Qualcomm critica Octa-cores...

[Luis Cardoso]

Qualcomm critica Octa-cores - diz que Dual-cores são suficientes

---

A Qualcomm quer sensibilizar as pessoas para que mais nem sempre é melhor. Neste caso em concreto refere-se aos concorrentes que têm apostado em adicionar mais e mais "cores" aos seus SoC ARM - e mais expressamente a quem pensarn que oito núcleos são automaticamente melhores que os sistemas "apenas" quad-core.

Aliás, a Qualcomm apresenta valores que poderão fazer até repensar a necessidade de um quad-core: pois diz-nos que pegando-se nos 10 jogos e nas 10 apps mais populares, 85% deles estão a usar no máximo dois cores, e que os restantes 15% mal dão uso aos dois cores restantes. Por isso, a aposta da Qualcomm com os seus Snapdragon é não seguir no caminho de acrescentar mais cores... mas sim de tornar os cores existentes cada vez mais rápidos.

É precisamente o mesmo tipo de balanço que certamente já sentiram também nos PC. Para uso normal, muitas vezes mais vale ter um dual-core a funcionar a frequência mais rápida do que ter um quad-core ou octa-core mais lentos (e gastadores). Por outro lado, e inadvertidamente, a Qualcomm poderá também ter acabado de dar a explicação caso a Apple opte por fazer com que a próxima evolução do seu CPU mobile para iPhones e iPads continue a ser um dual-core, mas eventualmente a 64 bits e com mais alguns blocos especializados para acelerar processamentos específicos.

Referências

---

• Aberto até de Madrugada: Qualcomm critica Octa-cores - diz que Dual-cores são suficientes por Carlos Martins

[Rafael Schonberg]

Desculpas de perdedor. Acredito que os jogos e programas não usem ainda por ser tecnologia nova.

[Bitetti]

Olha, pelo q tenho visto na OGRE e outras engines o uso de mais núcleos vem sendo adicionado aos poucos e quando vem ajuda mesmo. N sei como funciona, a OpenGL é limitada a 1 thread, já os novos frameworks contornam isso uasnao mais de 1 thread para vc fazer suas camadas de graficos.

[Claudio Novais]

Não é algo que eu perceba muito, mas já trabalhei com OpenGL. Bom, a parte gráfica como é óbvio, havendo módulos gráficos, fica a cargo deles.

Mas uma aplicação ou jogo pode muito bem trabalhar com multi-threads! Dizer que dual-core é mais que suficiente porque as aplicações não usam outros cores, é simplesmente despropositado. Há claramente um motivo obscuro que não quiseram dizer. Se calhar é mais caro para eles, não sei.

Facto é: com os múltiplos cores, os programadores começam a utilizá-los. Claro que toda a base introdutória da programação é feita sobre o single-thread, mas isso ocorre porque primeiro é algo bastante novo (multi-core tem cerca de 7 anos no mundo "normal") e segundo o single-thread é consideravelmente mais simples de implementar.

No entanto implementações multi-core são MUITO importantes e esse é sem dúvida o futuro. No caso do Gimp e do LibreOffice/OpenOffice Calc, há muita gente a fazer investigação que comprova matematicamente inúmeras vantagens do multi-core. Se falarmos em Big Data nem é preciso explicar!!

Quanto aos jogos, depende muito da imaginação da equipa de desenvolvimento, mas posso desde já dar um pequeno exemplo:

• o visual é feito depois da definição da localização dos objetos. Normalmente o visual fica a cargo dos módulos gráficos, mas há sempre processamento de definição desse visual, logo teríamos uma thread para tal;
• Controlo de IA. A inteligência artificial é algo cada vez mais exigido pelos consumidores. Ver bots a baterem contra as paredes é algo que é atualmente inaceitável. Ter uma thread só para isto é muito interessante para que se possa ter algo mesmo complexo. Mais threads para mais bots, provavelmente é melhor ainda!
• A IA pode funcionar de maneira heterógenea em relação ao controlo de colisões, logo neste aspeto uma thread seria importante;
• Dependendo de o que se quer do jogo, ainda se podia ter mais threads para mais coisas, nomeadamente controlo do ambiente, por exemplo meteorologia, física alternativa, entre muitas outras coisas.

