Ubuntu 14.04 com Gnome 2? Será mesmo?

[nuno_nunes]

Todos sabemos que o Ubuntu já não é mais o mesmo desde as clássicas versões 10.04 e 10.10. Claro que a culpa não é do sistema em si, pois o mesmo vem evoluindo (e muito!) desde então. O que tem frustrado muitos usuários é a lentidão e os bugs do Unity; o ambiente de desktop padrão da Canonical.

Depois da decisão da Canonical em criar seu próprio ambiente, os desenvolvedores do Gnome também decidiram dar uma nova cara ao ambiente de desktop, surgindo o Gnome 3.x, que chegou a fazer muito sucesso entre os usuários (e ainda faz). Porém, nem o Gnome 3 nem os outros ambientes de desktop do mundo Linux, conseguiram chegar aos pés do que era o Gnome 2 em quesitos como leveza e interação com o usuário.

Se você também é mais um dos saudosistas que chega a suspirar quando lembra do então Gnome 2 que equipava as antigas versões do Ubuntu, talvez ainda exista uma chance de você “tê-lo novamente”.

Ben Tinner, um dos desenvolvedores e entusiastas do Ubuntu está desenvolvendo uma distribuição do Ubuntu com o MATE nativo; ele é u fork do Gnome que decidiu manter as funcionalidades do Gnome 2 em sistemas Linux.

Estou criando uma nova distro do Ubuntu que terá o visual do GNOME 2. [...]

Ele será chamado oficialmente MATE Ubuntu Remix, e virá com o ambiente de desktop MATE. Na verdade, eu já tenho um protótipo baseado em Saucy Salamander.

Tinner planeja completar sua distribuição dentro do lançamento do Ubuntu 14.04 LTS Trusty Tahr, com a esperança de que o Ubuntu Remix MATE torna-se apoiado oficialmente pela Canonical (o que sinceramente acho muito difícil…).

Confira algumas imagens que Tinner liberou do seu “sabor do Ubuntu”:

Se você quiser experimentá-lo, acesse este link e baixe uma ISO do sistema. Porém tome cuidado em utilizá-lo em ambientes de produção (no seu notebook pessoal, por exemplo) pois o sistema ainda encontra-se em fase de testes.

E ai, o que achou dessa iniciativa? Será que o Ubuntu MATE Remix vai conseguir muitos adeptos?

Fonte: Seja Livre e Chimera Revo

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[hailton]

Boa notícia, só acho que seria adequado o nome Mubuntu e transferir o apoio do Ubuntu GNOME para o ambiente MATE..

[José Craveiro]

Não queria estar aqui a apoiar gratuitamente certas decisões de outros SO's que ao invés de designarem a sua distro consoante o ambiente gráfico introduzido, este(s) surge(m) como anexos opcionais como é o caso do Fedora e na minha modesta opinião estou plenamente de acordo com a forma que este adota.
Daí que haver mais uma distro a integrar a família ubuntu..., enfim, é o que acho, começa a ficar patético na medida que os outros não o fazem, que eu saiba, claro!
Por exemplo, no meu caso concreto, uso o ubuntu (base unity que removi) com desktop xfce, que vantagens teria eu se ao invés de adotar este método tivesse logo instalado o Xubuntu?
Pergunto isto porque poderá estar-me aqui a escapar algo de importante. Já experimentei das duas formas e somei muito mais pontos (essenciais como suporte, maior leveza e versatilidade) na forma que tenho atualmente. Tudo me leva a crer que com os outros ambientes se passe o mesmo! Estarei errado?

[Claudio Novais]

Sinceramente o MATE não me agrada nem um pouco. Por muito que prometa velocidade do Gnome2, é uma coisa congelada no tempo. Não gosto disso.

Porque não desenvolver código para o GTK3/Gnome3 capaz de tornar as coisas mais rápidas? Há certamente muitos problemas no código que estão a fazer dele algo pesado. Basta ver que o KDE tem coisa bem mais complexas e mesmo assim é mais leve.

Por isso criar mais divisões, ainda para mais com bibliotecas que vão ficar inevitavelmente congeladas no tempo, não acho que seja uma boa solução. Por isso, sobre o que o José disse, concordo em ser um pouco patético, mas pronto, já começa agora a falar o Cubuntu, com cinnamon :D Aí vai ser uma pequena facada no Mark, que parece-me que deve andar a ficar ressentido com o crescimento do Mint desde a vinda do Unity.

Sobre haver vantagens em utilizar sabores, na minha opinião há, claro. Você provavelmente não usa umas dezenas de pacotes relativos ao Unity que se calhar alguns até estão a ser carregados no arranque do sistema. O objetivo dos sabores é exatamente esse: desligar-se de outros ambientes gráficos, para trazer "lixo".

Um outro aspeto dos sabores do Ubuntu é trazer um ambiente gráfico pronto a ser utilizado sem ter de dar grande trabalho a instalar pacotes extra.

[Miguel Fonseca]

Boas, deixo aqui também a minha opinião, eu estou agora a experimentar o Mint 16 Petra RC MATE e estou simplesmente admirado com a leveza, rapidez, conceito e beleza do SO!

Se está, como o Cláudio escreveu, parado no tempo, então fizeram um óptimo trabalho!

Permite-me personalizar "quase" tudo! Basta instalar temas para "quase" tudo e aplicá-los!
Tão simples quanto isto, para algo tão atrasado!

Ao contrário do que me acontece no Ubuntu (que eu gosto muito!), não existem "travamentos"!

