A administração da região autónoma de Valência, na Espanha, completou o seu programa de migração para o LibreOffice iniciado há cerca de um ano. Esta migração foi aplicada aos cerca de 120.000 computadores públicos da região, que abrange computadores da administração, computadores das escolas e até tribunais.
Através desta migração, espera-se fazer uma poupança de mais de 1.500.000 Euros (cerca de 2 milhões de dollars) anuais em licenças de software proprietário. Segundo a administração, este processo não teve só benefícios económicos, visto que a utilização de software open-source traz um conjunto de vantagens abrangentes.
Segundo a diretora Sofia Bellés, a migração iniciou-se na segunda metade de 2012 e até ao momento sabe-se que já conseguiram poupar 1.3Milhões de euros em licenças de software proprietário, na área das aplicações de escritório. Apesar de não ter sido referido qual era esse software, muito provavelmente era o MS Office por dois simples motivos: é claramente a suite de escritório mais utilizada no mundo; a empresa que detém o MS Office tem atacado diretamente o LibreOffice, com anúncios talvez falaciosos. Aliás só nos últimos dias podemos destacar duas notícias que correram o mundo:
- Microsoft censura links para download do OpenOffice!
- Microsoft lança documento para criticar o LibreOffice
Sofia Bellés acrescenta ainda que esta iniciativa não é única na região e relembrou que há outros exemplos de aplicação de software livre, nomeadamente na instalação de uma distribuição Linux chamada Lliurex em cerca de 110.000 computadores. Aliás, esta migração do sistema operativo já fez poupar cerca de 30Milhões de euros desde 2005.
Sobre as vantagens da utilização de software livre, Bellés destaca que não se limitam a benefícios económicos. O facto do software ser livre traz vantagens claras em certos aspetos que software proprietário seriam mais difíceis de se obter. O exemplo mais claro disso é que ao se poder modificar e adpatar livremente pode-se alterar/enriquecer o software com o idioma Valenciano, uma das principais variantes dialetais do catalão.
Apesar de não ser algo que procuram fazer como primeira instância, caso necessitem poderão a qualquer momento adaptar o software às necessidades da região. Com isto, podem até disponibilizar livremente as modificações para outras regiões espanholas ou, quiçá, internacionalmente.
Um ponto fulcral que não foi anunciado pela diretora é o facto de existir uma tendência a um uso abusivo da teoria da obsolescência programada, em que as suites de escritório trazem novos tipos de ficheiros que incompatibilizam versões anteriores do mesmo software proprietário. Essa incompatibilidade propositada praticamente não existe no ceio dos formatos livres, onde existe praticamente sempre compatibilidade total!
Nos Correios se utiliza o Thunderbird e o BrOffice na maioria das estações de trabalho.
Excelente exemplo e que deveria ser seguido por todas as esferas de nosso governo.
daqui a pouco vem a M$ e compra a municipalidade, com a mesma tática que usaram na caixa econômica.
É sempre muito bom poder ler uma notícia como esta e isso mostra como é realmente possível não continuar "escravo" da Microsoft e não aceitar suas práticas abusivas no que diz respeito ao alto custo das suas licenças, principalmente do MS Office, e enfim ter como vantagens a economia e liberdade com o LibreOffice.
aqui no Ceará a policia civil também usa o Libreoffice.