Mir VS Wayland. O colapso

A briga entre Canonical/Mir e as outras distribuições Linux que derivam do Ubuntu começou desde o momento em que o servidor gráfico foi anunciado. Desta vez, Martin Graesslin, da equipe do Kubuntu, fez um post em seu blog pessoal sobre a utilização do Mir na distribuição do Ubuntu com o KDE como ambiente de trabalho padrão e a descrição de toda a conversa que a equipe do Kubuntu teve sobre isto. Ao lermos o post, devemos levar em conta que não é um usuário qualquer falando sobre a Canonical ou o Mir.

Martin é um desenvolvedor e está por dentro do assunto de uma flavor oficial do Ubuntu (Kubuntu). O Ubuntu é uma distribuição que é amada e odiada por muitos usuários, principalmente porque ele é livre para qualquer alteração. Ao lermos atentamente este texto, veremos que isto pode mudar em breve e a instalação do KDE e do GNOME-Shell podem ser prejudicadas e afetadas pelo novo anúncio da Canonical: o Mir. Vamos ver o que Martin tem a dizer em seu blog.

Primeiramente, Martin diz que a Canonical tem direito de desenvolver qualquer coisa que ele quiser (seja o servidor gráfico, kernel ou ambiente de trabalho) e que ele não tem prolema nenhum com isto. O que ele não gosta é quando a Canonical dá argumentos que não são totalmente verdadeiros sobre softwares que a Canonical não ajudou em nada para serem construídos. Ele também acredita que existem razões certas e verdadeiras para o Mir ser construído, mas nenhuma delas ainda foi explicada pela própria Canonical – e que esta deu argumentos técnicos falsos ao invés dos verdadeiros.

Mesmo assim a equipe do Kubuntu decidiu planejar o que eles fariam com a questão “Mir”. Eles chegaram a quatro pontos de debate:

  1. Continuar com o Wayland e ignorar o Mir
  2. Migrar para o Mir e ignorar o Wayland
  3. Dar suporte tanto ao Mir quanto ao Wayland
  4. Atrasar a decisão para quando o Mir estiver pronto.

Primeiramente, eles desejavam dar suporte ao Wayland antes do Mir está pronto. Desta forma, a opção de atrasar a decisão foi automaticamente eliminada. Junto com isto, a opção 2 também foi eliminada: o Mir ainda não está pronto e, segundo Martin, o código deste ainda não está totalmente pronto para tomar qualquer decisão de dar suporte ao Mir e ao Wayland ou mesmo ao Mir, apenas. A decisão, então, ficou a cargo de ficarem no que eles já conhecem e que existem coisas não tão boas no lado Mir da força.

 

Algumas diferenças entre o Mir e o Wayland

“Pequenas desvantagens do Mir sobre o Wayland”

Martin afirma que o Mir utilizará o desenvolvimento em forma de “teste drive”, isto é: em seu sistema comum dependendo dos bugs apresentados pela comunidade. Além disso, o usuário utilizaria um sistema pronto com um servidor gráfico que não está pronto ainda (lembra do Unity no Ubuntu 11.04?). Martin também informa que o KWin também não utiliza a forma de “teste drive” e que eles não consideram esta forma de utilização superior.

 

“Para uma distribuição em específico”

Para Martin, até o momento o Mir é feito apenas para uma distribuição. Ele diz que tem diversos exemplos que podem mostrar que esta é a forma que a Canonical vai trabalhar e dá o Unity como exemplo: ele não conhece nenhuma outra distribuição, além das que são baseadas no Ubuntu, que possuem pacotes para o Unity e que, além disto, é impossível criar pacotes para o Unity em outras distribuições não baseadas no sistema da Canonical (apesar de ele dizer isto, o Arch permite que se instale o Unity). Martin acredita que o desenvolvimento do Mir tomará o mesmo caminho: é uma solução criada para o Unity e se algumas distribuições não criam pacotes para o Unity, não terá empacotamento para o Mir.

Sendo assim, ele informou que isto foi um dos pesos na decisão final. Ele disse que não conhece nenhum desenvolvedor do ambiente de trabalho KDE que utilize o Kubuntu ou o Ubuntu. Ele ainda diz que não vê nenhum desenvolvedor do KDE que irá trabalhar, rever ou manter um código do KDE para o Mir. Martin diz que, claro, uma distribuição como o Kubuntu poderia desenvolver este código e cuidar dele, porém ele não recomenda isto pois o código do Kwin dificultaria isto.

 

“Arquitetura do Mir”

O Mir é centralizado no Unity. Isto ficou claro no anúncio do Mark e fica mais claro ainda ao vermos as decisões recentes da Canonical. Martin entende que o Unity Next é uma combinação de gerenciador de janelas com o desktop juntamente com o Mir, entretanto, ele não sabe como isto funcionará. A equipe do Kubuntu também não sabe se o Mir suportará qualquer tipo de outro ambiente de trabalho além do Unity Next e que o Wayland é desenvolvido para ser utilizado por diversos ambientes.

