De lá para cá muita coisa mudou. Alguns setores do governo compreenderam a necessidade de dominar o processo de criação de novos sistemas, sem a necessidade de manter uma dependência da customização de plataformas compradas de empresas multinacionais. Mas outros continuaram a operar com soluções propietárias, onde não é possível fazer auditorias. E pior: esses fornecedores não podem atestar 100%, se as informações contidas nesses software não estão sendo repassadas para terceiros.
Diante dessa situação, o Comitê Técnico de Implementação do Software Livre (CISL) – formado por técnicos de diversos ministérios e órgãos vinculados, além de empresas estatais e bancos oficiais – está concluindo um documento contendo uma série de sugestões a serem encaminhadas à Secretaria de Logistica e Tecnologia da Informação (SLTI), para mudanças na Instrução Normativa nº 4, que rege as compras governamentais.
Pelo menos duas recomendações dirão respeito à guarda dos dados do governo brasileiro e uma análise mais criteriosa dos termos de uso embutidos nos contratos de softwares proprietários, antes do processo de aquisição destas soluções.
Deivi Kuhn, secretário-executivo do Comitê Técnico de Implementação de Software Livre do governo federal, concedeu uma entrevista exclusiva à CDTV do portal Convergência Digital, na qual ele aborda as propostas que estão sendo discutidas dentro do organismo, como forma de contribuição da Comunidade do Software Livre para o aumento da segurança dos sistemas e banco de dados federais.