No ano passado, a Icann abriu inscrições para novos domínios “topo” (os sufixos na internet como “.com”) e recebeu quase 2 mil propostas de instituições, governos e marcas que desembolsaram US$ 185 mil para participar do processo. Há duas semanas, a organização concluiu a análise das propostas. Do total, 1.745 mil foram aprovadas. Enquanto algumas vão passar por avaliação adicional para solucionar problemas como a disputa pela mesma terminação, outras dependem apenas da assinatura de um contrato para entrar no ar.
Comprar um endereço na internet sempre foi fácil, mas criar e escolher o que vem depois do ponto não era uma opção. Para se ter ideia, no momento, existem pouco mais de 20 sufixos como “.com”, “.org” e “.net”. Em breve, endereços como “.bank”, “.baby”, “.wed” e “.gay” entrarão para a lista.
Nova rodada
Onze propostas brasileiras foram aprovadas. Quatro são de domínios que estarão disponíveis comercialmente: “.bom” e “.final”, solicitados pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br); “.rio”, da cidade do Rio de Janeiro; e “.ltda”, de um serviço de hospedagem na internet. “A gente fez enquete com algumas empresas e todo mundo gostou de ‘.bom’. Já no caso do ‘.final’, pensei que daria um bom jargão, do tipo, ‘sapatos é na sapatolândia e ponto final’”, diz o diretor-presidente do NIC.br., Demi Getschko.
As demais solicitações foram de empresas. A Natura pretende usar o domínio para oferecer páginas personalizadas para as consultoras. “Para nós é importante poder, no momento certo, oferecer o domínio como parte de outros serviços”, diz o diretor de Internet e Meios Digitais, Fábio Boucinhas
A Ipiranga, outra empresa que terá seu próprio domínio, pretende usar o endereço como elemento de construção da marca. “Temos uma estratégia segmentada para criar diferentes ambientes e fazer uma migração gradativa”, diz o diretor de varejo e marketing, Jeronimo dos Santos.
É difícil saber o que acontecerá após a expansão. Experiências anteriores com nomes como “.aero” e “.museum” não popularizaram os domínios. “Não acho que seja uma mudança que traga avanços para o usuário final”, diz Getschko. No ano que vem a Icann começa a planejar nova rodada de inscrições.
Por Lígia Aguilhar.