 

“Licença”

Para os amantes da licença e defensores do código livre, Martin dá um prato cheio para quem quer discutir sobre este assunto. O Wayland e o X são licenciados pela MIT, que é muito boa para o que eles utilizam como servidor gráfico. O Mir é licenciado pela GPLv3-only com a CLA. Martin diz que isto é muito difícil de ser utilizado em um desktop com o KDE Plasma. Ele informa que o KWin (assim como diversos softwares KDE) são em licença GPLv2-or-later e que, caso utilizem o Mir, transformaria todo o código em GPLv3-only e o Kwin, assim como todo software que depender do mir-server, será transformado em um trabalho derivado do Mir. Sendo assim, em uma perspectiva de licença, o Mir também está descartado.

 

O que isto significa para o Kubuntu?

“Sem nenhuma resposta”

A mudança do Ubuntu para o Mir levantou algumas questões. Uma delas já foi respondida: a distribuição “upstream” não tem interesse nenhum em suportar o Kubuntu e não aceitará nenhum “patches” de suporte. Com a distribuição “upstream” não utilizando o Mir, uma nova questão aparece: como os gráficos ficarão no Kubuntu sendo que o Ubuntu migrou para o Mir? Martin não tem resposta alguma…

 

“Patches”

Para Martin, o Ubuntu tem um dos piores “graphics stack” no software livre – e isto pode ser visto nos bugs. Martin afirma que a qualidade do Mesa no Ubuntu é muito ruim e que no Mir isto ficará de uma forma que ele pensa que ficará pior ainda. Ele informa que o Mesa deve ser empacotado com o suporte ao Wayland. A pergunta em si é: a Canonical continuará a realizar o suporte ao Wayland? Se a resposta for não, o Kubuntu (e as outras distribuições *ubuntu) precisarão do seu próprio stack Mesa? Quais são as mudanças que a Canonical está planejando para isto?

 

“Mudar de sessão”

Mudar de ambiente gráfico poderá acabar!Martin informa que com o Mir não será possível trocar de sessões no momento do login, uma das funções que os usuários das distribuições tanto utilizam. O Unity rodará sobre o Mir com o LightDM. Os outros ambientes precisam do X Server ou do Wayland. Isto significa que o próprio gestor de login não possibilita o início de uma sessão que utiliza um outro compositor de sistema. Martin finaliza com uma pergunta: como é que poderá ser utilizado o Unity e o KDE Plasma em um mesmo sistema? Rodar o Unity e o KDE Plasma (ou o GNOME, XFCE ou qualquer um outro) ambiente ao mesmo tempo pode não ser mais possível.

 

“Compositor do sistema”

Martin já inicia com uma nova pergunta: até que parte do sistema o compositor do sistema da Canonical estará? Será possível desabilitar o Mir e trocá-lo pelo X ou Wayland? Pacotes terão conflitos? É possível instalar o Kubuntu e o Ubuntu num mesmo sistema? A Canonical se importará com isso? O compositor do sistema fará com que os usuários devem decidir o ambiente via Grub selecionando Kubuntu ou Ubuntu? Nenhuma resposta…

 

“Pacotes de onde?”

Martin informa que, até o momento, o X, Wayland e o Mesa utilizados no Kubuntu são pacotes fornecidos pela Canonical. A pergunta então surge: a Canonical continuará a realizar pacotes para o X e realizará pacotes para o Wayland? Caso a resposta seja não, de onde eles poderão tirar estes pacotes? Martin diz que pode ser retirado do Debian unstable, porém o Debian precisa estar congelado. Isto, entretanto, leva a outra pergunta: será possível utilizar pacotes do Debian para o X e Wayland no Ubuntu? Eles poderão suportar todos os requerimentos do KDE Plasma? Caso a Canonical não providencie os pacotes para o Wayland, o universo entrará em colapso e o Mesa do Ubuntu não dependerá do Wayland. Uma nova pergunta surge: “como ter o Mesa com suporte ao Wayland?”.

 

“Apenas o futuro pode dizer”

Martin termina seu artigo dizendo que nenhuma resposta às suas perguntas podem ser dadas neste momento e que deve-se aguardar o Mir ser integrado ao Ubuntu. Desta forma, os desenvolvedores do Kubuntu poderão ver o que acontecerá. Martin não está muito otimista com o futuro e que não sabe se poderão existir flavors do Ubuntu quando a transição para o Mir estiver pronta. Ele também não acredita que a Canonical tenha mais qualquer tipo de interesse em ver a comunidade providenciar distribuições variadas do Ubuntu e que pequenas mudanças na direção da distribuição indicam isto. Martin termina o artigo dizendo: “veremos… Talvez eu esteja muito pessimista”.

