo novamente justo, KDE é a interface mais técnica e mais rápida que ja usei. Me irrita no entanto que pra mexer em qualquer coisa eu tenha que ter um entendimento muito grande do sistema. Não é pra isso que serve um sistema operacional IMO.
Claudio Novais (28-05-2013, 20:22) escreveu:Apesar de todas as críticas que faço ao Unity, sou o primeiro a dizer: é o ambiente gráfico para Linux mais espetacular para trabalhar. Ao nível funcional para mim está no limiar a perfeição, falha apenas se calhar em não ter liberdade para mudar o local dos várias coisas que o constituem, de resto, acho-o muito bom e por isso uso-o diariamente.
Estou me especializando agora em design de interação e posso dizer com certeza, o conceito do Unity (tanto desktop quanto mobile e tablet) é uma coisa que nunca existiu no mundo tecnológico. Não vai tomar o mundo de assalto, mas tem grandes chances de criar um terceiro player o que seria fantástico.
Claudio Novais (28-05-2013, 20:22) escreveu:Você falou bem, eu só alterei a aparência. Não mudei mais do que isso, aliás só me lembro das funcionalidades dos cantos através do Compiz. Claro que os usuários querem isso pronto, sem dúvida, mas há muitas distros assim, só que pouco conhecidas e que não sofrem de muitos problemas que o Ubuntu sofre, principalmente do peso associado. Em todo o caso, arrisco-me a dizer que apesar dos esforços, ao nível de out-of-the-box parece-me que não há nenhuma distribuição melhor, talvez haja similares.
Linux mint faz isso melhor do que o ubuntu, mas eu não consigo recomenda-lo pelas experiencias ruins que eu sempre tenho na distribuição.
Claudio Novais (28-05-2013, 20:22) escreveu:Eu por acaso tenho algumas esperanças que o Mir vá a ser algo que se usa como o Unity, onde se se quiser ter o Gnome-Shell simplesmente espera-se mais alguns segundos para que instale também o Wayland. Em todo o caso, só o futuro poderá dizer se será só isso ou se será precisa um dual-boot.
Sobre o afunilar ser aceitável, claro que é, é como as pesquisas da Amazon, aceita-se porque querem dinheiro. No entanto, detesto ver a falsidade estampada na cara quando vejo a dizer: "a canonical faz software open-source, qual é o problema afinal?". Pois bem o problema é ter fama e com isso dificultar a vida num ecossistema que apesar de fragmentado sempre funcionou com uma simbiose muito interessante. De tal forma que vocÊ faz um apt-get e instala várias coisas completamente diferentes/distintas e dos vários cantos do mundo. Algo que o Windows há uns anos não sonhava ter e agora pensa ter com a sua Store similar à da Apple e Google.
Lembrar que open-source é diferente de free-software. São filosofias diferentes que muitas vezes caem no erro de serem consideradas iguais. Concordo também, mas é marketing, o mundo é assim a corrente é assim. É preciso vender a imagem e querendo ou não, eu realmente acredito que apesar dos pesares o ubuntu é um sistema que ajuda muitas pessoas por aí. A google tem essa conversinha também, e eu particularmente não gosto disso, mas entendo que o mundo é capitalista. É como eu disse, filosofia e negócios... não são uma combinação legal.
Claudio Novais (28-05-2013, 20:22) escreveu:O que eu mais temo é precisamente isso! A Google teve poder monetário para investir algo sozinha e desligou-se praticamente do mundo Linux. Algo que cada vez mais vejo que isso vai acontecer a longo prazo no Ubuntu. Ou seja, vai continuar open-source, para terem sempre o motivo de dizer "qual é o problema? afinal é open-source", no entanto, ao nível comunitário caminham para uma zona exclusiva, como o Android.
Eu tenho quase certeza que isso vai acontecer! E aí vai ser uma questão do que você procura com o Linux. Se você procura realmente o gnu linux na sua concepção é em outro caminho que voce vai acabar. Mas eu por exemplo quando entrei no ubuntu (tarde, no 10.04),procurava um sistema que me deixasse livre da pirataria, onde eu conseguisse desenvolver e fosse mais bonito e rapido que o windows. Se eu colocar windows 7 nessa maquina? Vai ser uma lentidao tremenda.
Lembrando que o próprio Torvalds no alto do uso do seu chromebook pixel já afirmou que a google é a unica que conseguiu vender o Linux como se deve.
Claudio Novais (28-05-2013, 20:22) escreveu:Concordo que tenha de tomar medidas radicais, aliás o Wayland só acordou por causa disso. Lembro-me de uma decisão radical que me assustei na altura mas acho que foi excelente, o pidgin. O pessoal gostava muito desse software porque era o que vinha por padrão. No entanto havia muita arrogância no projeto e a Canonical cortou o mal pela raiz. Acho que foi das melhores decisões apesar de ter havido MUITA discussão na altura. Como essa outras houve.
No entanto, ir contra a comunidade e depois usar a comunidade para diversos fins, acho errado. Por um lado fazem o Ubuntu Touch completamente à medida deles e sem quererem quase saber da comunidade; no entanto fartam-se de pedir À comunidade para o tornar compatível com outros dispositivos.
Um pouco de humanismo, moralidade e ética nunca é de mais.
Humanismo, moralidade, ética depende dos valores de cada um...Pragmaticamente não podemos aplicar esses termos para negócios.Quanto ao fator comunidade. Mudança é dificil, muito difícil e uma comunidade dificilmente quer essa mudança. (Exemplo:Gnome-Shell) .
Me lembra muito de uma frase que Steve Jobs proferiu. As pessoas não sabem o que querem.
Eu sinceramente não vejo nada demais. Tudo que a comunidade fez pelo Ubuntu foi gerado na forma de um ecossistema muito grande de derivativos, sabores, opções, então o uso não foi jogado fora, pelo contrário. Eu entendo um pouco da declaração(embora marketeira) do shuttleworth quando ele diz que ele acha dificil criticar um projeto opensource.
Eu se fosse um desenvolvedor de qualquer distribuição linux estaria torcendo para o sucesso absoluto do Ubuntu! Apesar dos pesares, se isso shipar e shipar certo, tudo que é linux vai mudar e ser grato por isso. Alias ja está mudando valve,dell,lenovo,google,hp,alienware system76 que o diga.Apesar da conversinha da google, inegável dizer também o quanto o Android ajudou no mundo Linux.
(Edit: A migração do sistema para Qt/Qml foi muito dedo da comunidade e de gente dentro da canonical que é apaixonada por software livre e pela tecnologia. O video do cara testando o unity next por exemplo, o cara estava usando uma camiseta do Kde e testando a parada num mac...me fale sobre preferencias )
Existe sujeira empresarial, sim existe. Mas é isso. Não há como correr contra a maré.