É claro que a Free Software Foundation, organização fundada por Richard Stallman não ficaria sem meter o nariz na história, e mais do que rápido publicou sua posição condenando o aparelho e dizendo que a Apple é malvada, ameaça a liberdade de expressão.
O surpreendente é que dessa vez não foi o Stallman quem disse isso, e sim o diretor executivo John Sullivan. Abaixo o texto na íntegra:
Telefones celulares são os dispositivos mais amplamente usados e os mais pessoais. Com todos os e-mail, mensagens de texto, fotos e vídeos gerenciados por eles, é essencial que o software que eles rodam seja completamente controlado por seus usuários. Ao invés disso, a Apple entrega um novo hardware com as mesmas restrições de sempre, permitindo apenas software aprovado por ela, deixando seus usuários – e seus dados, sua privacidade e sua liberdade de expressão – à mercê de programas cujas operações são secretas e demonstram desconfiança. Nós não podemos imaginar um movimento mais hostil à onda de ameaças à privacidade que o mundo sofre agora do que a Apple apresentar um scanner de impressões digitais proprietário como seu novo ‘feature’.
Pelo fato de tantas pessoas andarem com seus computadores em seus bolsos, e eles poderem ser rastreados e transmitir onde você esteve, com quem você se comunica, quais são seus interesses, o que você vê ou ouve em determinado momento, qualquer futuro suportável depene da liberdade de software. Softwares livres dão o poder aos usuários para substituir qualquer ameaça a seus interesses.
E claro que Sullivan dá sua sugestão:
O primeiro passo é rejeitar as restrições da Apple.
Tudo isso que ele acusa a Apple de fazer já ocorre hoje, e nem estou falando da NSA ter virtualmente acesso a qualquer smartphone da Terra (acessar de fato são outros quinhentos), inclusive Android, mas porque nós mesmos fornecemos toda essa informação. Basta olhar no Twitter, Facebook, Instagram ou até mesmo jogar no Google: nós dizemos pra todo mundo o que fazemos e do que gostamos, e mais: toda essa informação é pública, ou no máximo concordamos com os termos de uso quando entramos numa rede social. Quanto ao software prioritário tirar o controle da mão do usuário, basta perguntar a donos de Android que não sejam power users ou geeks se eles sabem trocar a ROM do smartphone, ou se mesmo querem ter esse nível de controle.
Para a maioria das pessoas basta que ligue e resolva seus problemas. Se é seguro ou não, ou se o Obama sabe que você gosta de milkshake de morango pouco importa. A única preocupação que o 5S me faz ter é que não duvido dos ladrões passarem a cortar os dedos das vítimas quando roubarem os aparelhos.
meiobit