 

Referências

 

59 Respostas ate agora.

  1. marcelolnx diz:

    Não vejo problema nenhum …
    Já temos diversas outras distros que manterão o mesmo esquema Gnome/Kde, a Canonical está propondo algo novo, inovador. Se queremos manter o "Ambiente Linux" sempre a frente, temos que estar dispostos à mudanças e a correr estes riscos.

  2. Imaginem a situação: você contrata varios bons programadores do mundo inteiro, leva os caras pra londres pagando um excelente salário, desenvolve a espinha dorsal de um sistema operacional , que hoje e baseado no linux(debian) e conta com a ajuda de uma centena de outros programadores e entusiastas para gerir pacotes especificos que fazem parte da sua distribuição e de outros sabores do linux, coloca ai alguns recursos que podem ser utilizado na maioria das vezes somente na sua distro, dando uma certa personalizada, ai vem dois caras da irlanda, junto com seus amigos pegam essa distribuição e a adequam para trabalhar tambem com outros pacotes graficos, servidores alternativos,ferramentas de personalização etc…, isso e a grande força do linux e historicamente sempre foi a marca do sistema operacional, infelizmente acho que o ceo da canonical esta deixando de acreditar nisso, e esta querendo criar um novo sistema , uma terceira via, e começou a trilhar esse caminho.

  3. eu acho que tanto o MIR como o UNITY são uma boa aposta! chega do Ubuntu ser um OS sem importância e que toda a gente quer mudar. O UBUNTU TEM QUE SER IMPORTANTE, POIS É O 3º OS MAIS UTILIZADO NO MUNDO! Acho até muito bem que ninguém possa mudar mais o Ubuntu como querem! O Ubuntu está a chegar a cada vez mais pessoas e isso implica muitas coisas. Este OS já não é brincadeira de apenas alguns utilizadores, o Ubuntu, a cada dia que passa, vai-se tornando mais importante no mundo dos OS. E é importante fecharem a distro. E quem goste, continua no Ubuntu, quem não gosta que use as outras distros linux que 90% do mundo não conhece e que ninguém vai dar importância porque estão sempre a ser alteradas!

    • Não concordo com várias coisas, mas claro que somos livres de achar o que quisermos. Mas queria só deixar claro uma coisa sobre esta frase: “as outras distros linux que 90% do mundo não conhece e que ninguém vai dar importância porque estão sempre a ser alteradas”.

      Primeiro: 90% das pessoas no mundo não conhece Ubuntu.
      Segundo: a grande maioria que conhece o Ubuntu acaba por saber que há uma distribuição Linux que raramente está a ser alterada (ao contrário do Ubuntu com as suas experiências que dão asneira) e que constantemente é utilizada pelo Ubuntu por ser demasiado importante para a Canonical. Essa distribuição chama-se Debian.

  4. cochise diz:

    1 – Os problemas são incompatibilidade e empacotamento. O Mir depende de uma versão própria do Mesa, assim como o Unity hoje depende de tantos patches da Canonical que NENHUMA outra distribuição conseguiu colocar o ambiente, mesmo sendo open source. Existe uma chance de que outras distros simplesmente não consigam lidar com o absurdo número de patches necessário para fazer o Mir rodar.

    2 – A posição da canonical, explicada por um de seus desenvolvedores foi "podemos usar wayland, mas vamos precisar implementar XYX [e ajudar toda a comunidade com XYZ] então vamos criar o nosso própio servidor e uma vez, porque XY e Zsão "quase um servidor gráfico inteiro".

    3 – Not inventend here

    4 – CPLv3-only não é uma licença ideal para esse tipo de software, que deveria ser pelo menos LGPL.

  5. Diogo diz:

    A meu ver o que a Canonical quer é transformar o ubuntu em um “Sistema operacional baseado em linux” e não mais uma distro linux. Trocar o X é só um começo disso.

  6. Ismande diz:

    Cara, sinceramente se eu fosse usa um sistema unix exclusivo, usaria um Mac. O que me cativou no linux foi o lance da comunidade, de você fazer uma coisa visando a comunidade. O Ubuntu é considerado bom, embora os bugs do Unity me irritam.Hoje uso o xubuntu(até agora tá beleza). Se eu fosse usar um sistema com os benefícios unix do linux exclusivo ainda acho o Mac melhor. O ubuntu hoje não é mais voltado a comunidade, é voltado a Canonical,e isso tá me fazendo buscar alternativas. Confesso que isso me deixa um pouco triste, porque através dele eu comecei a amar o linux e conhecer mais o open source.

