Ubuntu Rolling Release

O rumor que tomou conta dos blogs e fóruns sobre o Ubuntu foi de que o sistema tornaria-se rolling release. A questão toda era que isto não passava de especulação ou discussão entre desenvolvedores – isto é, nada oficial. Aliás depois dessa especulação, a Canonical afirmou oficialmente que não iria seguir esse caminho.

Mas o que esta notícia poderia causar se fosse sugerida pelo vice-presidente de engenharia do Ubuntu, Rick Spencer?

Este tipo de desenvolvimento significa que os softwares sempre terão as suas versões mais novas e a versão do Ubuntu (12.10, 13.04, etc) nunca mudaria. Na prática, os usuários do Ubuntu poderiam ter todas as novas versões de ferramentas através das atualizações normais do sistema, sem se preocupar em baixar outra iso ou atualizar o sistema para uma versão posterior. Bem mais prático, não? A proposta de Rick é interessante. Veja:

  • uma versão LTS a cada dois anos (igual ao atual);
  • apenas uma versão rolling release lançada neste intervalo;
  • resumindo: caso este método fosse adotado, apenas haveria duas versões do Ubuntu: a rolling release e a LTS.

Segundo Rick, a razão da Canonical adotar o modelo de rolling release para o Ubuntu é muito importante agora, pois o Ubuntu tem “uma ótima oportunidade para os próximos 7 ou 8 meses ao lançar o Ubuntu Touch [conhecido como Ubuntu Phone OS] que será adotado por usuários e pela indústria que desejam um sistema totalmente integrado. Para o sucesso desta plataforma acontecer, precisamos de velocidade e agilidade. Por isto, estou iniciando a discussão de abandonar os lançamentos não LTS e mover para a plataforma rolling release e LTS neste momento”. O mercado OEM, isto é, empresas que fabricam computadores e que vendem modelos com o Ubuntu de fábrica, não ficaram de fora da ideia de Rick. Segundo ele, a versão utilizada para OEM – e recomendada para novos usuários – será a LTS mais recente.

Com isto, o Ubuntu continuaria com o padrão de estabilidade e segurança que foi visto na versão 12.04 LTS com um modelo parecido com as fases de desenvolvimento do Ubuntu: disponibilização de imagens diárias com funcionalidades novas e softwares atualizados. Além disto, o usuário poderia escolher entre três versões.

  • a última versão LTS;
  • a última versão rolling release, diária ou a frequência escolhida;
  • a última versão rolling release do mês anterior.

A proposta da versão Rolling Release foi discutida no dia 01 de março de 2013 no Ubuntu on Air, num hangout oficial da Canonical. Essa discussão está disponibilizada na íntegra no vídeo abaixo:

 

Referências

 

E você, leitor Ubuntued? O que pensa do Ubuntu ser uma distribuição rolling release?

Deixe seus pensamentos nos comentários abaixo.

14 Respostas ate agora.

  1. Victor diz:

    Na minha opinião, instalar uma versão nova de 6 em 6 meses não faz sentido nenhum para o utilizador, além disso nem dá tempo para corrigir os bugs. Por isso acho que uma rolling release para nós utilizadores do ubuntu, faz todo o sentido.

  2. José Craveiro diz:

    Poderia esperar por aqui mais algum feedback acerca desta matéria que não deixa de apresentar alguma controvérsia acompanhada das mais diversas opiniões que refletem cada experiência, mas face ao que aqui já foi dito, começo a pensar que passar a usar uma versão rolling release seria muito aliciante.
    Ok, admitamos que no campo do marketing o barco possa levar um rombo significativo ainda que isto possa ser muito relativo para nós como users e sabendo que a balança pende sempre para o lado de quem comanda (por muito discutível que seja o método que utiliza), acho (assim como a maioria, penso) que acima de tudo importa pensar que sem a vontade minimamente satisfeita dos seus "verdadeiros" utilizadores, a Canonical e as suas homólogas nada são!

  3. Gramathur diz:

    Torço para que façam isto!

  4. Carol Wolf diz:

    Para mim se as Rolling Releases funcionarem está ótimo. Nẫo sou programadora nem nada então sobre assuntos mais complexos nem vou dar minha opinião. Mas acho que quem quiser fica só com a LTS e quem quiser novidades baixa as Rolling Releases no rítmo que desejar. Eu atualizei meu 12,04 para o 12,10 e mesmo não sendo LTS estou gostando dele, até agora no meu caso ele deu menos problema do que o 12,04. Se com as Rolling Releases for assim também, para mim está bom.

  5. wellington diz:

    mas será que o ubuntu sendo mais estável e atualizado, não conseguiria mais cliente ? talvez eles possam pensar numa forma de manter o marketing deles.investir mais em propagando … sei lá.. tem que ser discutido… por que se for frear o crescimento e investimento no ubuntu, por parte de outras empresas(steam…etc), não vale a pena

  6. José Craveiro diz:

    "Para mim" o Ubuntu já não tem versões entre as LTS (ponto).
    Sou da opinião que estar sempre em cima dos últimos acontecimentos (últimas novidades/actualizações) e impulsivamente baixá-las sem que muitas vezes se encontrarem devidamente maduras, é sempre um risco que muitos não desejam correr e ao que parece isto passa-se em alguns pontos na versão 12.10, o que nesta altura tal (penso eu) já não deveria estar a acontecer; bem, mas será que algo muito semelhante não iria ocorrer com as versões rolling release? A menos que fossem inteligentemente controladas ao ponto de isto não acontecer.
    Já li várias linhas sobre estas versões em outras distros, mas nunca cheguei a testar nenhuma e isto por si só pode deitar por terra este meu conceito. Gostaria que assim fosse e mudaria logo a minha opinião!
    Portanto a meu ver, a existência de versões intermédias às LTS são uma perda de tempo e uma canseira para quem realmente é e deseja ser mais do que um mero utilizador final, ou seja, ter praticamente tudo pronto e no devido sítio para não ter mais preocupações. Acho isto pouco estimulante e incapacitante…
    Acerca do suposto falhanço em termos de marketing diante de uma opção destas, sim ou talvez não, não sei a certeza absoluta, mas ao mesmo tempo esse receio parece-me um pouco despropositado! Bem, que tal seguir com isto para a frente ainda que talvez em fase experimental? Acredito que se se estudar e trabalhar bem esta medida os resultados poderão vir a surpreender! Estará a Canonical à altura de o conseguir provar pondo mãos ao trabalho e perder muito menos tempo com insignificâncias?

