Na semana passada mostramos quais foram as origens do Ubuntu Edge, nomeadamente todas as fontes de motivação e de imaginação que originaram este futuro smartphone da Canonical e as primeiras aproximações ao protótipo final.

Neste artigo, damos continuidade a esse desenvolvimento do Ubuntu Edge, apresentado de forma rápida e simples alguns pormenores da modelação 3D e de algumas decisões finais para o protótipo que hoje (14) chegou aos 10Milhões de investimento.

A meta dos 32 Milhões está praticamente impossível de alcançar, visto que foi preciso mais de 20 dias para alcançar estes 10Milhões de investimento e já só faltam 8 dias para terminar. Em todo o caso, é comum nestes eventos de Crowdfunding (financimento coletivo) haver um pico de investimento nos últimos dias, por isso é natural que a Canonical não tenha desistido.

É nesse sentido que a equipa de design da Canonical continua a apresentar o processo de desenvolvimento do protótipo do Ubuntu Edge. Hoje chegaram ao fim na sua série de vídeos que demonstram esse processo. Este último vídeo mostra a fase de experimentação final, o protótipo construído exatamente como foi desenhado/modelado.

Tal como já podíamos ter constatado num vídeo gravado pelo Jono Bacon, o produto final tem pormenores muito interessantes de usabilidade, neste caso se calhar o nome mais adequado é até: pormenores de ergonomia. Vê-se claramente que há vários pormenores excelentes para a melhor adaptação à mão humana e também facilidades físicas para a utilização correta das funcionalidades do Ubuntu Touch.

Um pormenor interessante é que o processo de desenvolvimento deste protótipo funcionou de uma maneira sequencial, mas bastante recursiva. Isto ocorre porque primeiro houve a fase de procura de requisitos, depois a fase de desenho e discussão, de seguida a modelação e por final o teste físico do protótipo. Em segundo lugar, em cada etapa, houve avaliações do protótipo que fizeram voltar a fases anteriores para melhorar ainda mais as decisões tomadas anteriormente. Estes aspetos podem ser facilmente constatados no artigo das origens do Ubuntu Edge.

Apesar de estes vídeos mostrarem muitas coisas interessantes, não podemos deixar despercebido um pormenor que entristesse um pouco qualquer utilizador e fã do Ubuntu: no vídeo de apresentação da modelação do aparelho, é utilizado o Blender que é um programa open-source mas sobre o Windows. É estranho isto acontecer, por dois motivos: o Blender funciona perfeitamente no Ubuntu; o Windows é o principal concorrente do Ubuntu e estranhamento a Canonical utiliza-o (já antes isso aconteceu nas manipulações de imagens, que usam o Photoshop).

A modelação 3D do Ubuntu Edge

A modelação 3D é uma fase muito importante no desenvolvimento de um protótipo. Nesta fase podemos finalmente ver com algum rigor como será o objeto final na realidade. Poderemos visualizar de forma totalmente 3D e até poderemos aproximar facilmente para visualizar com melhor rigor.

Mas a modelação 3D é muito mais que isso! Através dela, podemos facilmente mudar pormenores e ver se eles realmente ficam melhor esteticamente sem que se tenha de construir fisicamente o protótipo. Para além disso, a modelação 3D é uma fase primordial para depois se poder imprimir em 3D e testar o protótipo nas nossas mãos. De seguida você pode ver o vídeo que mostra algumas reflexões interessantes aquando da modelação 3D do Ubuntu Edge. A narração é feita pelo designer industrial da Canonical, Chee Yee Wong.

O protótipo final do Ubuntu Edge

Como referido, depois de ser ter os objetos modelados tridimensionalmente, atualmente é muito fácil passar do digital para o físico através das novas tecnologias, mais precisamente através das impressoras 3D. Não sabemos qual foi o procedimento de construção do protótipo, é possível que não tenha sido 100% feito apenas com uma impressora por causa da tela brilhante. No entanto, a modelação é, sem dúvida, um aspeto muito importante para facilitar a construção física de protótipos.

Relativamente a este último vídeo da série que a Canonical disponibilizou, Chee Yee Wong, volta a narrar alguns pormenores interessantes que mesmo na fase final ainda decidiram aplicar. Por exemplo, um dos pormenores mais interessantes está na face onde tem as entradas para os cabos das ligações. Apesar do Ubuntu Edge ter as suas faces inclinadas para uma melhor ergonomia, no caso dessa face decidiram pôr o mais vertical possível para ficar o mais adaptável possível para qualquer cabo do mercado.