  7. JRobertoct diz:

    enfim, uma resposta tranquilizante, do parceiro Eliseu Carvalho do Forum Ubuntu;

    Re: Ubuntu+Unity Wayland x Mir
    « Responder #1 em: Hoje às 15:41 »
    Responder com citaçãoCitar

    O Ubuntu no futuro virá com o Mir, mas como se trata de um Linux, será muito possível sim usar o Wayland, ou mesmo o X, como servidor gráfico. Concluindo: nada que seja tão preocupante assim.

    Amém.

  8. Clayton diz:

    Outra coisa que se deve elevar em conta e que X, Mir e Wayland são responsáveis por desenhar as janelas dos Gui's. Portanto uma abundancia de servidoras gráficos, pode prejudicar o Linux como um todo, softwares comerciais como a própria Steam que chegou a poco, terá muito trabalho, então surgira a questão. Será que terei retorno ($$$$)?

    • Rodrigo diz:

      Bem pelo que senti sobre o Steam ele é altamente integrado ao Ubuntu então creio eu posso esta errado que ele iria aderir pro lado Mir, afim de contas é claro que eles tem seus interesses $$$, coisa que a muito acho que percebemos que a Canonical tb têm.

  9. Dalmer Vieira diz:

    Pra resumir o que penso: o bom do Linux, independentemente de ser Ubuntu ou não, é a liberdade de escolha. Que a Canonical, então, porte o Ubuntu e suas aplicações para os 3 servidores gráficos – X, Wayland e Mir. Agora, o que os usuários e a própria comunidade não devem esperar, pelo menos a princípio, é que todas as funcionalidades de integração, esperadas entre os ambientes Desktop, Mobile e TV sejam completamente portadas para ambientes baseados fora o Mir.

    • Cláudio Novais diz:

      Sim, nisso você tem toda a razão Dalmer! É como aquela questão da Microsoft exigir que a google fizesse um cliente do Youtube para o seu Windows Phone. Não faz grande sentido, se querem, que façam eles. Nisso estou de acordo.

      Mas o que tenho visto é que a Canonical está a seguir um caminho que tenta destruir a concorrência, simplesmente dando exclusividade ao Ubuntu+Unity. Eu não gosto de ver isso principalmente porque (diz-se que) 70% dos pacotes do Ubuntu vêm diretamente do Debian e porque talvez uns 90% das aplicações desktop do Ubuntu são do Gnome. Ora, acho que usar tudo isto e ajudar na incompatibilidade não é justo. Mas claro, não podemos obrigar a ajudar os outros.

      Era como agora pedíssemos que o Ubuntu fizesse aplicações compatíveis com Windows. Nisso compreendo o seu ponto de vista! Já agora, depois de ver a sua última frase fiquei a pensar: será que esta exclusividade do Mir tem um segundo objetivo de dificultar os forks do Ubuntu touch? é que como o Ubuntu touch é open-source qualquer um podia realizar um fork concorrente. :|

      • Alvinson diz:

        Cláudio, a finalização do seu pensamento foi perfeita, nem tinah pensando nisso (no mobile); certamente que essa preocupação é eminente, é um mercado em efevercência e a Canonical não quer perder para supostos Mints nos smarts.

      • Ron diz:

        Também pensei nisso. O Ubuntu Touch pode usar o Android mas ninguém pode usar o Ubuntu Touch.

        Mas não sei… É difícil ficar falando sem estar lá. :/

  10. João Damasceno diz:

    Sem dúvida um excelente post. Irei me informar mais sobre o que tudo isso implica para o usuário “comum”. Parabéns.

    • Cláudio Novais diz:

      O que implica, pelo menos para já, não se sabe ao certo. É difícil de prever. Mas acho que pelo menos a curto prazo o que mais implica vai ser a dificuldade de trocar ambientes gráficos dentro da mesma instalação, visto que não está para breve (nem a médio prazo acho) ter um servidor gráfico compatível com os vários ambientes que conhecemos, nomeadamente o Gnome-Shell, KDE, Xfce, Unity.

  11. Gramathur diz:

    Digamos assim… O que importa é o Dinheiro!

    Droga… Estava voltando a gostar do Ubuntu. A Canonical é…f.. bom, melhor deixar prá lá e esperar pra ver o que acontece.

    • Cláudio Novais diz:

      É preciso é ter calma! :)

      Muita coisa já criticamos da Canonical, mas a verdade é que eu e muitos ainda gostamos muito do Unity! Mas que cada vez mais assusta o futuro do Ubuntu, isso tenho de admitir. Mas tenhamos confiança! :)

  12. ezrandrade diz:

    É muito estardalhaço por pouca coisa. Ubuntu é financiado pela Canonical, possui seu time de desenvolvimento, pouco ouve a comunidade e quer ser tornar "A terceira via", em termos de sistema operacional. Ou seja, não depende de ninguém para fazer o que desejam, então, por que tanto mi-mi-mi? Uso Ubuntu desde 2005 desde que comecei a usar o Unuty em 2011, não sei o que é usar outro desktop. Sinceramente, penso que a grande maioria dos usuários Ubuntu+Unity não precisa ou não quer trocar de GUI.

