O texto é longo, porém indico logo no início minhas escolhas e justifico ao decorrer e, claro, ressalto: é a minha opinião, com base nas minhas necessidades e da organização a qual pertenço, gostaria apenas de compartilhar minha experiência e, quem sabe, ajudar a quem possua objetivos similares.
Eu precisava escolher uma distribuição e as configurações que garantissem a maior estabilidade possível e, que facilitasse as tarefas corriqueiras no escritório, levando em consideração que uma falha com aplicativo, impressora ou até mesmo uma reinstalação de sistema consumiria um tempo precioso, do qual não poderia dispor no trabalho. Embora tal escolha seja difícil para qualquer sistema operacional, consegui chegar à uma conclusão após muitos testes:
* Sistema: Ubuntu 12.04 LTS
* Ambiente Gráfico: Unity (Com o mínimo possível em personalizações)
* Aplicativos: utilização apenas dos oferecidos por padrão do sistema no ubuntu, não habilitando as fontes de parceiros ou terceiros e ainda, somente adicionando repositórios PPA de extrema confiança.
* Oracle VM VirtualBox – Windows XP SP3 com Microsoft Office 2010
Com tantas distribuições Linux já consagradas e outras crescendo muito, e ainda, sendo o Ubuntu uma distribuição completamente personalizável no que se refere à aparência e softwares recentes disponíveis para instalação, o que justificaria as escolhas acima? Explicarei à seguir.
Testei as versões 11.04 e 11.10 supondo que, por serem mais antigas, obteria-se melhor desempenho de hardware, exigindo menor consumo de memória, por exemplo, o que não é a realidade. Aliás, é justamente o inverso, possuindo kernel mais atual a melhora no desempenho é bem significativa, em hardwares mais antigos inclusive, além disso as correções para o nautilus e unity também surtem o mesmo efeito.
A versão 12.10 trouxe um novo kernel e atualizações significativas, porém como muitas das alterações são novidades é comum o aparecimento de erros de sistema e bugs com mais frequência, além de possuir menor tempo de suporte pela Canonical, exigindo em breve atualização no sistema com o lançamento das novas versões, o que se quer evitar em um equipamento para produção.
Motivado pela incompatibilidade de uma placa de vídeo, testei o openSUSE como uma segunda opção para a empresa, tendo em vista que esta é a terceira distribuição mais utilizada na mundo, ultrapassada apenas pelo LinuxMint, que sendo derivado do ubuntu, não seria uma opção viável no caso. Apesar de sanar a incompatibilidade com a placa de vídeo em questão, de possuir uma interface leve e intuitiva, o KDE 4.8, pequenos problemas foram surgindo, os quais foram tornando-se grandes inimigos da produtividade, tais como: a dificuldade em instalar uma impressora compartilhada na rede windows, o fato de o sistema não associar automaticamente as extensões de arquivos para novos programas instalados e, o pior dos problemas que foi a escassez de informações e discussões na web para resoluções de problemas, motivos estes suficientes para o abandono à utilização da distribuição.
Acompanhei o surgimento e pode-se dizer que foi polêmico desde então, odiado por muitos e bem aceito por outros, acabei por adotá-lo após testar alguns dos outros disponíveis, tais como o Gnome Classic, o Gnome Shell, o KDE e o LXDE. Apesar de cada um dos citados possuir suas vantagens, e ainda, de ser o Unity realmente mais “pesado” no que se refere à tempo de resposta e consumo de memória, o que pode ser melhorado com a utilização da versão 2D, ainda sim preferi mantê-lo por algumas questões simples, que porém fazem toda a diferença no cotidiano:
* A pesquisa no Dash (menu do ubuntu): em particular, eu disponho de mais de 5.000 pastas de clientes, uma para cada, contendo documentação dos mesmos, não é complicado navegar pelo gerenciador de arquivos e localizar uma, porém é muitíssimo mais prático e rápido localizá-la apenas digitando o nome da pasta no menu, da mesma forma com os aplicativos. Este mesmo recurso me fascinou quando fiz a migração do Windows XP para o 7, mas em nenhum dos outros ambientes gráficos ele existe, ou funciona no caso do KDE, onde tentei configurar a indexação dos arquivos e, mesmo assim, não efetuava a pesquisa em pastas e sequer na maioria dos novos programas instalados.
