Antonio Patriota, ministro das Relações Exteriores, fez uma cobrança nesta última terça-feira, 13 de agosto, em relação ao secretário de Estado norte-americano, John Kerry, para que fosse finalizado o esquema de espionagem que vem sendo implementado por agências dos Estados Unidos a cidadãos de seu país e do exterior. De acordo com o ministro, se esse tipo de prática for mantido, as relações entre os Estados Unidos e o Brasil podem enfraquecer, por causa de dúvidas e desconfianças.
Kerry Promete Manter Autoridades Brasileiras Informadas
Kerry disse que ficou bastante surpreso com a reação do chanceler, e a partir daí, prometeu mais informações às autoridades brasileiras, uma vez que Patriota exigiu explicações detalhadas sobre o processo de monitoramento de dados realizado no Brasil. No entanto, disse Patriota, somente explicações não irão solucionar essa questão. Ele disse que existe uma consideração de que os Estados Unidos não encontrarão melhor parceiro no combate ao terrorismo, na medida em que as ações sejam levadas a cabo, e de forma transparente. Quando as ações são feitas de forma completa, a confiança passa a ser fortalecida.
Níveis de Confiança Ameaçados
Além disso, o chanceler brasileiro disse que, se o impasse proveniente das denúncias de espionagem não for resolvido como esperam as autoridades brasileiras, haverá riscos na relação positiva mantida pelos dois países. Caso não haja resolução nessas questões de um modo convincente ou pelo menos satisfatório, há um grande risco de haver uma ameaça a confiança no trabalho realizado.
Patriota, ao conceder uma ao lado de Kerry, fez uma importante observação, sobre o governo brasileiro ter pedido explicações aos Estados Unidos, assim que vieram à tona as informações sobre o monitoramento de dados a cidadãos e autoridades do Brasil. Ele disse que não havia possibilidade de minimizar o tema da espionagem, devido a um compromisso com a democracia, com o bom governo e com a abertura da sociedade civil, enfatizando a vivência em um espaço democrático e de justiça social.
ONU e Denúncias Sobre Ações de Espionagem
Além de tudo isso, o chanceler lembrou que os países do Mercosul adotaram uma medida conjunta, que envolve a cobrança das Organização das Nações Unidas (ONU) sobre uma ação de denúncias de espionagem, o que caracteriza uma preocupação legítima com práticas que possam atentar contra os direitos dos indivíduos. Entretanto, a dura reação do ministro Antonio Patriota não sensibilizou ao secretário norte-americano, pois Jonh Kerry afirmou que os Estados Unidos não vão parar com o sistema de monitoramento a cidadãos, tanto no país quanto no exterior.
Ele argumentou que o esquema de espionagem faz parte do sistema de segurança nacional americano, para garantir proteção não só para quem está nos Estados Unidos, mas também em outros países. Kerry disse que serviço de inteligência dos EUA protege a nação, assim como outros povos. Dessa forma, ele disse que continuarão a fazê-lo, mas negou que o governo norte-americano examine a possibilidade de suspender o monitoramento feito por suas agências a cidadãos. O secretário de Estado acrescentou que as medidas de espionagem foram adotadas após o ataque às Torres Gêmeas, em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001, tendo a organização Al Qaeda assumido a autoria do atentado.
Kerry também disse que o presidente Barack Obama está determinado a prestar os esclarecimentos solicitados pelos países sobre as agências norte-americanas. Assim, ele enfatizou que haverá maior esforço para que esses problemas não interfiram sobre todas aquelas outras coisas.
John Kerry Deixa a Desejar Quanto às Explicações Sobre Espionagem
Na sequência, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, considerou insuficientes as explicações dadas pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, sobre o esquema de espionagem de agências dos Estados Unidos a cidadãos brasileiros. Para o ministro, a interceptação de comunicação privada é um problema mundial que extrapola as discussões bilaterais. Em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre sistemas de guarda e fluxo de informações no Brasil, o ministro defendeu que o tema deve ser levado a instâncias internacionais, pois não há nenhum vestígio de satisfação com os esclarecimentos prestados por Kerry.
Paulo Bernardo disse ainda que essas espionagens não são apenas para combater terrorismo. Elas envolvem questões de espionagem industrial, comercial e diplomática. Além disso, o ministro destacou a importância do diálogo, mostrando-se avesso à possibilidade do ministro Patriota, das Relações Exteriores, entrar em atrito com Kerry. Dessa forma, será aberta uma negociação porque esse assunto está afetando todos os cidadãos do mundo.