  13. Marcos diz:

    Minha opnião:
    A Canonical tem vários sabores porque? Porque o principal (Unity) não pode ser afetado ou limitado por ações de fora. Já temos Xubuntu (XFCE), Kubuntu(KDE) e agora o Gnome Ubuntu(Gnome-Shell). Me digam onde está o problema do Ubuntu usar o MIR e os outros usar o WayLand? Porque esses sabores não podem ser independentes e ter vida própria utilizando apenas alguns programas da Canonical como já se faz hoje?
    Para mim isso é tempestade em um copo d'agua. Os mundos já estão separados. Eles tem independência entre si. Tirando o Kernel que é compartilhado e pode muito bem ser alterado para suportar tudo, o restante pode ter vida independente como já é hoje.
    Descartar tudo para ficar somente com o Ubuntu seria um retrocesso. Eu não acredito nisso não.
    Para mim o MIR vai vir para evitar limitações por decisões externas. E o próximo passo é substituir o uso do Gnome, que na minha opinião está tomando decisões piores que a Canonical.

    • Mas eu por exemplo gosto de alternar entre Gnome-Shell e Unity. Agora não poderei fazer isso. E isto é apenas um exemplo. :|

    • Rodrigo diz:

      Não acredito que seja isso o problema mais não existem vários sabores separados e é isso que a canonical esta vindo a fazer, existem sim vários sabores integrados, se fosse por isso vou até pecar aqui mais voltaria a usar Windows M$, por que a ideia de ter um boot só pra mudar o meu server X com meu WM isso é no minimo inviável pra mim quero produtividade e não blza querem beleza comprem realmente um Mac book ou outro do gênero. GNU/Linux quer dizer produtividade com liberdade para se fazer do jeito que se acha melhor. Coisa que a canonical vem corrompendo ao longo do tempo.

    • Antonio diz:

      Falou tudo. Não entendi ainda o pânico generalizado. Se fosse a MS a efetuar uma mudança do tipo, ia ser um "bitchin" infernal e no fim acabam todos usando e calando a boca.

  14. Jotakar diz:

    Me parece claro que a Canonical, está tentando, cada vez mais ser opção para esse novo mundo do compartilhamento entre diversas plataformas, principalmente celular e tablet, para isso visa cada vez mais procura programas conversem entre si, mesmo que isso signifique sacrificar a diversidade da família Ubuntu.

    Não sei se eles estão corretos, mas é o caminho q escolheram, agora cabe a nós usuários fazer, como sempre no mundo linux, fazer nossas escolhas. Continuar c Ubuntu ou mudar de distro.

    Abraços a todos

  15. JRoberto diz:

    Venho ressalvar, descordando de alguns, que técnicamente um detalhe diferencial do Ubuntu, por exemplo, é o Lançador com efeito em sanfona, extremamente criativo e útil, prático demais, revolucionário. Aliás, o Ubuntu é elegante, prático e objetivo. Revoluciona, nada de muitas entradas pra isso e aquilo, e até para se fazer o mesmo. Agora, acho tudo em Linux dez vezes melhor do que tudo, como o Windows(R) por exemplo. Se eu não utilizasse o Ubuntu-Unity, certamente seria o xfce (Xubuntu), ou ainda o lxde (Lubuntu), Gnome/Gnome-Shell, Debian, Fedora, Arch, Mint, Dreamlinux 5, tantos outros… todos excelentes e o que há de melhor.
    Gostaria de ter todas as interfaces ou distros em Linux, rs, mas minha preferida é o Ubuntu-Unity, e de vez em quando alterno para xfce. Acho até um grande concorrente do Ubuntu uma distro apenas em xfce.
    Abraços.

    • Cláudio Novais diz:

      Não percebi isso do efeito sanfona. Pode explicar? :|

      A questão tudo isto é que a sintonia que atualmente existe, em que você faz logout e troca de ambiente gráfico, provavelmente vai acabar. E se assim for vamos ter situações como o atual dual boot com o windows, ou seja, sistemas completamente heterogéneos, algo que não gostava de ver. :|

      • JRobertoct diz:

        Boa noite Claudio,
        Valeu.
        Efeito sanfona é aquele em que os ícones do Lançador, quando muitos, eles se juntam, como empilhados, "amassados", aí ao sobrepormos o mouse ele se abre todo, estica, e corre os ícones como numa esteira, para cima ou para baixo, conforme o ponteiro. Acho isso um diferencial, um detalhe, + um, excepcional do Ubuntu+Unity, revolucionário. Sem falar da sua elegância e simplicidade, objetividade, praticidade.
        Não pretendo abandoná-lo. rs
        Abraço.

