O Ubuntu Edge ainda não alcançou sequer os 30% de fundos para que seja bem sucedido. Relembramos que o projeto só recebe o dinheiro se alcançar os 100%. Ora tendo em conta que já só faltam 12 dias dos 31 inicialmente definidos, claramente que estamos perante uma situação em que a esperança começa a desaparecer.

Apesar desta realidade, quando a Canonical disponibiliza preços baixos, denotamos que há sempre aumentos de investimento. Prova disso, foi a última alteração que a Canonical fez: reduziu definitivamente o preço do smartphone de US$ 800 para US$ 695. O resultado é surpreendente, em dois dias conseguiram quase 1 milhão de fundos.

A Canonical já tinha feito estas alterações mais que uma vez, com smartphones com valores abaixo dos US$ 700. No entanto, essas alterações eram sempre limitadas, ou seja, havia um conjunto de smartphones a esse preço e o pessoal rapidamente os comprava, visto que era um valor limitado.

À primeira vista, parecia que o pessoal procurava apenas as “promoções” e, por isso, compravam rapidamente. No entanto, a última alteração que a Canonical fez, foi definitiva, onde o valor de US$ 800 desapareceu e agora só há o smartphone por US$ 695.

Esta alteração trouxe igualmente muito investimento, demonstrando portanto que talvez os utilizadores não estivessem à procura de promoções mas sim quisessem algo abaixo da fasquia dos US$700. De facto, comparando as possíveis especificações do Ubuntu Edge com as da maior concorrência, é quase óbvio que os utilizadores quisessem o Ubuntu Edge com um valor abaixo dos US$700.

Repare-se que tanto o Samsung Galaxy S4 como o iPhone têm uma credibilidade no nicho enorme. Aliás, eles são atualmente o expoente máximo ao nível da confiança geral dos consumidores, que o digam as estatísticas de lucro das duas empresas detentoras!

Tendo em conta essa crebilidade, é normal que os utilizadores tenham receio de pagar por algo do mesmo valor, mas que possa ser mais fraco. E é neste ponto que esse pensamento dos utilizadores é ainda mais legítimo e natural: o Ubuntu Edge não existe ainda e portanto não o podem testar e ver se é isso que realmente querem. Pelo contrário, a concorrência pode ser testada e aprovada.

Assim, em suma, há dois pontos chave que a Canonical deve concluir depois desta tentativa que em princípio é falhada (a não ser que alguém faça um investimento de milhões): Não devia ter posto algo completamente conceptual (nem o processador é certo de qual seja) em que os utilizadores não podessem tirar boas conclusões; e para lutar contra o expoente máximo da concorrência é preciso ter valores inferiores.

Finalizo com a seguinte pergunta: será que o investimento já estaria próximo dos 20 milhões se o preço do Ubuntu Edge tivesse sido sempre inferior a US$700?