Mantenedor do Android Open Source Project (AOSP) desiste

[Claudio Novais]

Android Open Source Project (AOSP) é o recurso oficial do projeto Android que (em tese) permite aos interessados obter o código-fonte para criar suas próprias variações do sistema, portar dispositivos e acessórios, e garantir que seus equipamentos são compatíveis com o sistema operacional móvel liderado pelo Google.

Nem no Google Nexus 7 o código open source oficial consegue funcionar!

Jean-Baptiste Quéru (JBQ), engenheiro de software no Google, era o mantenedor do AOSP até a semana passada, mas ontem deixou bem claro que desistiu dele, e o motivo é bastante familiar: até mesmo no recente e destacado aparelho Google Nexus 7 é impossível rodar o Android open source no momento, já que a Qualcomm, que faz sua GPU, não suporta nenhum driver aberto, e as alternativas baseadas em engenharia reversa estão longe de ter alcançado qualidade suficiente para a tarefa.

Ele previu e escalou o problema há 6 meses, mas não adiantou.

Lamentável. Escreve o JBQ: "Não faz sentido ser o mantenedor de um sistema operacional que não consegue dar boot até a tela inicial de seu principal dispositivo devido à falta de suporte à GPU". Boa sorte nos próximos projetos, JBQ!

Referências:

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• Mantenedor do Android Open Source Project desiste: nem no Google Nexus 7 o código open source oficial consegue funcionar - BR-Linux.org
• plus.google.com - “Jean-Baptiste Quéru - Google+ - Well, I see that people have figured out why I'm quitting…”

[Luis Cardoso]

Que tristeza, em vez de uniformizarem drivers, não, só complicam...

[Claudio Novais]

É que isto é mesmo irónico! O próprio software não é capaz de funcionar num modelo da própria máquina. É necessário utilizar software adicional das empresas dos módulos de hardware.

É triste saber isto tendo em conta que a Google é das empresas mais defensoras do mundo "livre" no software. Se nem a Google consegue isto, como conseguiremos alcançar algo livre neste nicho?

[Luis Cardoso]

É que isto é mesmo irónico! O próprio software não é capaz de funcionar num modelo da própria máquina. É necessário utilizar software adicional das empresas dos módulos de hardware.

É triste saber isto tendo em conta que a Google é das empresas mais defensoras do mundo "livre" no software. Se nem a Google consegue isto, como conseguiremos alcançar algo livre neste nicho?

Bom, não quero parecer o Sr. Stallman, mas parece-me que os fabricantes desses módulos andam a ocultar que podem estar a espiar os utilizadores (até prova em contrário, a minha afirmação é válida, até porque não temos acesso livre à fonte ).

[Registeel]

Até 10 ou 11 anos após a criação do Linux havia grande falta de drivers, principalmente drivers de winmodems. Para ter uma distribuição Linux funcionando adequadamente você precisaria comprar um modem serial ou escolher à dedo o hardware, as motherboards mais populares no mercado brasileiro sempre tinham alguma incompatibilidade. Isso foi se resolvendo em duas frentes, primeiro as conexões banda larga foram ganhando terreno e as pessoas foram abandonando as conexões discadas. Em seguida, os upgrades de equipamento foram relegando os winmodems ao esquecimento pois estes davam problemas mesmo no Windows (muitos devem lembrar do modem Motorola que vinha nas plascas SiS, eles reiniciavam o Windows sem aviso).
No mercado de smartphones essa falta de drivers tende a se resolver ainda mais rapidamente, a troca de aparelho é ainda mais rápida e dentro em breve o usuário dará preferência para aquele aparelho que permita instalar o sistema operacional que o usuário quiser. Será apenas uma questão de escolher processador, memória e outros recursos de hardware, como nos desktops e notebooks. Celulares com componentes protegidos serão abandonados pelo consumidor.