        • Cláudio Novais diz:

          Ah esse efeito. Sim, já percebi e acho que eu estava meio distraído. Tem razão, é algo que acho que não existe noutras docks. Ao nível funcional para mim o Unity é de longe o melhor! É prático e tem uma usabilidade excelente. Muitos podem até criticar o Global Menu, compreendo perfeitamente. Mas acho que depois de habituar, e principalmente para quem tem laptops com resolução não-full-HD, acho que é algo muito importante.

          Em todo caso, acho que se o Gnome-Shell tivesse algumas destas funcionalidades importantes (a meu ver) do Unity, eu mudaria para o Gnome-Shell. Este ambiente é super elegante, fluido e prático. Quem não acha, talvez possa dizer isso por ter usado pouco tempo. Mas que ele é também algo tremendamente prático, isso é!

          • JRobertoct diz:

            Oi Claudio,
            é sim, concordo, aliás, tudo em Linux me impressiona, até os parecidos com o Windows(R), são ainda melhores ou dez vezes melhores; no gnome-shell senti a mesma coisa que você, fui usar mais um pouco e acabei gostando muito, mas ainda falta algo mais, que o Unity tem; o outro que e estou usando, testando, e fiquei muito satisfeito, fui com o kde-plasma, até o anterior, é muito bom, bom demais também, excepcional a interface, e tem mais praticidade que o gnome-shell mas não tão simples. Pelo que soube, epercebi, parece que resolveram a questão do kde referente ao uso da memória.
            Enfim, todos os sistemas em Linux são demais!!
            Satisfação estar e conhecer este unvierso Linux. Tem pra todos os gostos!
            Amém.
            Abraços a todos.

            Enfim

  16. Goro Dan diz:

    Eles usam o Wayland enquanto o Ubuntu usa o Mir. Simples isso!
    No mundo Open Source tudo é possível!

    • Cláudio Novais diz:

      É o que vai acontecer de certeza Goro, mas as coisas vão ficar mais incompatíveis do nunca! Não vai ser possível por exemplo trocar de interface entre Gnome-Shell e Unity sem ter de remover o Mir e instalar o Wayland, por exemplo.

  17. Alberto diz:

    Parece que a Canonical está "fechando" o Ubuntu como se fosse um S.O pago. Isso vai criar confusão… Espero que até lá o MIR esteja funcional com qualquer ambiente especialmente XFCE. Respeito a Canonical mas ela tem seus momentos Troll.

    • Goro Dan diz:

      Como assim fechando? O Mir é GPL v3!

      • Alberto diz:

        por isso o fechando entre as aspas….

      • Cláudio Novais diz:

        Não está fechando, ate pelo contrário, esta licença está a obrigar a tudo o que use o Mir seja Livre.

        Mas compreendo o que o Alberto quer dizer. A canonical, agora que tem o Ubuntu com grande vantagem em relação Às outras distros, em termos de número de utilizadores, está a tentar afunilar o desenvolvimento para o uso exclusivo do Ubuntu. De certa forma, com isto, vai estar a evitar que outras distros concorram com o Ubuntu reutilizando o que o Ubuntu faz, algo que o Linux sempre foi assim e que por acaso disso está na posição que está.

        • cangussu-br diz:

          Concordo contigo. A Canonical está tentando afunilar o desenvolvimento para que as pessoas usem exclusivamente o Ubuntu e não outras distribuições. Outro exemplo disso, além do Unity e do Mir, é o Ubuntu One. Embora seja possível utilizá-lo em outras distribuições linux, só há clientes oficiais para Windows, Mac e Ubuntu, ou seja, se vc quer usar o Ubuntu One no linux, a maneira oficial é usar o Ubuntu.

  18. ZiLOG diz:

    Acho que o Ubuntu está a afastar-se da filosofia do Linux e Software livre. Está a afastar-se da comunidade. Ou vai ter muito sucesso ou vai ao fundo.

    • Cláudio Novais diz:

      O "problema" não é esse, de ir ao fundo. Eles sabem da fama que têm fora da comunidade e sabem que quem vier do windows vem para o Ubuntu e raramente para outra distro, por causa da fama.

      Ora por esse motivo eles aproveitam-se de poder fazer estas coisas que apesar de serem boas para um ambiente puramente Ubuntu, provavelmente não são perfeitas para uma comunidade que gosta de viver em liberdade, que gosta de mudar o Ubuntu e escolher o que bem entender. Ao ser algo tão heterogéneo faz com que essa escolha fique bastante mais limitada, ou no mínimo mais difícil de executar.

