Depois de anos de espera, especulações, dúvidas e imagens que apareceram na Internet sem autorização, a Google lançou o Google Drive. Este movimento da gigante das buscas já era esperado, principalmente devido ao sucesso de alternativas como o Dropbox e o SkyDrive da Microsoft. Depois de muito tempo de espera, nada mudou: o Google Docs, que já era um disco virtual, mudou de nome e continua com as mesmas funções de edição de documentos, mas desta vez ganhando um cliente para arquivos.

O Google Drive foi lançado em três versões: Web, Windows e MacOS. A versão para Linux está em desenvolvimento, mas nenhuma data foi dada. As versões para Windows e MacOS permitem a criação de novos arquivos e sincronização diretamente do sistema, sem a necessidade da interface web. Nós, usuários do Linux, precisaremos esperar. Enquanto isto, existem outras opções.

Por não existir versão oficial para o Linux e boa parte do código do Google Drive estar disponível (principalmente para criação de aplicativos que funcionam integrados ao Google Drive, programadores começaram a criar um cliente de código aberto para integrar o Google Drive ao Ubuntu (ou distribuições baseadas neste, como o Linux Mint). Foi assim que nasceu o Grive – um cliente não oficial do Google Drive para o Linux. A aplicação ainda não funciona como funcionaria o cliente oficial, mas ela consegue fazer upload e download de arquivos que existem em sua nuvem pessoal do Google – além de ter a possibilidade de você acessar seus arquivos offline. Como ainda é um projeto experimental – e sem suporte oficial do Google – ainda há coisas que não é possível realizar, como remover um arquivo do Google Drive: caso você remova através do seu gestor de ficheiros, ele reaparecerá na próxima sincronização; caso você tenha removido o arquivo da nuvem e ele continuar na pasta na próxima sincronização, o Grive fará o upload deste arquivo.

Tanto o Grive ou o cliente nativo do Google para Windows e Mac, só deixam disponíveis offline os arquivos que foram enviados por você ao Google Drive e não os criados pelo ambiente web da Google. Neste artigo, será então explicado como adicionar o repositório do Grive e sua instalação.

Pré-requisito – Conta do Google

Para ter acesso ao Google Drive, você deve criar uma Conta do Google. Siga este link, e coloque todas as informações pedidas. Além da criação da Conta do Google, você também terá um Gmail e um perfil no Google+.

Instalação

Tal como referido acima, para utilizar o Grive e tê-lo sempre atualizado, você deverá instalar o respetivo repositório. Assim, abra o terminal do Ubuntu (Ctrl+Alt+T) e insira o comando a seguir, para adicionar o repositório do Grive:

Depois de adicionar o repositório, ainda no terminal, insira o comando a seguir. Caso prefira, clique no botão abaixo para instalar o Grive.

Como usar o Grive

O Grive usará uma pasta em sua Pasta Pessoal (/home) para fazer o recebimento e o envio de arquivos entre seu computador e o Google Drive. Para fazer a ligação entre o Grive, Google Drive e seu computador, usaremos o Terminal. Para isso, abra a Terminal (com Ctrl+Alt+T) e depois siga os comandos abaixo:

1- Este comando criará a pasta grive em sua Pasta Pessoal. Esta pasta é onde se encontrará os arquivos que você sincronizará com a nuvem pessoal do Google.

2- Depois disto, vá até a pasta criada, escrevendo o seguinte:

3- Dê o comando de início do Grive, mas com o argumento para a ligação do Grive com a pasta que está em sua Pasta Pessoal:

Após este comando, aparecerá uma URL na Terminal. Copie a URL clicando nela com o botão direito e, no menu, selecione “Copiar URL”. Abra seu navegador, e entre no endereço fornecido. Você deve fornecer acesso ao Grive para ele sincronizar os seus documentos.

Depois de autorizar, aparecerá um código. Selecione, com o botão direito do mouse, em “Selecionar tudo” e depois copie e cole na Terminal. Depois disto, todos os arquivos serão sincronizados.

Em meu teste, ele não enviou para a pasta grive os arquivos criados no Google Docs/Drive, sendo restringido apenas aos arquivos que eu enviei para a minha nuvem pessoal, como .odt, .pdf, .jpg, .zip e etc. Segundo a “Ajuda do Google Drive”: “quando você abre um documento, uma planilha [folha de cálculo], uma apresentação ou um desenho do Google, esse item é aberto em uma nova guia ou janela em seu navegador padrão se você estiver conectado à Internet”. A pasta funciona tanto no Nautilus, Files (Marlin) ou qualquer outro gestor de ficheiros.

Para sincronizar novamente a pasta, você deve abrir a Terminal e digitar o código abaixo:

Com este código você navega até a pasta grive e, depois, ativa a sincronização. Lembrando que para a sincronização, o usuário deve estar conectado à Internet.

Vídeo Demonstrativo

Neste vídeo demonstrativo é apresentada a instalação bem como a sincronização dos ficheiros do Google Drive com o Ubuntu. Como poderá ver no vídeo, existe muitos ficheiros que são ignorados, nomeadamente 3 pastas que são sincronizadas sem qualquer ficheiro. Tal como referido acima, estes ficheiros são ignorados pois a sua génese foi totalmente online e por isso o Grive ainda não consegue sincronizar.

Considerações finais

O Grive ainda é um aplicativo que ainda está no início e por isso alguns bugs são esperados. Infelizmente ele não sincroniza os arquivos criados com o Google Docs/Drive – o que pode ser que seja resolvido através do cliente oficial fornecido pela Google e que ainda não tem previsão de lançamento. Estes arquivos só podem ser modificados em seu computador após exportá-los para seu formato favorito na própria interface Web do Google Drive – o que não é um bug do programa e sim uma característica do próprio Google Drive. O Grive ainda tem muito a evoluir, mas isto com toda a certeza acontecerá em breve.

Referências

• Grive: Open source Google Drive cliente for Linux
• Instalador do Grive pelo WebUpd8 Team
• Página Oficial do Grive
• Página de ajuda do Google Drive