Por isso, na minha opinião, manter vários DE's é o ideal, pois não causa fragmentação, devido ao facto de serem equipas independentes que os desenvolvem, mantendo no entanto a base do Ubuntu e tirando-lhes o peso EXCESSIVO do Unity (que eu também gosto!)!

O Ubuntu perfeito para mim, foi o Maverick 10.10!

Depois disso, nunca mais tive um Ubuntu a "rodar" perfeitamente no meu PC!

Com o Mint e o Elementary nunca tive problemas! E ambos, estão agarrados a um passado glorioso, bonito, leve, estável e muito bonito!
O Gnome 2!!!

Hasta.

[José Craveiro]

Sobre haver vantagens em utilizar sabores, na minha opinião há, claro. Você provavelmente não usa umas dezenas de pacotes relativos ao Unity que se calhar alguns até estão a ser carregados no arranque do sistema. O objetivo dos sabores é exatamente esse: desligar-se de outros ambientes gráficos, para trazer "lixo".

Um outro aspeto dos sabores do Ubuntu é trazer um ambiente gráfico pronto a ser utilizado sem ter de dar grande trabalho a instalar pacotes extra.

Ok Cláudio, você frisou um aspeto que incomoda muita gente e eu não sou exceção, todo ou parte do material no arranque do sistema ou que de outra forma despolete nos bastidores, claro que tenho consciência que nem tudo pude eliminar em relação ao Unity e outros inseridos no sistema base, alguns (não muitos) elementos evitei tocar sob pena de consequentes remoções de software diverso para mim importante e necessário, mas com o ótimo apoio do Synaptic pude eliminar muita coisa de uma forma muito menos invasiva/destrutiva do que se purgasse através do terminal, destes dois métodos este último foi o que me deu reais dores de cabeça e desde aí não o voltei a usar.

Claúdio, quanto o lixo anexado a ambientes gráficos (caso não tenham surgido alterações nesse sentido por exemplo no Xubuntu desde a versão 11.04 ou 11.10) o facto é que ele traz consigo e carrega através das atualizações material destinado ao Unity e escusado será dizer que tal não é suposto acontecer, agora ligando este facto à resistência do software que acompanha o desktop, que caso queiramos remover mediante substituição, boa parte dele se removido compromete até a existência do referido desktop, enfim são condicionalismos que em cima da mesa somam a falta de liberdade com um indesejado agravamento no consumo de RAM. Depois de muitos testes até à data pude confirmar tudo isto e deixo sob a forma de aviso a quem não tenha tido até agora essa perceção e no meio desta conclusão ainda temos a vantagem, sobretudo nas versões LTS do Ubuntu o alargado suporte que o Xubuntu não possui.

Sou da opinião que quanto menos mexemos no sistema menos aprendemos e mais comodistas nos tornamos, posso dizer que o trabalho que se tem desde a instalação do Ubuntu até ao uso do desktop xfce não só não é muito como vale realmente a pena pela boa relação liberdade/qualidade/leveza.

[Claudio Novais]

@José, se realmente mesmo o Xubuntu traz todas essas coisas, então aí as vantagens diminuem drasticamente. Mas, tal como você diz, isso não é o objetivo, portanto há certamente aí um aspeto a resolver.

@Miguel, tudo bem que seja rápido, não se podia esperar outra coisa. O problema do Mate está no fracionamento que ele provocou: teve de criar forks das várias aplicações que contemplam todo o projeto Gnome que o Ubuntu usa no seu unity. Aplicações como o Nautilus, Gedit e muitas outras tiveram de ser duplicadas em forks.

A consequência imediata é a necessidade de equipas vastas para todo esse software que agora não é mantido pelas equipas do Gedit, nautilus e por aí em diante. Para além disso, a maioria dos programadores acaba sempre por ir para as zonas de maior "população" (por isso é que o windows ainda é preferido em relação ao Linux) e portanto obviamente que acabam por escolher o GTK3 e não o GTK2/MATE. Portanto de uma forma geral os novos softwares acabam por não ser implementados para o Mate.

Eu vou ser sincero, conheço muito pouco do projeto Mate (porque não interessa software ultrapassado, GTK2). No entanto, penso que uma aplicação nova que seja implementada para o Gnome3 ao ser instalada nesse ambiente vai acabar por trazer redundância ao MATE pois vai obrigar a instalar bibliotecas GTK3 equivalentes. Um exemplo muito simples é o Ubuntued-deskmod.

Mas lá está, não sei como funciona o Mate por isso não sei se até têm soluções para estes casos. mas duvido que tenham, sinceramente.

[Luis Cardoso]

Aplicações como o Nautilus, Gimp e muitas outras tiveram de ser duplicadas em forks.

Gimp

[Claudio Novais]

Não era o Gimp, era o Gedit! Tens razão! Até porque o Gimp está com esse dilema ainda


EDIT:

Corrigido!

[Luis Cardoso]

Mas lá está, não sei como funciona o Mate por isso não sei se até têm soluções para estes casos. mas duvido que tenham, sinceramente.

Não sabes, mas eu digo-te. O Mate é um híbrido do Gtk2+Gtk3, possuindo total compatibilidade com este, exigindo assim poucas adições face a uma instalação do KDE lateralmente ao Gnome-shell...

Uma das coisas que possui compatibilidade, é o sistema de configuração, permitindo assim importar as definições do Gnome3 para o Mate. É verdade que as aplicações são em Gtk2, mas não te esqueças que algumas aplicações deixaram de ter interface Gtk2, e em vez de criarem forks (porque não pertencem ao projecto GNOME), aceitam facilmente as novidades.