  19. JRoberto diz:

    Oi pessoal,
    realmente preocupa este assunto, se o Ubuntu-Unity, fantástico e revolucionário, meu preferido, pode melhorar e muito, ótimo, maravilhoso, mas podemos ficar sem a opção de outras interfaces, o que é fantástico no Ubuntu+Gnome e que difere de tudo o que conhecemos; importante até para estudarmos ou variarmos, indicarmos e demonstrarmos. As variantes em gnome, xfce e lxde são meus preferidos, embora o kde seja excelente e interessante, perde porque vai pesando com o uso.
    O Ubuntu veio pra ficar e é revolucionário. Mas, tudo em Linux me fascina pela qualidade e eficiência, segurança e rapidez; elegância e simplicidde.
    Apoio a manutenção das opções de interfaces no login! É simplesmente estupendo! Utilíssimo! Até para variarmos sem necessariamente termos que adquirir outra distro, outro programa.
    Forte abraço a todos.
    E parabéns a todos os envolvidos neste universo Linux!
    Até.
    De qualquer forma não penso em abandonar o Ubuntu-Unity, jamais.

    • Cláudio Novais diz:

      Sou precisamente dessa mesma opinião! Gosto de toda esta liberdade e dificilmente vou deixar o Ubuntu+Unity. Mas fico muito triste ao ver o que vai acontecer dentro de um ano. Esta heterogeneidade entre servidores gráficos e respetiva exclusão dos compositores só vai dar asneira e essa liberdade vai ficar limitada a distros diferentes ou então a muito trabalho para passar de um servidor para outro.

      Não prevejo algo muito bonito sinceramente. Mas claro que o Ubuntu+Unity provavelmente vai ser muito favorecido com isto, o que é bom para um sistema mais otimizado.

  20. a Canonical está tomando decisões estranhas.

    • Goro Dan diz:

      Tão estranhas como a possibilidades imensas de interface. Qual o problema em existir o Mir? Ele é GPL V3!

      • Cláudio Novais diz:

        Qual é o problema? Da maneira como está a ser desenvolvido é algo completamente heterogéneo no ecossistema Linux.

        O linux sempre teve o problema do fracionamento em que ao haver uma falta de um rumo generalizado tornou o seu desenvolvimento mais lento, mas por outro lado mais abrangente, o que é bom. O problema do Mir é que está a trocar um fracionamento para um nível diferente, para um fracionamento exclusivo para o Ubuntu+Unity. É bom? Talvez seja bom para boas performances (tenhas as minhas dúvidas sinceramente), mas é muito mau pois é algo completamente limitado para a nossa liberdade de escolha de ambientes gráficos.

        É muito bonito dizer: "ah é open-source, por isso não se queixe pois pode mudar". Certo que posso mudar. Mas quantos fazem isso? Se eu disser ZERO pessoas, não estarei muito longe.

  21. cangussu-br diz:

    Sinceramente, todos nós sabemos onde isso vai dar. A diferença é que a maioria prefere ignorar.

    A Canonical, desde o lançamento do Unity, tem focado em ser uma distribuição exclusiva. Tanto é que o próprio Unity só roda no Ubuntu (sim, roda no Arch também, mas foi necessário um longo trabalho para portá-lo) enquanto outros desktops rodam em qualquer distro.

    Com o MIR é a mesma coisa. O MIR é feito pro Ubuntu e é feito pra ser usado com o Unity. Os flavors do Ubuntu já foram deixados de lado, só não percebeu quem não quis. E as outras distros derivadas vão ter que buscar alternativas em relação ao Ubuntu, já que boa parte não tem um time de desenvolvimento pra manter código de compatibilidade com o MIR.

    Não que eu ache isso ruim. O Ubuntu é um ótimo produto e eu penso que apesar de alguns tropeços técnicos, ele tende a continuar ótimo.

    O que vai mudar é a relação com a comunidade Linux. Todo esse ecossistema de sabores e derivados terá que se adaptar e boa parte dele irá migrar pra outras fontes. E isso não é ruim, é ótimo. A comunidade linux esteve acomodada muito tempo. Veja o próprio caso do Mir e do Wayland. Foi só a Canonical anunciar o MIR que todo mundo correu pra suportar o Wayland.

    No fim, penso que a comunidade só tem a ganhar. Mudanças podem ser dolorosas, mas são oportunidades pra melhorar.

    • Cláudio Novais diz:

      Posso assinar por baixo do que você escreveu @cangussu-br?!