    • Cláudio Novais diz:

      É, eu cada vez mais uso menos versões intermédias. Já fui muito mais utilizador dessas versões do que sou agora. Culpa de quem? Da Canonical publicar versões finais que nem depois de 3 ou 4 meses de correções (não esquecer que a vida útil para quem quer experimentar últimos softwares é de apenas 6 meses no Ubuntu) elas estão corrigidas.

      Isto é deveras desanimador.

      Sobre o marketing, certo, não há nada como experimentar. Mas acho que é inevitável infelizmente :(

      Quanto a dar trabalho, eu tenho a certeza absoluta que a manutenção de pacotes será MUITO mais trabalhosa, por causa das diferentes velocidades de desenvolvimento que cada aplicação tem, desfasando necessidades e produzindo incompatibilidades de versões de bibliotecas diferentes com APIs diferentes. Em todo o caso, ao nível de correção de bugs, provavelmente terão menos trabalho, isso sim.

  7. Cláudio Novais diz:

    Sobre este assunto eu divido-me em duas opiniões um pouco discordantes mas acima de tudo imparciais: ser benéfico para nós usuários; e o mau para o marketing da Canonical.

    Relativamente a nós usuários do Ubuntu, eu tenho a certeza que beneficiaríamos imenso com esta mudança! Reparem que para termos software atualizado com novas funcionalidades somos obrigados a fazer instalações de 6 em 6 meses. Caso contrário temos sistemas com suporte prolongado como é o caso do Ubuntu 12.04, mas extremamente desatualizado, basta pensarmos no Gimp desatualizado, no Unity desatualizado, no Gnome-Shell e GTK também desatualizados e mais numa imensidão de outros softwares.

    E agora reparem, estou a falar do Ubuntu 12.04, o Ubuntu mais recomendado de sempre! É utilizado em computadores que vêm com o Ubuntu de origem, é recomendado (se não me engano) pela Steam e nos servidores o mesmo acontece. Só quem quer mesmo ter algo bastante atualizado é que vai para o 12.10.

    Se tivéssemos uma espécie de rolling release, teríamos todas as vantagens de um sistema altamente usado e portanto atento nas falhas (comunidade ativa!!) e ao mesmo tempo com as novidades que infelizmente atualmente só temos de experimentarmos o Ubuntu mais atual ou até o Ubuntu em desenvolvimento.

    Portanto para nós seria vantajoso? Não tenho dúvidas! Até porque só para finalizar este assunto, o Ubuntu 12.10 apesar de estar finalizado há já 4 meses, ele continua com instabilidades. Ou seja, vai chegar o 13.04 quando o 12.10 seria recomendável e voltamos nós todos a instalar o Ubuntu 13.04, com novamente enormes probabilidades de instabilidade e vivemos mais 4 meses de instabilidade. Se fosse rolling rellease os problemas iam sendo corrigidos à medida que o tempo passava. Uma política de rolling release mensal em termos de atualizações, tal como referido no texto seria importante para a estabilidade ser assegurada (algo que já existe atualmente nas atualizações normais do Ubuntu, em que quem quiser pode ter as atualizações pre-released).

    Por outro lado, ao nível de marketing a Canonical se aceitar fazer isto vai perder muito! Reparem que a cada 6 meses ela deve receber uma imensidão de visitas incrível. Se fosse rolling release provavelmente este número iria descer drasticamente, o que é muito mau. Os sites genéricos iriam falar bastante menos do Ubuntu, ou seja não teriam publicidade. O que é mau e acho que é precisamente por causa disto que ainda não temos o Ubuntu em rolling release. Aliás, quantos de vocês souberam da publicação do Ubuntu 12.04.1? E do Ubuntu 12.04.2? Pois, praticamente ninguém. Só mesmo quem estava à espera ou é blogger como eu. Caso contrário passa completamente ao lado, o que significa que é muito mau ao nível de marketing ter uma política rolling release.

  8. Cassiano diz:

    Na prática, seria como termos, hoje, o 12.4.1 e um daily building do 14.4… Por mim, so far so good

  9. Adilson M S Junior diz:

    A cada dia que passa o software livre ganha mais força e espaço no mercado. Microsoft, Google e Nokia que se cuidem com seus sistemas para celulares….. :)

  10. eduardo diz:

    “uma versão LTS a cada dois anos (igual ao atual);
    apenas uma versão rolling release lançada neste intervalo;”

    entao seria alguma coisa do tipo semi-semi-rolling. ;).

    faria mais sentido se só houvesse a versao LTS e tivesse no gerenciador de atualizações a opção de habilitar atualizações nao estaveis ou algo assim

    • Cláudio Novais diz:

      Sim, isso também faz sentido. Seria como a situação atual de ativar os repositórios backports, mas que traria bastante mais novidades! ;)

    • Cleiton Galvão diz:

      Na verdade essa opção, "meio que", já tem Eduardo. No gerenciador de atualizações você pode habilitar para permitir apenas atualizações LTS.

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