* Menus de contexto nos ícones do lançador: nos outros ambientes gráficos é um recurso ausente e que me faz falta, por exemplo, quando quero uma janela anônima do Chrome e não está aberto, ou está minimizado, basta apontar o ponteiro do mouse e clicar com o botão direito, bem melhor que abrir o navegador é só depois poder digitar o ctrl+shift+n.
Não posso negar que sinto entusiasmo em instalar e testar novas versões para os programas que eu utilizo habitualmente, tais como o LibreOffice e Gimp, os quais não ficam disponíveis na Central de programas do ubuntu por padrão, que posteriormente tive o conhecimento de que só os programas testados exaustivamente e completamente estáveis são inclusos. Apesar de novas versões trazerem consigo correções de muitos problemas conhecidos, como o exemplo o LibreOffice, encontrei problemas de compatibilidade com o ambiente gráfico, o ícone do programa ativo e em plena utilização desaparecia do lançador, caso o minimizasse não conseguia maximizá-lo novamente.
Outro ponto no qual sinto-me entusiasmado é em obter a melhor performance do computador e, para isto, efetuei muitas pesquisas pela internet em busca de tutoriais e dicas, porém falhando em um detalhe importante: não analisar a procedência antes da execução. Embora alguns tutoriais alertem sobre riscos ao sistema, imagine-se que seja para a minoria, porém posso afirmar seguramente que provoquei problemas graves no sistema, que exigiram nova instalação, em todos os procedimentos que prometiam melhoras na velocidade e desempenho, nos quais muitos envolviam a adição de repositórios para drivers, kernels e softwares experimentais.
Os emuladores para programas específicos para Windows, como Wine e PlayOnLinux, são muito conhecidos, até mesmo por utilizadores de outras plataformas, como uma solução ao abandono definitivo do sistema da Microsoft, mas infelizmente não funcionam com todos os aplicativos ou, se funcionam, apresentam grandes problemas de estabilidade e desempenho, comprometendo o sistema de uma forma generalizada.
Na empresa possuímos um sistema ERP o qual se utiliza do Microsoft SQL e uma conexão ODBC com o servidor, mesmo após muitas tentativas não foi possível a utilização de forma nativa no Linux, levando-se em consideração o mesmo ter sido adquirido de terceiros e que havia um limite de alterações que tínhamos que respeitar. Apesar de uma complexidade muito menor, em meu caso, trabalho paralelamente com um banco de dados Microsoft Access, que devido à um problema interno, não foi possível convertê-lo ao formato do LibreOffice Base.
Outro teste desastroso com emulação foi como o navegador Internet Explorer nas versões 6 e 7. Embora felizmente esse cenário venha mudando, ainda há alguns casos de sites projetados exclusivamente para este e, no trabalho alguns desses nos são fundamentais.
Por tudo isso, decidi manter uma cópia do Windows XP com Microsoft Office 2010 em máquina virtual, atentando para que as configurações desta consumam o mínimo de memória do equipamento sem comprometer o tempo de resposta, até a adequação total da organização para a migração definitiva.
Venho me surpreendendo com a evolução das distribuições Linux e pode ser que daqui a alguns meses, a maioria das justificativas do texto já tenham modificado-se, mas para o momento prefiro mantê-las.
Peço desculpas pelos erros ortográficos, gramaticais, regionais, de concordância e etc., e agradeço a leitura do meu depoimento.
Grande abraço aos leitores do fórum do Ubuntued.