      Também acho tudo isso que você disse, no entanto não acho que vá ser 100% bom para os flavors. Digo isto porque um Kubuntu ou Lubuntu ou outro derivado já têm uma certa fama mesmo antes de provarem qualquer outra coisa por simplesmente usarem o Ubuntu "internamente". Em princípio vejo que a solução vai ser quase generalizada: Debian. Perfeito para o pessoal do Debian! No entanto, a palavra Debian vai trazer algum medo, basta ouvir excelentes distros como o SolusOS, que como são baseadas em Debian trazem logo um medo à priori.

      De resto, o pior disto tudo está acima de tudo na impossibilidade de, em princípio, não podermos ter vários ambientes gráficos ao mesmo tempo. Ou melhor provavelmente poderemos ter todos os baseados em Wayland, mas não com o Unity.

      • cangussu-br diz:

        O que você disse está correto. Muitos derivados do Ubuntu já levam vantagem só por serem derivados do Ubuntu e com certeza isso mudaria caso mudassem sua base para o Debian. Também concordo com você que há um certo "medo" em ralação a palavra Debian, embora eu pense que medo não seria a palavra que define plenamente o que as pessoas sentem. Eu sou usuário do Debian há mais de 10 anos e apenas recentemente comecei a usar o Ubuntu e seus flavors. Há uma boa diferença entre derivados do Ubuntu e derivados do Debian. O Ubuntu realmente tem feito um ótimo trabalho no que se refere ao linux para desktop e os derivados certamente herdam isso. Por isso penso que é uma oportunidade para que a comunidade leve essas melhorias para o Debian e outras distros não derivadas do Ubuntu.

        • Cláudio Novais diz:

          Sim, não é bem "medo", mas talvez "receio". Como é algo complexo, visto que é algo nu, os utilizadores têm sempre algum receio em "será que vou conseguir chegar a algo bom?". E claro, depois há questão do quase out-of-the-box que o Ubuntu e seus flavors têm, que pelo contrário o Debian não tem. No entanto, acho que há várias soluções debian based que já estão bem encaminhadas nessa questão.

          Mas lá está tanto o Ubuntu como os que usam o seu nome têm sempre aquela ideia de boa usabilidade em relação às demais distros. E acho que é uma ideia real, visto que ao haver essa "nudez" faz com que a usabilidade também fique um pouco aquém.

  22. Carlos diz:

    O pior de tudo é saber que alguém ou varias mentes humanas, querem traçar o caminho para onde
    a Canonical deva direcionar o Ubuntu, como já sabemos, muito se perdeu, com as mudanças adotadas pela mesma Canonical, debandaram pala outras distros. Não podemos esquecer que Canonical quer obter lucros
    com sua maravilha "Ubuntu", até então Ubuntu era uma mera marca empacotada, dependente. Agora que a
    turma começaram meter a mão na massa, o mínimo que podemos fazer é aguardar, se partirem para uma distro fecha, é só chutar o balde.

  23. emanuelx diz:

    cada vez o ubuntu está pior, prefiro configurar tudo a mao com o arch linux

  24. Cláudio Novais diz:

    Vale mesmo a pena lerem este texto! Eu não tinha noção de vários aspetos do MIR. O licenciamento dar muito que falar.

    O pior mesmo, na minha opinião, é o login que vai deixar de permitir trocar de ambiente gráfico. Uma vez que o servidor gráfico vai estar carregado não vai ser possível trocar entre ambientes gráficos de diferentes servidores gráficos. Ou seja, ou se tem o Unity ou se tem os outros, como o Gnome-Shell ou Cinnamon.

    Parabéns Ron, pelo excelente artigo!

    • Wagner diz:

      Que a Canonical nunca deu o devido respeito ao Kubuntu todos já sabemos, mas a cartada final, conforme o texto apresentado, parece que a Canonical elegeu um único desktop esquecendo-se dos usuários que não utilizam o Unity (é a coisa mais horrível que já vi no mundo Linux, me desculpem quem gosta mas essa é minha opinião e não vou mudá-la).
      O que farei se ocorrer conforme Martin Graessler disse no seu blog: mudar de distro.

      • Cláudio Novais diz:

        Eu por acaso uso Unity. Não o uso pela beleza, pois partilho da mesma opinião que você Wagner, mas sim por será prático e otimizado. É prático pelo launcher e pela espécie de dock com bons atalhos; é otimizado em termos de espaço, gosto muito do menu global e do "maximus".

        Mas mesmo gostando do Unity mais do que qualquer outra interface, fico triste e com medo depois de ver este caminho da Canonical. Sobre isso que você disse, que faz muito sentido, de que a Canonical está a esquecer-se de quem não usa Unity, na verdade ela está a fazê-lo propositadamente. Atualmente a Canonical quer dinheiro! E o unity é a "única" maneira de eles ganharem dinheiro! Por isso: "não usa Unity? Não tem interesse." Creio que no fundo devem pensar isto. Infelizmente.

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