E então a pergunta que faço é: será que o multi-core não é importante? Eu não tenho dúvidas.

[hailton]

Concordo com a Qualcomm, deve estar relacionado ao consumo energético. Os aplicativos rodam em background e armazenados em cache até serem reativados. Não há janelas para dividir a tela em vários aplicativos com execução primária. Além disso, nos processadores atuais, chegar ao uso de 100% da CPU em Octa-core gastará mais bateria que em um Dual-core.
Qualcomm é referência mundial em Wi-Fi com seus Atheros, então não duvido que tenham feito esse teste e chegarem a esse resultado.

[Claudio Novais]

Mas essa questão de gastar muita energia é uma boa investigação que podem fazer, em vez de deixar o núcleo desativado, a processar bolhas (quem estudou um pouco de processadores percebe isto ), podiam desativar mesmo à imagem de o que acontece com as tecnologias híbridas das placas de vídeo da nVidia (o sistema Optimus).

[Registeel]

Concordo com a Qualcomm, deve estar relacionado ao consumo energético. Os aplicativos rodam em background e armazenados em cache até serem reativados. Não há janelas para dividir a tela em vários aplicativos com execução primária. Além disso, nos processadores atuais, chegar ao uso de 100% da CPU em Octa-core gastará mais bateria que em um Dual-core.
Qualcomm é referência mundial em Wi-Fi com seus Atheros, então não duvido que tenham feito esse teste e chegarem a esse resultado.

Exato. Designers e programadores mobile desenvolveram técnicas para consumir menos energia durante a execução dos aplicativos. Por exemplo, utiliza-se imagens ao invés de efeitos CSS, sempre que possível, para evitar o uso da aceleração gráfica. Digamos que não seja bom para os negócios ter um concorrente lançando no mercado um app que realiza a mesma tarefa que o seu, mas consumindo menos energia. O gargalo em mobile hoje é o consumo da bateria.

Agora, se levarmos em conta o interesse da Canonical em lançar um smartphone capaz de também atuar como uma CPU (ou um netbook ultraportátil), então teremos uso bastante interessante para mais de dois núcleos. Principalmente se forem núcleos 64 bits. Poderemos ter um Ubuntu capaz de selecionar perfis de execução para o aparelho, ativando ou desligando núcleos de acordo com o perfil utilizado. Por exemplo, no perfil celular teremos dois núcleos, um núcleo no perfil smart TV, quatro ou até oito no perfil desktop/notebook.

[Luis Cardoso]

Eu concordo com a Qualcomm, porquê? Porque para o utilizador comum, bastaria o seguinte:

• 1 núcleo → dispositivos móveis (smartphone/tablet/netbook)
• 2 a 3¹ núcleos → notebook/desktop ou equivalente
• 4 núcleos → pequenos servidores/datacenters pessoais

Mais do que isto, meus amigos, estão a desperdiçar recursos!

Quantos de vós aqui já pôs mais de dois dias um Intel i7 ao máximo? E que tal um Intel Xeon (16 núcleos) ao máximo por mais de uma semana seguida?

---

1. No caso de 3 núcleos, 2 para quando está em modo de alto desempenho e 1 em modo de poupança de energia.

[Luis Cardoso]

Mas essa questão de gastar muita energia é uma boa investigação que podem fazer, em vez de deixar o núcleo desativado, a processar bolhas (quem estudou um pouco de processadores percebe isto ), podiam desativar mesmo à imagem de o que acontece com as tecnologias híbridas das placas de vídeo da nVidia (o sistema Optimus).

Sim, principalmente ciclos de espera que em vez de usarem um:

Código: Selecionar todos

while(interrupção == 0){
    sleep(0.5);
}

usam:

Código: Selecionar todos

while(interrupção == 0){}